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2007-03-30

 
Dia 2 de Abril, sai Amor, Escárnio e Maldizer o mais recente trabalho da Doninha

 


Doi-me a cabeça, podia ir ali à farmácia comprar uma aspirina mas vou antes fazer uma cirugia

Não me parece possível que ninguém tenha um raciocínio destes. Tal como não consigo imaginar alguém a ser internado sem que haja verdadeira necessidade para isso. Por isso não consigo conceber como é que vão passar a ser aplicadas taxas moderadoras a cirugias e a internamentos já a partir deste fim de semana.

É que, diz a nossa Constituição no seu artº 64 que o serviço de saúde é tendencialmente gratuito, e portanto as taxas moderadoras visam, isso mesmo, moderar. Ou seja, moderar a utilização abusiva e desnecessária dos serviços de saúde. Apliquem assim taxas moderadoras a quem vai ao hospital para que não vá só por ir. Mesmo aí penso que deveriam ser aplicadas apenas naqueles casos em que se verifica que o utilizador do serviço não tinha verdadeira necessidade de ir à urgência.

A aplicação das taxas moderadoras a estes serviços (internamento e cirugia) trata-se apenas de por o utilizador a pagar uma parte (ainda que diminuta) do serviço, e tal parece-me inconstitucional além de uma pouca-vergonha.

2007-03-28

 
Para verdadeiros cinéfilos, aqui fica um bom link para compras:



http://www.cinemascope.com.pt/Html/home.htm

Posters, pins, canecas, etc, tudo com muito cinema! Espreitem que vale a pena!

2007-03-26

 
Um país salazarento

Se Arístide de Sousa Mendes tivesse ganho o concurso dos grandes portugueses, estaria aqui a enaltecer o papel da RTP ao ter dado a conhecer esta figura ímpar da nossa história mas afinal tão pouco conhecida do povo português.

Por isso, e por honestidade intelectual, não posso deixar de relevar o facto de ter sido Salazar a pessoa que recolheu mais votos telefónicos. Mas será que vivemos num país onde as pessoas têm memória curta ? Onde as pessoas já não se lembram, ou nunca souberam ou quiseram saber do que era o antigo regíme ?

Penso que todos estes votos são sintomáticos de uma parte da população portuguesa, que teve todo o gosto em gastar 60 centimos na chamada telefónica. Nada de nazis nem de neo-fascistas, mas sim pessoas simples e saudosistas. Aquelas pessoas que tanto dizem que agora são tudo facilidades, que as crianças de hoje têm tudo e que dantes não havia nada, que recordam os quilómetros feitos a pé e ao frio até à escola mais perto, muitas vezes descalços. Mas que, ao mesmo tempo, e em perfeita contradição brilha-lhes os olhos com o antigamente é que era e que faltam meia dúzia de salazares para pôr isto em ordem.

Mais que uma questão política, esta é uma questão sociológica, o saudosismo habitual que as pessoas de mais idade têm dos seus tempos de juventude, e a dificuldade de “encaixarem” algumas das coisas menos boas que a modernidade trouxe a este país.

2007-03-24

 


O último cabalista de Lisboa

Quando Richard Zimler, em 1990, se deslocou à Tirquia devia estar longe de imaginar que iria descobrir um manuscrito do inicio do século XVI e que origem a este excelente livro que conta, do ponto de vista de um judeu, o inicio da inquisição em Portugal.

No entanto, e apesar da sua vertente histórica e da narrativa ser sempre vista sob o olhar de um cabalista, trata-se de um romance policial. Quem matou Aabrão e de que forma saiu do esconderijo secreto se o mesmo estava fechado por fora.

Um livro fantástico que recomendo vivamente e que apenas descobri agora, apesar de ter uns aninhos.

 
Simplex na Metereologia

2007-03-21

 

Dia Mundial da Poesia

Um poema de Mário Cesariny (1923-2006)



poema

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco


(Quadro do Poeta - Pranto por Tuparamaru 1978)

2007-03-20

 

Combateremos a Sombra
Lídia Jorge



O novo e esperado romance de Lídia Jorge. Uma terrível questão de grande actualidade: o tráfico e a corrupção. Assustadoramente actual, um livro que não nos abandonará nunca mais.

Numa linguagem fluente, com ritmo de policial, o novo romance de Lídia Jorge prende o leitor da primeira à última página, enredando-o no mistério que envolve as principais personagens desta obra.
Através de Osvaldo Campos, um psicanalista cuja vida vai sofrer uma imensa alteração, penetramos nos meandros da alma humana e no mundo do crime, e é estabelecida a ligação entre as diversas personagens que se nos deparam e as suas respectivas histórias. Ao relacionar-se com uma misteriosa mulher que surge no prédio do seu consultório, e através de uma paciente sua, cujos sonhos com paquetes e obras de arte, são mais do que isso, Osvaldo Campos vê-se detentor de vários elementos que apontam para uma muito bem organizada rede de tráfico que envolve várias personalidades públicas. Ao pretender denunciá-la envolve-se numa saga pessoal que na sua sombra esconde um terrível rasto de veracidade.
Neste seu nono romance, Lídia Jorge explora a alma humana e presenteia-nos com um variado grupo de personagens que encerram em si mistérios que vão para além dos da psique.
Assustadoramente actual, este é um daqueles livros que não nos abandonará nunca mais.
In Fnac

(promete !)

2007-03-15

 


O consumidor é quem mais ordena

Hoje é o dia mundial do consumidor e está mais do que na altura que nós consumidores, que somos todos nós, passarmos a introduzir um novo vector na dicotomia habitual qualidade / preço.

É que já não basta decidirmos o que vamos adquirir tentando conjugar estas duas vertentes. É importante pensarmos que somos nós, os consumidores, que temos o poder na nossa mão, e que se queremos um mundo melhor, mais justo, com maior respeito pelos direitos humanos e pelo meio ambiente, então de cada vez que vamos escolher um produto ou serviço a adquirir, também temos de englobar na nossa escolha, se esse mesmo produto ou serviço foi feito, ou não, de acordo com os nossos principíos éticos.

Será que não é preferível pagar um pouco mais, se necessário, mas ter a certeza que não foi utilizada mão de obra infantil, ou que as fábricas que produziram esse produto não fazem descargas poluentes para os rios ?

Só que para podermos ter esse papel fundamental para mudar a sociedade, torna-se imperioso que seja transparente para quem compra o produto, de que forma o mesmo foi feito. Já não nos basta a lista de ingredientes, o país de origem e o preço. Está na altura de na rotulagem poder vir uma garantia da forma como cada produto foi feito.

Só assim, podemos de forma fácil e efectiva, também no consumo, mostrar que um outro mundo é possível.

2007-03-14

 
O Labirinto do Fauno



Uma história, uma fábula que Guillermo del Toro, nos traz!

Teve seis nomeações para os Óscares, tendo arrecadado os de melhor fotografia, melhor direcção artística e melhor caracterização.

Ofélia é uma menina sonhadora, que por vezes mistura a realidade e a ficção. Acompanha a sua mãe, numa fase difícil de gravidez, para junto do seu padrasto, um Oficial do regime franquista, homem cruel, que se debate com guerrilheiros.
Este oficial vive numa casa rural junto a um universo subterrâneo de mitos, magia, faunos e fadas, e Ofélia é chamada para uma missão muito especial, que lhe poderá mudar a vida.

È uma espécie de Alice no País das Maravilhas, mas sem ser a “cores”! Com excelentes interpretações, magníficos efeitos visuais, que nos transportam para além da nossa imaginação, um filme a ver!

2007-03-11

 
As Vampiras Lésbicas de Sodoma
de Charles Busch




A história:

Uma história vertiginosa que começa nos tempos bíblicos, em Sodoma, e acaba na sala de ensaios de um "musical", nos nossos dias.



Eles e ela:

João Carracedo, João Craveiro, Manuel Mendes, Rita Lello, Simão Rubim, Tobias Monteiro



Onde:
Local: Teatro-Estúdio Mário Viegas
Em cena de 2006-04-06 a 2007-03-17
Horário: Sextas e Sábados às 22h

Recorda-se:
Três deles são daquela inesquecível peça, ainda em cena, "As Obras Completas de William Shakespeare em 97 minutos"

Simão Rubim, protagonizou também "O Mocho e a Gatinha"

Recomendação:
Ver! Rir! Ver! Rir!
Um óptimo antidepressivo para os dias que correm! Ontem foi a exibição 100ª, e é fantástico, como os próprios actores se desmancham eles próprios, com as "insanidades" que verbalizam!

Um espectáculo a ver!



Aqui fica o Blog das Vampirescas! ;)de onde aliás roubei as fotos!

As vampiras lésbicas de sodoma

2007-03-10

 


Musk

O senhor Eme é um velho conquistador que, à moda antiga, e envolvendo o seu próprio e característica odor com o perfume Musk, se torna irrestivel para as mulheres de meia idade.

Para o senhor Eme, Musk não é um perfume, é a sua verdadeira essência. Daí, quando a fábrica que produzia o perfume é comprada e o perfume altera a sua fórmula, o senhor Eme vê-se diminuído em todas as suas capacidades e toma uma decisão.

Trata-se de um romance interessante de Percy Kemp publicado em Portugal, pela Bizâncio, já em 2003 mas que só agora me passou pelos olhos e que mostra como um ser humano pode perder uma enorme auto-estima e, recuperá-la ?, por motivos ridiculos para os demias, mas enormes para o próprio.

- Eu cheiro... diferente? - perguntou, quando o empregado de mesa os deixou sozinhos.
Eve não disse nada, mas debruçou-se por cima da mesa para o cheirar com ternura.
- É isso - disse ela, inspirando fundo, - é o que eu pensava. O cheiro é o mesmo, mas ainda assim é diferente.

2007-03-07

 


50 anos de RTP

Desde que me lembro, sempre houve televisão lá em casa. Claro que não tenho 50 anos, mas também é provavel que nessa altura o número de televisores fosse bastante limitado.

Por isso, é dificil imaginar a mudança que a televisão significou na vida das pessoas. Mas deve ter sido ainda mais significativa de duas mudanças, recentes, que alteraram a vida dos portugueses e que testemunhei: a televisão por cabo com toda uma panóplia de canais e a internet.

Se hoje me parece irreal ter vivido tantos anos sem a net à mão, ou sem a possibilidade da escolha múltipla de canais aumentada pelos aparelhos de vídeo e dvd, o que seria a vida quando nem televisão havia. Todos juntos à volta do rádio ?

 
Hannibal – Por Trás da Máscara



Baseado em mais um romance de Thomas Harris, neste filme acompanhamos a infância do nosso já conhecido e inesquecível Dr. Hannibal Lecter.
Três fases diferentes da sua vida, em Lituânia, Inglaterra e Rússia. A morte da sua família, a “tentativa” de justificar o seu comportamento, o acolhimento de uma Tia, que lhe irá mudar a sua vida.
Um projecto arrojado, mas que não convence, perfeitamente dispensável.

2007-03-05

 
diz que é uma espécie de Paulo Portas...

 


Até onde se pode ir ?

Estamos em Londres, em 1952, e um grupo de jovens católicos reune-se diariamente. Mas mais do que a fé que os move, é o medo do inferno. Assumem, assim, que esta missa diária os pode compensar dos seus pecadilhos diários, quase sempre cometidos apenas com o pensamento.

David Lodge, conta-nos a vida destes jovens e da sua evolução no seio de uma igreja que também evolui. Dos movimentos dentro e fora da igreja e acima de tudo de como a repressão sexual, antes do casamento, e do não uso de contraceptivos, depois do casamento, os marcou ao longo da vida.

O tema é recorrente no autor, mas talvez nunca David Lodge tenha descrito tão pormenorizadamente as grandes discussões teológicas e morais após o vaticano II, e a forma como isso afectou a vida das pessoas duma Inglaterra profundamente religiosa. Uma das qualidades deste livro, é não tentar concluir nada. Não há bons, nem maus. Não existem práticas boas, nem práticas más, ainda que algumas personagens sofram verdadeiros pesadelos com as opções que tomaram.

A outra grande qualidade deste livro, é a escrita. David Lodge nunca desilude, e no seu estilo sóbrio, descreve sentimentos e estados de alma como ninguém. Talvez porque, como acaba por “quase” confessar no final do livro, ele também era um deles.

Miriam tinha razão. Para todos os que casaram nos anos cinquenta, com excepção da pobre Violet, a década seguinte foi dominada por bebés. No final de 1966, Dennis e Angela, Edward e Tessa, Adrian e Dorothy, Michael e ela própria, Miriam, tinham ao todo produzido catorze filhos, apesar dos esforços permanentes para que tal não acontecesse. Quer dizer, embora cada um dos casais quisesse ter filhos, eles chegavam mais depressa e com maior frequência do que os pais desejavam ou planeavam. A razão óbvia era a de obedecerem ao ensinamento da Igreja e confiarem na abstinência periódica como meio de planear a família, sistema conhecido como método das temperaturas ou método seguro e que, na prática, não era seguro nem aferível.

 
O Último Rei da Escócia



Este filme tem duas vertentes, por um lado retrata Idi Amin Dada, ditador do Uganda, cujo regime durou até 1979, tendo sido responsável por mais de 300 mil mortes.
Por outro lado apresenta-nos uma personagem ficcional um jovem médico escocês, que se deslumbra com África e com este “Rei”.
Ficando preso a este regime sem se dar conta, o jovem médico acorda tarde demais para a realidade.
Um óscar de melhor actor para Forest Whitaker, bem merecido, mas pouco se falou de James McAvoy, que teria merecido sem dúvida, pelo menos uma nomeação para melhor actor secundário.

Um filme a ver.

2007-03-01

 




O Bom Pastor

Realizado por Robert De Niro, com Matt Damon, Angelina Jolie, Alec Baldwin, William Hurt, Robert De Niro

É o 2º filme realizado por De Niro, e podem vir mais!

Se ainda não viu, vale a pena ver.

A história do inicio da CIA, uma da maiores agências de espionagem mundial. Um homem é recrutado, através de uma sociedade secreta. Um rapaz algo “cinzento”, sombrio, que assistiu ao suicídio do seu Pai. Tem como permissa não confiar em ninguém! Com o seu País no coração, acima de tudo, e de todos, leva a sua missão sigilosa até ao fim.

O filme divide-se entre duas épocas, entre os anos 40 e 60, que habilmente se fundem permitindo-nos três horas de filme, em que não damos pelo tempo passar.