2004-01-21
Os rostos do Funchal
Rostos sem nome
Sem idade, sem cor, sem cheiro
Simplesmente rostos
Com que nos cruzamos
Na caminhada diária
Olham-se; não se vêem,
Cruzam-se; não se tocam,
Inconscientemente (ou não) afastam-se para não se encontrarem
Por vezes esboça-se um sorriso
Às vezes forçado...
Algumas, essas mais raramente,
Tocam-se as mãos num cumprimento apressado.
Faça sol ou faça chuva
Os mesmos rostos sem nome
Faça dia ou faça noite
A mesma estrada palmilhada
Com pressa ou sem pressa
Os mesmos rostos cabisbaixos....
Nunca há tempo...
Há sempre alguém ou algo à espera
Saímos a correr e chegamos cansados
Com vontade de tudo
Sem vontade de nada
Com mil e um planos na mente
Sem nenhum deles realmente concretizado...
Corremos apressados para quê?...
Olhamos sem ver porquê?....
Chegaremos onde?...
Chegaremos como?....
Valerá a pena a pressa!?.....
Susana Fernandes
Rostos sem nome
Sem idade, sem cor, sem cheiro
Simplesmente rostos
Com que nos cruzamos
Na caminhada diária
Olham-se; não se vêem,
Cruzam-se; não se tocam,
Inconscientemente (ou não) afastam-se para não se encontrarem
Por vezes esboça-se um sorriso
Às vezes forçado...
Algumas, essas mais raramente,
Tocam-se as mãos num cumprimento apressado.
Faça sol ou faça chuva
Os mesmos rostos sem nome
Faça dia ou faça noite
A mesma estrada palmilhada
Com pressa ou sem pressa
Os mesmos rostos cabisbaixos....
Nunca há tempo...
Há sempre alguém ou algo à espera
Saímos a correr e chegamos cansados
Com vontade de tudo
Sem vontade de nada
Com mil e um planos na mente
Sem nenhum deles realmente concretizado...
Corremos apressados para quê?...
Olhamos sem ver porquê?....
Chegaremos onde?...
Chegaremos como?....
Valerá a pena a pressa!?.....
Susana Fernandes