2004-01-29
O Mar
Tenho uma paixão incondicional pelo mar. Porque me fez sonhar e transportar para além do horizonte. Mas, sobretudo, porque me acolheu no seu seio. Deixou-me retirar das suas entranhas lapas e polvos, sustento de Verão, numa valsa que ainda hoje me arrepia. Poupou-me a vida, algumas vezes, com alguma crispação, mas reconhecendo a ingenuidade de um puto que teimosamente o desafiava. Depois embalou-me nas suas ondas, deixando-me sulcá-lo com os ventos de feição e adversos. Hoje, que não tenho barco e já não mergulho, contemplo-o, como se lhe devesse tributo. Abeiro-me, com a calmaria que se seguem às tempestades, e deixo-o salpicar-me. Sinto, então, que ele me reconhece e ficamos, ali, a sussurrar recordações, a voar nas asas das gaivotas, a sonhar de novo. É quando a inquietude me assalta e fujo, para resistir ao chamamento. Até um dia...
Tenho uma paixão incondicional pelo mar. Porque me fez sonhar e transportar para além do horizonte. Mas, sobretudo, porque me acolheu no seu seio. Deixou-me retirar das suas entranhas lapas e polvos, sustento de Verão, numa valsa que ainda hoje me arrepia. Poupou-me a vida, algumas vezes, com alguma crispação, mas reconhecendo a ingenuidade de um puto que teimosamente o desafiava. Depois embalou-me nas suas ondas, deixando-me sulcá-lo com os ventos de feição e adversos. Hoje, que não tenho barco e já não mergulho, contemplo-o, como se lhe devesse tributo. Abeiro-me, com a calmaria que se seguem às tempestades, e deixo-o salpicar-me. Sinto, então, que ele me reconhece e ficamos, ali, a sussurrar recordações, a voar nas asas das gaivotas, a sonhar de novo. É quando a inquietude me assalta e fujo, para resistir ao chamamento. Até um dia...