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2004-01-26

 


O PIOR INIMIGO

(...) Estou convencido de que somos o nosso pior inimigo. Aquilo que vem de fora toca-nos na periferia, mas não penetra no interior da cidadela. Aquilo que fazemos, porém, alcança o núcleo do nosso ser. É uma ilusão pensarmos que somos aquilo que a vida - os outros, os acontecimentos... - fez de nós. Somos, antes, aquilo que as nossas escolhas determinaram. A vida pode arrastar-nos de um lado para outro, magoar-nos, oferecer-nos frio ou calor. Mas não nos corrompe. "Quando eu vivia num dos campos de concentração da Alemanha Nazi, pude observar que alguns dos prisioneiros andavam de barraca em barraca, consolando outros, distribuindo as suas últimas fatias de pão. Podem ter sido poucos, mas ensinaram-me uma lição que jamais esqueci: tudo pode ser tirado de um homem, menos a última das suas liberdades - escolher de que maneira vai agir diante das circunstâncias do seu destino", escreveu Vicktor Frankl.

Somos os autores da nossa felicidade ou da nossa infelicidade. Gostamos de nos queixar, mas não temos razão. Podemos adaptar-nos àquilo que nos sucede. Podemos aguentar. Podemos esperar. Mas quando actuamos mal, quando as nossas escolhas são contrárias à nossa natureza humana, chega-se a um ponto em que viver é insuportavelmente doloroso. A dor pode vir-nos do exterior. A felicidade, contudo, está relacionada apenas com o nosso comportamento, com as nossas escolhas, e nada exterior no-la pode roubar (...).

Texto: Paulo Geraldo (http://aldeia.no.sapo.pt)
Fotografia: João Coutinho (http://www.joaocoutinho.net)

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