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2004-01-14

 
Na net somos melhores ...

Não sei se já repararam mas na net as pessoas são mais compreensivas. Quando entro num chat e após filtrar os "puro engate" facilmente encontro alguém com disponibilidade para me ouvir. Alguém que compreende os meus sentimentos, que me encoraja e que me dá bons conselhos.

Na vida real, ou off-line, as pessoas estão sempre com pressa. Criticam mais que amparam, falam mais que ouvem, desconfiam mais que confiam.

Na net dizem-me, no final de uma conversa – "Gostei muito de falar contigo" ou "espero voltar a ver-te" ou mesmo "é tão bom falar com alguém que me entende". Off-line esse tipo de frases era imposivel. Levo com um "ciao" ou um instituicional "prazer em conhecer-te".

As pessoas que andam na net serão melhores ?

O engraçado é que já conheço pessoalmente muitas pessoas cujo primeiro contacto foi na net. E mesmo com as pessoas, de entre essas, que considero amigas, a conversa flui de forma diferente estejamos on line ou off line. Na net os sentimentos fluem mais facilmente. As pessoas são mais simpáticas, mais atenciosas. Também já me aconteceu a situação contrária – pessoas que conheci cá fora, e com quem troco agora mails ou falo num chat. E também nestes casos, por vezes, a conversa cibernauta resulta melhor.

Num mail a sinceridade é maior.

Daqui poder-se-ia partir para uma análise sociológica que não vem agora ao caso. O que eu penso é, e ao contrário do que se poderá pensar à primeira vista, na net as pessoas são mais sinceras. Quando me dizem "gostei muito de falar contigo", gostaram mesmo. E quando na vida real falam comigo e gostam (será que gostam ?) não o dizem, retraem-se.

Na net somos mais compreensivos, disponíveis e sinceros. E somos mais nós próprios. Ou seja: na verdade nós somos melhores que aparentamos, nós, cá dentro, somos muito mais bonitos do que o mostramos às pessoas com quem convivemos no dia a dia. E, não poucas vezes, essas são as pessoas de quem mais gostamos.

Como prova do que digo, e podem gostar desta crónica ou não, eu nunca seria tão sincero se não estivesse a escrever. Nunca diria estas palavras de viva voz ...

E realmente, é cheio de remorso que confesso que enquanto escrevia esta crónica para a minha página na net, o meu filho veio-me chamar para brincar e levou uma corrida ...

Pedro Farinha

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