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2003-09-11

 

Foto de Salvador Allende
Nem esquecimento nem perdão

O dia 11 de Setembro de 2001 foi um dia dramático para os Estados Unidos da América, foi no entanto muito mais dramático o dia 11 de Setembro de 1973 para o Chile quando Augusto Pinochet derrubou o Presidente Salvador Allende instalando uma das ditaduras mais sanguinárias de que há memória.

Quando, recentemente, o Juiz espanhol Garzón emitiu um mandado de captura contra Pinochet, o escritor chileno Luís Sepúlveda que chegou a exercer funções na guarda pessoal de Allende, começou a redigir um conjunto de textos que foram divulgados em vários jornais e através da internet. 30 anos passados sobre o golpe de estado, esses mesmos textos deram origem ao livro “O General e o Juiz” onde sob o lema do Conde de Monte Cristo “nem esquecimento nem perdão”, Sepúlveda invoca as memórias das vitimas para que não sejam esquecidas e aponta um dedo firme aos responsáveis.

Nesta obra bastante politizada mas igualmente literária de Luís Sepúlveda, também não é esquecido o outro 11 de Setembro, o que encheu os écrans da CNN. – “Disseram que, depois do 11 de Setembro, nada seria igual no mundo. Tudo mudou para as vítimas dos atentados terroristas. Tudo mudou para as vítimas civis de uma operação de vingança – e não há maior perversão das palavras que a de dizer que vingança é sinónimo de justiça -, tudo mudou a favor dos senhores da guerra, chamem-se militares do Hamas ou Rumsfeld, Sharon ou fanáticos da Yihad.”

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