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2003-12-10

 
Há que ser optimista...

Há períodos da nossa vida em que devíamos ter direito a hibernar, como os ursos. Ou seja, ao mínimo sinal de azar, lá íamos nós para o vale dos lençóis e, só perante um certificado bem seladinho e timbrado, seríamos obrigados a retomar a rotina diária. Estou pronto para encabeçar este movimento reivindicativo!
Além da quase total ausência de inspiração – sabe-se lá o que fiz à minha Musa! -, tive de aturar a porcaria deste CP que, apesar de ser o supra sumo da sua espécie para comuns mortais, resolveu humanizar-se contra a vontade do dono. Mais há um lado bom. Se o SNS contabilizasse também as viroses dos computadores pessoais, as estatísticas seriam bem mais preocupantes. Tomando o exemplo cá em casa, em termos médios, estaríamos de baixa, quase permanente, no último trimestre do ano. Aí é que a produção ia mesmo a pique...
Vacinas, anti-virus? Vacinas não, obrigado, que sempre fugi a elas e há muitos anos que não tenho nenhuma em dia. Anti-virus sempre e nada de pirataria. A questão é que, na generalidade, funcionam por defeito, para utilizadores comuns. Quando se complicam as coisas, acrescentando captura e tratamento de vídeo, descobre-se, ao cabo de muitas semanas e de dezenas de DVDs que foram para o lixo, que as firewalls são mais papistas que o Santo Padre. Opta-se por um menos estúpido mas mais soft e temos uma data de anormais a entrar no que julgávamos um computador pessoal. Mas não privado e sujeito à nossa exclusiva vontade, pelos vistos. Também não têm cá nada de especial para ver, só que não gosto de visitas sem convite e muitos menos de voyeurs.
Mas não é tudo. Para fim de festa, ontem arrombaram-me o carro e levaram-me de lá a carteira, acidentalmente caída no interior, isto mesmo nas barbas de uma força de segurança pública. Mas tenho de reconhecer que foi obra de profissionais, de que só hoje dei conta e por mero acaso. Assim está bem. Um furto limpo e sem estragos até dá gosto. Já dou de barato as compras que fizeram em Badajoz com o meu cartão de crédito, a chatice é que fiquei sem qualquer identificação. Levaram todos os cartões que um comum cidadão pode e deve ter. Ou seja, legalmente, deixei de existir.
Agora estou indeciso. Ou me mentalizo para infindáveis horas de espera para tratar de todos os documentos furtados ou fico assim mesmo. É que isto de não ter o estatuto de cidadão activo começa a ser interessante. Mal comparado, é como marcarem uma operação a um defunto. Visto de outro prisma, significa poupança forçada. Se não posso levantar, não posso gastar. Não há prendas de Natal para ninguém. Mas também não posso alimentar os meus vícios. É nestas ocasiões que me apetecia mesmo hibernar... Bem vistas as coisas, o melhor é tratar dos documentos, aproveitando para melhorar o look das fotos e obter alguns novos cartões e gastar, contra a corrente, todas as poupanças no início do próximo ano, a preços de chuva. Há que ser optimista!

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