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2004-01-16

 
Madrugada

Vi hoje um arco-íris,
cheio de muitas cores.
São as dores, as dores
da madrugada.

Quando procuro o eu
e vagueio pelos sonhos
da noite ainda cansada,
o dia é uma incógnita,
uma palavra maldita,
dita sob as olheiras
por um boca fechada.

Eu quero ser como os pássaros,
sem nome, bebendo a natureza.
Vivendo da luz coada pelas árvores,
que me lustram e afagam as penas.
Voar com as asas largas do cio,
mergulhando no esteio do teu rio.

Até que a melodia do crepúsculo
me embale para uma margem dura,
como uma ave abandonada, ferida,
sussurrando, de olhos já fechados,
ainda com medos, quase pecados:
- Foste a mulher da minha vida!

Lisboa, 05.12.2003
(As desculpas, por não "blogado" ontem)

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