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2004-01-23

 


A cruz de Santo André

Este livro é uma crónica de um desmoronamento escrita em papel higiénico. Um relato interminável e aparentemente desconexo de uma série de factos e personagens. Tudo isto a uma velocidade estonteante.

O resultado ? Estranho, delicioso desde que não tenhamos a pretensão de querer seguir o fio à meada, pois cada parágrafo, por si só, é suculento. Segue um trecho deste livro escrito por Camilo José Cela, prémio Nobel em 1989.

De repente aconteceram muitas coisas em pouco tempo: o major don Alfonso foi operado à próstata, isso acaba por acontecer a quase toda a gente; Franco visita a zona de regadio de Bembézar; Heliodoro Erbecedo Fernandéz, o irmão da falecida Ermitas, ou seja a Clara, que vive há muitos anos em Buenos Aires, está de viagem pela Europa e passa pela Corunha; o homem mais velho do mundo chama-se Shiraly Mislimov, tem 164 anos de idade e vive na aldeia de Barravu, no Arzebeijão; duas senhoritas em monoquini são detidas em Sevilha; o jovem cubano Armando Socarrás viaja da Havana até Madrid no trem de aterragem de um avião da Iberia suportando temperaturas de até quarenta graus abaixo de zero.

Ficaram sem fôlego ? É normal, este livro é de cortar a respiração...

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