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2005-01-31

 
Começar de novo...

E de repente o vazio. Todo o template do blog foi à vida. Mas não deseperem que eu já desesperei por vocês e agora que já vi que não consigo recuperá-lo, estou a tentar, de memória, refazer tudo outra vez.

ARGGGGGGGGGGGGGGGGG !


2005-01-30

 
Maiores de 18



Na sexta feira passada fui ver o mais recente espectáculo do Pedro Tochas. Há que admirar este rapaz, continua magnifico na sua stand up comedy, a única diferença a olho nú, é o novo penteado, pois as piadas, as suas histórias, a sua magnifica arte de partilhar conosco o que melhor sabe fazer, está lá tudo. É no café do Teatro da Trindade, e após o espectáculo, fica-se por lá à conversa, claro está, com o Pedro Tochas.
Um belissimo espactáculo, para esquecer tristezas.

2005-01-29

 
Aqui há uns posts atrás, previ que as eleições de 20 de Fevereiro seriam marcadas pelo fim da bipolarização (espero que caso me engane o Santana não me ponha um processo em cima). Hoje no Público, leio José Manuel Fernandes a dizer o mesmo.

Estranho estava mesmo convencido que tinha razão.

2005-01-27

 
Um longo domingo de noivado



De Jean-Pierre Jeunet, com Audrey Tautou, Gaspard Ulliel, Dominique Pinon, Jodie Foster, Chantal Neuwirth, Ticky Holgado, André Dussollier, Jean-Paul Rouve, Albert Dupontel, Jérôme Kircher, Jean-Pierre Darroussin, Denis Lavant, Dominique Bettenfeld, Jean-Pierre Becker, Tchéky Karyo, Jean-Claude Dreyfus, Marion Cotillard, Julie Depardieu, Michel Vuillermoz, Urbain Cancelier, Michel Robin, Rufus.

Depois de Delicatessen, e O Fabuloso destino de Amélie, entre outros, Jeunet regressa com um filme de guerra, muito sentimento, e muita esperança.
Em 1917, Mathilde, recebe a noticia de que o seu noivo Manech morreu, na guerra em plena terra de ninguém, numa trincheira chamada Bingo Crépuscule, com mais 4 homens. Todos eles, condenados à morte por mutilação voluntária. Mas Mathilde confia na sua intuição, e como em código morse, ela sente bater ainda, o coração de Manech, dentro do seu, pelo que se prepara para descobrir tudo o que aconteceu ao seu noivo, elaborando uma minuciosa investigação, e interrogando tudo e todos, nunca perdendo a esperança.

O filme é muito bom, não só pelos excelentes actores que o desempenham, como por toda a magnifica realização de Jeunet. Este sabe trabalhar a história, entre os cenários de guerra, as investigações de Mathilde a outras 5 pessoas com outros laços, os flashbacks que nos mostram histórias de como aconteceu, aquele farol, a poliomielite de Mathilde, o albatroz, enfim, um belíssimo filme a não perder.

PS – Pouco ou nada tem a ver com Amélie, apenas uns “pózinhos” aqui e ali nos recordam a doce Amélie. Mathilde usa um engraçado jogo que todos nós já fizemos, quase de certeza, por ex. “se o comboio muito em breve entrar num túnel e o revisor aparecer, é porque Manech está vivo”.

2005-01-26

 
A Política às avessas

Estranhamente a maior parte dos partidos políticos anda a fazer campanha pelos seus adversários, senão vejamos:

# O PP apela ao voto útil, no PS portanto.

# O PSD apela ao voto contra ventos e marés, ou seja a um voto contra o fluir do tempo - o voto na CDU.

# O PS pede para voltarmos a acreditar, o que nitidamente é um apelo para que demos uma segunda oportunidade ao Santana Lopes e voltemos a considerá-lo credível.

# A CDU pede para votar para que se mude a sério, ou seja o voto no BE, já que é a única força política ainda não contaminada pelo sistema político alternante, e sem alternativa, vigente.

2005-01-25

 


Toda a gente lê nos Transportes Públicos

Queluz 8:30 da manhã. Entro no comboio já munido do Destak distribuído gratuitamente na estação.

Estranhamente, face à hora, a quase totalidade das pessoas está sentada. Eu, que permaneço de pé, estou assim numa posição priveligiada que me permite constatar que muito mais do que a metade dos passageiros se encontra a lêr. E se o Destak ocupa o lugar do seu nome, e A Bola, o Correio da manhã e as revistas ditas femininas têm o seu público habitual, é com alguma satisfação que constato a leitura de vários livros.

Consigo distinguir dois "códigos da Vinci" e um "A regra de quatro". Encostado ao varão, bem perto de mim, um rapaz com um rasta volumoso olha fixamente para um livro técnico - mecânica quântica parece-me pelos diagramas que consigo observar.

Uma senhora de idade e volume respeitáveis traz nas mãos um livro pesado que lê avidamente. Infelizmente trá-lo forrado pelo que me é impossível vêr a capa.

Na Damaia, entre outras pessoas munidas de jornais diversos, entram duas raparigas de livro na mão. Uma delas traz um Paulo Coelho o que provoca o desviar imediato do meu olhar, a outra, que se sentou perto de mim, não me permitiu ver a capa. Debruço-me a espreitar e ela instintivamente leva a mão ao decote. Esse movimento de falso alarme, permite-me decifrar a lombada - A porta no chão.

O comboio chega a Sete Rios e a turba arrasta-me para o Metro onde recebo mais um jornal gratuito - o Metro. Mas o inferno em que se tornou a linha azul desde o fecho do túnel do Rossio apenas me permite ler umas letras miudinhas num pequeno pedaço de tecido branco, mesmo por debaixo do meu nariz - 100% algodão. Made in Portugal.

2005-01-24

 
(Dedicado à minha afilhada Molly, que está linda!)

MULHER E GATA

Ela brincava com a gata
E era admirável ver as duas,
A branca mão e a branca pata,
Folgando à noite, na penumbra.



Ela escondia – a celerada ! –
Sob as mitenes de fio escuro
As assassinas unhas de ágata,
Claras, cortantes, como um gume.

Fingia-se a outra adoçada
E retraía a garra afiada,
Mas o diabo nada perdia...



E no toucador retinia
O som de aéreas gargalhadas
E quatro pontos fosforesciam.

Paul Verlaine
In Assinar a Pele
Assírio & Alvim

2005-01-23

 
Vem aí mais uma iniciativa d'As cores do Globo

Letras recicladas - reduza, reutilize e recicle a sua casa

Passo a passo, a Cores do Globo procura implementar o espírito da Política dos R's - reduzir, reciclar, recuperar e reutilizar - e vamos continuar a fazer as Feiras de 2ª Mão contra o consumo e o desperdício:reduza, reutilize, recupere e recicle a sua casa.

A primeira feira Sons Reciclados foi um sucesso, com mais de 150 Cd's recuperados, agora vamos dar uma volta à estante lá de casa e trocar/vender/comprar as páginas que já lemos e levar outros livros no bolso!

E vá já pensando na Primavera: uma lufada de ar fresco no guarda-fatos com as Roupas Recicladas - a lançar em Abril. Agora esperamos pela vossa participação!

As nossas sociedades são cada vez mais marcadas pelo consumismo desenfreado e pelo desperdício de recursos.
Estas realidades têm consequências graves quer a nível ambiental quer a nível social. Temos que aprender urgentemente a consumir de forma responsável, a
partilhar, a reutilizar, a poupar.

A associação Cores do Globo junta-se a esta luta, organizando as feiras em 2ª mão: certamente que têm alguns livros que não usam e, por outro lado, outros que gostariam de ter a um preço reduzido. Assim, pedimos a todos aqueles que partilham esta causa que contribuam para o evento de duas formas:

- cedam alguns livros em bom estado à associação (sendo que 50% do valor de venda pode reverter a vosso favor). As entregas devem ser feitas na Mercearia do
Mundo (acompanhadas de lista dos livros e contacto, mais informação sobre se são doação ou venda), R. São José, nº 17, Lisboa, a qualquer dia de semana (11h-19h30) ou ao sábado (10h-15h), até 31/01 - inf. 965820028 ou www.coresdoglobo.online.pt

- comprem livros (a preços apelativos) durante a feira que abre no dia 7 de Fevereiro, quando comemoramos - não, não é o Carnaval! - o primeiro aniversário da
Mercearia do Mundo. Nesse dia há festa ao final da tarde e a inauguração de um ponto de Bookcrossing na Mercearia do Mundo - a Feira Letras Recicladas permanece na loja até ao final de Fevereiro.

Por um mundo mais justo,

A Cores do Globo (ONGD)

 
Webcedário

Já tinha visto em mais do que um sitio referência ao webcedário, mas apenas hoje fui visitar o blogue e não resisti a "sacar" um dos seus posts. O difícil foi escolher. É um blog que trata as letras com carinho, imaginação e muito humor. O grafismo é à prova de críticos.




2005-01-22

 
Sob escuta

Damien Rice - The Blower's Daughter

And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time
And so it is
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?

I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off you
I can't take my mind...
My mind...my mind...
'Til I find somebody new

2005-01-21

 
Closer – Perto Demais



Um filme de Mike Nichols, realizador da série Anjos na América, com Natalie Portman, Julia Roberts, Jude Law e Clive Owen.
Dan (Jude Law) conhece Alice (Natalie Portman) e seguem a vida juntos. Dan é obituário num jornal, e escreve um romance inspirado em Alice. Conhece acidentalmente Anna (Julia Roberts) uma bem sucedida fotógrafa, por quem se apaixona. Mais tarde Anna conhece Larry (Clive Owen), devido a uma brincadeira cibernauta de Dan, e acaba por se casar com ele. Já casada trai o marido com Dan e abandona-o.
Desta vez em vez de um triângulo amoroso temos um quadrado, bem gerido, cheio de boas interpretações. Todos procuram um rumo na vida, mas os percalços de traições e verdades e mentiras acaba por os por à deriva. Todos querem saber a verdade, mas saberão viver com ela?
Um excelente filme que nos leva a reflectir.
Excelente a sensualidade de Natalie Portman, excelente escolha na banda sonora. A música chave é "The Blower's Daughter" e é interpretada por Damien Rice. Recomendo.

 
Há um ano "postavamos" assim...
Memórias de Farol


Perdidos na amarga
loucura da cidade
onde o nevoeiro cerca os corpos
no limbo sem rumo,
as vozes perseguem
na infeliz cidade
onde o cinzento domina
e o preto corrói
o branco não vence
a lua esconde-se
e as trevas asfixiam
o chão treme com
a passagem subterrânea do metro
e nós na cidade vacilamos.

Post de 2004.01.21 por Cristina


2005-01-20

 
Falta um mês

As eleições do próximo dia 20 de Fevereiro devem ficar para a história como as do fim da bipolarização que se vinha a instalar na política portuguesa.

E se a convicção generalizada de que o PS vai ganhar as eleições mas não terá a maioria absoluta, é a grande responsável pela dispersão dos votos, existem outros factores, à esquerda e à direita, que não são de desprezar.

Por um lado é evidente que no tradicional eleitorado laranja, existe uma grande fatia que tendo grandes dificuldades em votar Santana Lopes, também não quererá votar PS. O PP, apesar dos malabarismos erráticos de Bagão Félix, conseguiu passar uma imagem de maior seriedade política e, estou convicto, aumentará significativamente o seu número de deputados.

Do lado daquilo que é vulgar chamar-se esquerda, Sócrates não tem conseguido apresentar soluções concretas e descolar-se da imagem, algo injusta, de ser o Santana da esquerda. O Bloco, que foi até agora a única força política a apresentar propostas concretas, tem vindo a captar, pela sua imagem de competência e, também, de ruptura, um elevado número de eleitores extraviados ultrapassando a lógica do eleitorado jovem urbano.

O PCP, por fim, não sendo um partido que capte eleitorado volátil, consegue manter os seus fieis, tanto mais agora, que o seu novo secretário geral é um melhor espelho dos mesmos.

Por tudo isto, penso que aquilo que está verdadeiramente em jogo a 20 de Fevereiro, é saber qual vai ser a 3ª força política mais votada.

2005-01-19

 
Parabéns



Eugénio de Andrade faz hoje 82 anos

O silêncio

Quando a ternura
parece do seu oficío fatigada

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.




2005-01-18

 
Os Globos de Ouro, já têm “rosto”, a saber:

O filme “The Aviator”, (O Aviador) de Martin Scorsese, venceu nas categorias de melhor filme dramático, melhor banda sonora e melhor actor – Leonardo DiCaprio.Million Dollar Baby, de Clint Eastwood, arrecadou os prémios de Realizador e melhor actriz – Hilary Swank.
Sideways, de Alexander Payne, vence as categorias de melhor filme musical/comédia e melhor argumento.
O melhor filme estrangeiro, é Mar adentro, de Alejandro Amenábar, já vencedor dos prémios Goyas Espanhóis e Festival de Veneza.
Jamie Foxx, foi o melhor actor em comédia/musical, dando vida a Ray Charles. Na respectiva categoria feminina, a vencedora foi Annette Bening no filme Being Julia. Natalie Portman, vendeu na categoria de melhor actriz secundária, pela sua prestação em Closer.

Agora resta aguardar pelos óscares, que nos chegam a 27 de Fevereiro.

PS – Os filmes chegarão às salas portuguesas, ainda neste 1º trimestre de 2005.


2005-01-17

 


O naufrágio da luz

Este livro de Hernán Neira conta-nos a história de uma pequena e miseravel ilha e dos seus habitantes. Ou se calhar conta a história de um faroleiro e da sua companheira, ou se calhar conta a história da humanidade dado ser uma alegoria.

Sendo um livro interessante é igualmente angustiante pela forma como transmite a claustrofobia que uma ilha pode ser.

Uma pessoa só, um simples faroleiro podia iluminar o horizonte mas não podia iluminar o interior de um ser humano que se tinha alheado da luz, não podia confrontar-se com sombras que não são físicas nem com uma secura, escassez e história concentradas na intimidade de Mareika e, da mesma forma que ela era incapaz de conceber-se feliz, eu também não consegui imaginar a minha salvação sem contar com a dela, não consegui conceber a minha independência e fuga solitária e fiquei amarrado a uma ilha de esterco com as mesmas cordas de seda que me amarravam a Mareika.

Este romance ganhou o Prémio “Las Dos Orillas" do Salão do Livro Ibero-Americano de Gijón.

 
JÁ PODES

Já podes. Nessa sala escura
Quase se confundia o negrume
Os contornos a respiração,
O corpo contra os móveis.
Um movimento aquático,
Sem relógios,
Risos abafados,
Comunidade invisível,
Ofegante,
Na fronteira da infância.
Este jogo, há muitos anos.
Não me
Encontraram
E eu não encontrei ninguém.

Pedro Mexia
In Vida Oculta
Edições Relógio D’Água



2005-01-16

 
Na edição de hoje o DN divulga um livro sobre faróis ... fiquei com vontade de o ler! para despertar o apetite aqui fica o artigo :

A arquitectura dos faróis portugueses Será que existe invenção mais mítica? Que mais provoque sonhos no homem? joão céu e silva

Os construtores de faróis e faroleiros têm mais histórias para contar do que quaisquer outros homens. Não há muitas dúvidas nessa riqueza de património que originou contos, novelas e romances ao longo de séculos, desde que em Alexandria se ergueu uma das sete maravilhas do mundo, na ilha de Pharos. Dizem que tinha mais de cem metros de altura e que, recuperadas as suas pedras do fundo do mar, deu para fazer a bela fortaleza que se ergue actualmente no sítio onde o farol iluminava o Mediterrâneo.Portugal, com uma costa de tantas centenas de quilómetros de comprimento, não podia escapar à edificação destas invenções dos homens para proteger os outros que navegavam perto do seu litoral. E, deste modo, possui algumas dezenas de exemplares, que já passaram pelas várias fases do conhecimento científico, e estão prestes a entrar no patamar electrónico, sem homens a cuidar dos feixes de luz - que já resultaram de fogueiras, de combustível e, mais recentemente, da electricidade -, mas ainda a cumprir o seu objectivo de alertar.Este livro - Guia dos Faróis de Portugal - não é o primeiro a tratar do tema, mas fá-lo de uma maneira inovadora e que merece um passar de olhos atento e um lugar na biblioteca. Principalmente porque reproduz uma a uma essas torres que se encavalitam no litoral e lançam sinais luminosos cadenciados. O autor coloca-nos perante três mapas - Continente, Madeira e Açores - onde graficamente mostra a localização e alcance de cada farol. Em seguida, introduz uma ficha que os posiciona geograficamente, descreve o equipamento, altura e características. E, como se pode ver nas reproduções ao lado, exibe-os em belas ilustrações, como um bilhete de identidade arquitectónico. Enfim, faz-se luz sobre os faróis



 
Sondagens... dah !

A casa onde moras tem telefone fixo ?
Costumas estar muito tempo em casa ?
Quando o telefone toca, costumas ser tu a atender ?
Se te disserem que estão a fazer um estudo, ouves mais que as cinco primeiras palavras ?

Se respondeste a sim a todas estas qustões, diz-me só mais uma coisa, e se te perguntarem em quem estás a pensar votar, dizes mesmo a verdade ?

Até pode ser que tenhas respondido sim a todas estas perguntas, mas parece-me que a percentagem de portugueses que fica de fora é cada vez maior, e se calhar a que fica de dentro corresponde a um determinado perfil que não representa todo o espectro eleitorial.

2005-01-15

 
Há um ano "postavamos" assim...
Memórias de Farol


Um arco-íris


Percorremos caminhos
Vislumbramos rotas
Paramos
Recomeçamos num lugar qualquer
Sem eu, sem ti
Nós.

Mergulhamos os nossos corpos
Num arco íris de cores imaginárias
Fusão emocional
Temperamental
Tão nossa.

Enquanto o amarelo aquece
Para que não tropecemos no frio
Adormeçamos no vulcão
Eterna erupção
Revolução
Do nosso sentir.

O quadro é de Georgia O'Keeffe e tem o nome de "Yellow Calla".

Post por Paula em 2004.01.15


2005-01-14

 
#2 - Funcionalismo Público
A tradição já não é o que era


Imaginei uma manhã perdida. Levar os meus filhos para fora do país, implica tirar o BI. E tirar o BI implica, sabe-se lá porquê já que tenho as cédulas deles, tirar certidões de nascimento. Ora os meus dois filhos são ambos lisboetas, mas tendo cada um a sua freguesia e, como tal, a sua conservatória, visualizei duas secas em locais diferentes, mas, o fim justifica os meios, e lá fui à procura da morada da 7 ª e da 10 ª conservatória.

Ah pois é, eu não sabia, mas sabe-se lá desde há quanto tempo, todas as conservatórias de Lisboa estão agora congregadas num único edifício. Melhor! Apesar de estarem em andares diferentes, em cada um deles não perdi mais de cinco minutos mal dando tempo para apreciar um espaço funcional, agradável e colorido que é todo aquele edificío sito na Fontes Pereira de Melo.

Até os funcionários tinham sorrisos no rosto !!!




2005-01-13

 
#1 - Funcionalismo Público
A tradição já não é o que era


Foi no final do ano passado que, num processo que envolveu a empresa onde trabalho, me estreei em tribunal na qualidade de testemunha.

Dirigi-me ao Tribunal do Trabalho na Almirante Reis e eu, virgem na matéria, pensei que ia deparar com um juiz severo e de meia idade, uma sala imponente e austera e um oficial de justiça zeloso a estenografar o meu depoimento.

No entanto, mal fui chamado à sala de audiências vi que estava enganado. A juiza devia ter a minha idade e era afável, o oficial de justiça estava sentado atrás de um PC onde teclava furiosamente qual blogger em hora de ponta, e a própria sala não tinha a severidade que eu imaginara. O interrogatório foi pouco formal tendo chegado a juiza a pedir a uma testemunha para fazer um boneco para ela perceber melhor, ou uma das testemunhas sugerir à juiza que fizesse antes essa pergunta a outra testemunha que estava mais por dentro do assunto.

Pois é, a tradição já não é o que era, e não fosse o facto da juiza e dos advogados estarem de "bata preta" e o oficial de justiça com uma capa à super-homem, e até pareceria que tinhamos chegado ao século XXI.


 
O PEQUENO MESTRE

Era muito novo.
Os mais velhos nem me viam.
Mas entre os mais novos
Possuía uma espécie de aura.
Gostava de os conduzir.
Gostavam da condição de conduzidos.
E logo por mim, em mim.
Nem sabiam quão triste teatro.

Pedro Mexia
In Vida Oculta
Edições Relógio D’Água

2005-01-12

 


A sombra do vento

Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez a visitar o Cemitério do Livros Esquecidos. – assim começa este extraordinário livro de Carlos Ruiz Zafón, com a ida de Daniel, ainda criança, ao cemitério dos livros esquecidos onde vai encontrar um romance de Julian Carax. A partir daí a vida de Daniel enrodilhar-se-á para sempre com a do livro e do escritor que lhe deu origem, em cada esquina de Barcelona, no pós guerra.

O livro tem de tudo o que é necessário para fazer um bom romance, uma boa trama, um fino recorte literário, o ambiente de Barcelona muito bem descrito e muitos sentimentos e sensibilidades de diferentes personagens em que cada uma tem uma profundidade e uma personalidade que dá gosto explorar. Apenas o ritmo do romance, que alterna entre a velocidade furiosa e as paragens de devaneio no tempo, poderia ter uma maior uniformidade.

Pois como já perceberam adorei e recomendo-vos. Fica aqui um pequeno trecho para aguçar os sentidos:

- Daniel – murmurou com um sorriso em contraluz.

O fumo azul do cigarro velava-lhe o rosto. Os lábios brilhavam-lhe de batom escuro, húmidos e a deixar marcas no filtro que segurava entre o indicador e o anelar. Há pessoas que se recordam e outras que se sonham. Para mim, Nuria Monfort tinha a consistência e a credibilidade de uma miragem: não questionamos a sua veracidade, seguimo-la simplesmente até que se desvanece ou nos destrói. Segui-a até ao acanhado salão de penumbras onde tinha a sua secretária, os seus livros e aquela colecção de lápis alinhados como um acidente de simetria.


Site do livro - Aqui

2005-01-11

 
Os conventos, os colégios de freiras, os castelos, os doces e eu!

Pois é Cris deste-me um mote para um post!
Estou a trabalhar num convento/ colégio de freiras que é muito chique e até tem intercâmbios com colégios franceses: Para preparar a visita dos franceses fui revisitar o meu castelo favorito ( Monsaraz) e, quando estava em plena visita à Torre de Menagem coloquei mal um pé e uma entorse foi o resultado!
Moral da História: Neste momento não posso ir ao ginásio queimar as calorias dos doces que ingeri nas festas, vou para o colégio de canadianas e mochila às costas ( para espanto de todos e escândalo de alguns)!
Pensamento : Tenho de encontrar uma nova Ordem Religiosa que tenha um hábito mais adequado ao uso de mochilas às costas e que não atrapalhe o uso de canadianas! Sim porque não vou deixar de ir a conventos, ginásios e castelos! Jamais ( estou treinando o meu francês) …


2005-01-10

 
Não mata mas desmoraliza

Hoje depois de uma estafante aula de ginástica, 45 minutos non stop, os alunos, eu entre eles, todos estafados, suados....A professora desliga a música e sorri para nós...Prontos já eliminámos um ferrero rocher.

 


Sentidos

Se perguntarmos à maior parte das pessoas qual o sentido que mais prezam, responderão sem hesitar a visão. Na verdade parece que cada vez mais utilizamos esse sentido em detrimento dos outros. No entanto, se me puser a pensar nos maiores prazeres que tiro da vida: o prazer de saborear uma boa comida, o prazer sexual, o de ouvir música, de ler um livro, de ver um filme e de interagir com outros humanos; chego à conclusão que tenho a tendência para fechar os olhos para saborear um verdadeiro pitéu, de apagar as luzes quando faço amor, de procurar a obscuridade para ouvir música e que cada vez interajo mais com outros humanos por telefone ou mail sem que a visão se torne importante.
Na verdade, mesmo a leitura, arranjasse eu um bom leitor, que soubesse fazer os silêncios e as entoações nos sitios certos, e poderia ouvir e não ler os livros.

Resta o cinema e a conclusão é óbvia – para a maior parte das pessoas o grande prazer que tiram da vida é ver um filme ou a televisão em casa.

P.S a Foto é de Dan Olek

2005-01-07

 


Esdou consdibado

Endão não é gue abanhei uma consdibação da nebe, eu gue nem fui à Serra da Esdrela, onde barece gue nem seguer a habia, bor causa do beu filho gue lá foi bassar o fim do ano? Denho suado e esdou berbelho gue nem um sueco no Algarbe no bino do berão. Bas a bior chadice é gue durande esdes dias o delefone não barou de docar desde banhã, o gado não deixou de me chadear o juízo, sembre aos bulos em ciba da cama, o serbiço desadinou com urgências barbas, adé as beninas do Banco, dos Delefones e das Besguisas me seringaram a boleirinha, cansada, confusa, sonhando com drabalhos gue não dinha de fazer... Ai, esdou fardo!...
Esde começo de ano esdá buindo negro. Não é bor causa das lisdas bardidárias, gue esdão a dar drabalhada, não é bor causa dos bolídicos, mas é mesmo borgue não me deixam em baz, a dormir, a recuberar forças, bara ber se fico norbal, sem esdar assim fanhoso, assim com o nariz como uma badada grelada, a resbirar como aguele do Bordo. Só esbero gue a minha consdibação não seja brenúncio de bais desgraças. Gosdo de acredidar no didado gue diz gue o gue começa bal acaba bem. Se ainda não sabiam, sou besmo obdimisda.
Devido ao meu esdado consdibacional, beço desculba bela falda de clareza, bas deixo uma legenda: P/V=b, T=d, Q=g, M=b, mas abenas guando busso. Um Bom Ano bara Dodos!

 


Dulce Ferreira, Os antepassados - um documentário do Canal História

O Canal História apresenta - em busca do passado de Dulce Ferreira. Após intensa pesquisa, as equipas de investigação foram descobrir, por debaixo de camadas e camadas de poeira e história, os registos de diferentes intervenções públicas de antepassados da nossa mui querida Dulce Ferreira. Fica então o resumo, para a posteridade, da importante colaboração da família Ferreira para a humanidade:

«Um primo meu telefonou-me a dizer que houve "umas explosões e umas coisas" mas que não é muito mau. E assim até estou contente porque assim posso ver uma série de animais novos, diferentes de tudo o resto. Se calhar levo um para Cascais para fazer companhia à minha Lulu.» Josefina Ferreira Torres (tia de Dulce), de férias na antiga União Soviética, Abril de 1986 http://www.chernobyl.co.uk/

«Os meus tios mandaram-me um telegrama a dizer que cheira um bocadinho a incenso por lá, neste altura, mas de qualquer maneira estou contente porque adoro ver homens em fardas, e disseram-me que lá toda a gente é magrinha, muito elegante. E as riscas horizontais estão tão na moda.» Isaltina Salazar Ferreira (avó de Dulce), de visita a Auschwitz, em 1943 http://www.auschwitz.org.pl

«Os meus avós, que estão nos Estados Unidos, mandaram-me uma carta a dizer que houve "uns icebergues e umas coisas", mas estava tudo bem. E assim até estou contente, porque sempre posso dizer às minhas amigas que viajei no maior navio do mundo, agora que o outro foi ao fundo.» Maria Amélia Ferreira (bisavó de Dulce), prestes a embarcar num paquete de luxo para New York, Abril de 1912 http://www.postfun.com/pfp/tracts/titanic.html

«Parece que houve lá uns "vulcões e umas coisas" mas já está tudo bem. Claro que agora já não vou ter todas as condições de férias que iria ter se por acaso não tivesse acontecido nada disto. Por outro lado, estou contente, porque posso sempre ver umas estátuas girissimas que lá existem agora.» Acefelina Tontulla Ferreira (antepassada de Dulce), no embarque para umas mini-férias à cidade de Pompeia, 79 DC http://vulcan.fis.uniroma3.it/vesuvio/79_eruptiontext.html



Não duvidem da veracidade do aqui escrito já que esta informação foi recebida através de e-mail, ou seja, trata-se de uma fonte informática.


2005-01-06

 
O Cheiro Da Terra Depois Das Chuvas

Era uma mulher de olhar velho, abria o vento com as mãos, disspava o fumo pelas paredes da estação que lhe guardavam o tempo, dizia
- Olha as castanhas.
E parecia saber que a felicidade é possível. Guardava sorrisos no interior do avental encardido, assomando ao seu colo, trazendo nas rugas das mãos o papel onde ia limpando as cinzas que o carvão tinha deixado. E o jornal de sábado embrulhava as castanhas com que ia limpando fumo, dando-lhe presença, anunciando o cheiro intenso que inundava as nuvens com que o Outono acompanhava os dias.

Jorge Reis-Sá
In Equilíbrios Pontuados


Ao Jorge Reis-Sá, muito obrigada pela sua simpatia.

2005-01-05

 
O Cão

Era uma vez um cão com três pernas. Foi mijar e caiu.


A Democracia

Era uma vez um país longínquo onde a democracia tinha sido aprofundada até níveis impensáveis. Era uma verdadeira democracia participada. De tal forma que decidiram que cada cidadão podia escolher o destino dos seus impostos.

Como é natural conforme as necessidades e as sensibilidades de cada um, assim encaminhavam mais dinheiro para a saúde, para a educação, obras públicas, etc.

Como é óbvio esse país, por falta de verba, deixou de ter forças armadas.


A Democracia tipo Cão

Era uma vez uma democracia que só tinha três pernas. Foi votar e caiu.



 
Ordo



De Laurence Ferreira Barbosa, com Roschdy Zem, Marie-Josée Croze, Marie-Fance Pisier, Yves Jacques .
Ordo Tupikos marinheiro de trinta e poucos anos, descobre acidentalmente, numa revista uma bela actriz de nome Louise Sandoli. O curioso é que Ordo há 16 anos casou com uma jovem de nome Estelle, menor, cujo casamento foi anulado, e a revista em causa publica justamente a foto do seu casamento.
Ordo tem actualmente uma namorada, mas resolve ir rever a sua ex-mulher, pois não acredita que possam ser a mesma pessoa, e parte ao seu encontro.
O reencontro é estranho, o convívio diário com o cinema e os amigos de Louise, a prepotência da mãe desta, vão intrigando cada vez mais Ordo. O filme gira à volta deles os dois, num jogo de sedução, em que nós vamos conhecendo o passado através de flash-backs, bem realizados, que nos incutam as mesmas dúvidas que ao solitário Ordo surgem. Participam alguns actores portugueses, por exemplo João Lagarto, e o filme foi filmado em Portugal. A ver.


2005-01-04

 


People of the Year: Bloggers

A ABC News escolheu para personalidade do ano de 2004 os bloggers pela forma como permitiram a expressão dos diferentes pensamentos das pessoas sobre cada assunto ou temática.

2005-01-03

 
Uma série de desgraças



De Brad Silberling, com Jim Carrey, Meryl Streep, Billy Connolly, Jennifer Coolidge, Liam Aiken, Emily Browning, Timothy Spall, Luis Guzman.
A história é nos narrada por Lemony um escritor que nos conta a história de três crianças, os Baudelaire, a quem uma série de desgraças lhes bate à porta. Violet tinha 14 anos e era inventora; sempre que queria inventar algo prendia o cabelo com uma fita e não havia nada que não pudesse fazer. Klaus gostava de ler e decorava tudo. Sunny, de apenas 4 anos, tinha dentes afiados e gostava de morder coisas. tudo corria bem até ficarem órfãos. Os pais são vítimas de um misterioso incêndio e são entregues a um Tio distante – o Conde Olaf, um malvado, excêntrico actor de teatro, que os submete a horrores e que tenta inclusive matá-los.
Os cenários e o guarda roupa estão muito bem adequados à história, Jim Carrey convence no seu papel, multifacetando-se em personagens, as crianças também estão bem, é um filme engraçado para a pequenada ver, se bem que algumas pontas fiquem desatadas na história. Dispensável.

 


O Bairro de Gonçalo M. Tavares

Em 2002 Gonçalo M.Tavares escreveu O senhor Valéry, um livro infantil para adultos, um pouco na linha de Palomar de Italo Calvino, e onde relata os pensamentos originais e os desenhos do senhor Valéry, um homem franzino e solitário. No ano seguinte publica O Senhor Henry, um verdadeiro apreciador de absinto que o inspira para o seu pensamento cientifíco e a sua peculiar filosofia de vida.

No ano que agora terminou, junta os dois últimos vizinhos deste bairro, O Senhor Juarroz e O Senhor Brecht, sendo que este último é, a meu ver, o melhor destes quatro livros-irmãos e os seus micro-contos parecem-me, nitidamente, posts.

Estes não são os melhores livros deste escritor que muito aprecio, mas são perfeitamente hilariantes para quem consiga entrar no mundo bizarro do raciocínio destas quatro personagens ímpares.

O senhor Valéry conhecia apenas duas pessoas. A pessoa que ele era, nesse exacto instante, e aquela que ele tinha sido no passado.
O senhor Valéry dizia:
- Se continuar a viver conhecerei uma terceira pessoa.
E nestas alturas o senhor Valéry sorria, com o seu ar vago e inteligente, caminhava, com passos pequeninos, em direcção ao seu próprio Eu que se encontrava no dia seguinte.

in As três pessoas – O Senhor Valéry


O senhor Henry disse: os celtas acreditavam que se tornasses surdo um homem, esse homem ficaria para sempre teu escravo, porque não poderia recolher ensinamentos de mais ninguém.
... mas isto era no tempo em que a escrita ainda não tinhasido inventada. Nemn o cinema.
... agora é preciso tornar surdo, cegar, cortar as mãos e os pés de um homem se o quiseres como escravo.
... é que nos dias que correm aprende-se por todos os lados do corpo.
... o que na minha opinião é uma falta de higiente.

in A porcaria – O Senhor Henry


A esposa do senhor Juarros começava a ficar irritada.
- Sobes ou não ?!
O senhor Juarroz, porém, nada ouvia e nada via porque estava a pensar:
a invenção da máquina de lavar roupa permite que um cidadão deixe de lavar roupa com as mãos;
a invenção do telefone evita que o cidadão percorra grandes distãncias só para dar um recado;
a invenção do escadote permite que um cidadão não necessite de subir lá acima.

in Objecto no telhado – O Senhor Juarroz


Como acreditava que tinha um anjo protector no seu casaco nunca o despia.
Quando o quiseram recrutar para a batalha ele disse logo que sim, desde que pudesse combater com o casaco vestido. O casaco tem lá dentro um anjo que me protege, justificou.
Claro que as hierarquias militares não aceitaram. Ninguém combate sem uniforme. O homem do casaco insistiu, mas nada feito. Não o aceitaram. Ficou em casa.
Os soldados que entraram na batalha morreram todos.

in O casaco – O Senhor Brecht

2005-01-02

 


Natal radical

Com a saída de casa da sua única filha, os Kranks, casal de meia idade, resolvem esquivar-se ao Natal e irem ter um cruzeiro nas Caraíbas com inicio a 25 de Dezembro. No entanto a comunidade onde estão inseridos aceita muito mal essa decisão e começa então uma série de gags estafados e de pouca imginação que termina como em qualquer outro filme desta época. Não fosse a qualidade de Tim Allen como actor cómico e o filme seria uma desgraça completa. Assim, dá para ver e soltar de vez em quando, uma ou outra gargalhada.

2005-01-01

 
Ano novo

Normalmente no primeiro dia de cada ano as pessoas definem um conjunto de objectivos, promessas e vontades de fazer mais e melhor. Não sei se é por estarem de ressaca ou ensonadas mas a verdade é que os esquecem durante os restantes 364 dias do ano.

 
À procura da terra do nunca



Do Director de Monster’s Ball, Marc Forster, com Johnny Depp, Kate Winslet, Dustin Hoffman
Um filme que nos fala de amor, amizade e morte. Conta-nos o percurso de J.M.Barrie o criador de Peter Pan, aquele menino que teimou em crescer. Barrie, e o seu inseparável cão, actualmente casado com Mary, encontra-se numa fase má da vida, a sua última peça não foi bem sucedida. Conhece uma família, composta por uma viúva e quatro filhos, e a amizade nasce como por magia, Barrie precisa desta família para escrever e para se inspirar, os miúdos por sua vez vêem em Barrie um homem que os permite sonhar, imaginar, crescer, brincar, já a viúva vê nele a necessária estabilidade para o crescimento dos seus filhos. Um dos filhos, Peter, encontra-se ainda muito fragilizado com a morte do seu pai, tecendo alguma resistência na vida. Barrie acaba por através desta família criar a peça Peter Pan, ao longo do filme vemos a peça ser escrita, encenada até ao final. Vemos quem na família inspirou o autor nas suas personagens. Ao mesmo tempo a vida destes personagens vai-se desenrolando, entre o amor, muita amizade e até a morte. Mas iremos aprender que com a morte poderemos talvez, alcançar a terra do nunca essa terra cheia de magia e muito pó mágico. Não se esqueçam, que cada vez que uma criança diz não acreditar em fadas, uma morre, por isso há que acreditar em fadas, e viver com muita imaginação, um dia de cada vez. Além de o filme nos permitir conhecer a verdadeira história de Barrie, é também uma lição de vida, que temos de ter em conta, com as crianças e restantes pessoas que nos rodeiam na vida. Um filme cheio de emoção à flor da pele, ternurento, frágil, muito muito bom! Imperdível.