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2004-02-26

 



Já aqui falamos do lançamento deste livro que conta com poemas de três faroleiros, Cristina Augusto, Paula dos Santos e Pedro Farinha entre 40 poetas seleccionados.

O que talvez ainda não tenha dito é que este livro é uma evolução de um projecto iniciado pela comunidade virtual Sonhos de poeta que já editou o livro Poesi@, livro esse que esgotou rapidamente e onde foi possível publicarem pela primeira vez um conjunto de autores que apenas tinha divulgado o seu trabalho pela internet.

Nesta segunda antologia, Na voragem dos dias, o processo de selecção de autores ficou a cargo do Dr. José Paulo Sousa (Biblioteca-Museu República e Resistência), Drª Maria da Conceição Teixeira (Prof. de Portugês e Lit. Portuguesa na Escola Sec. Francisco Simões) e de Drª. Teresa Sampaio (Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa) e julga-se ter-se atingido um novo patamar em termos qualitativos.


Enquanto não podemos escrever o percurso deste livro, apenas o tempo o dirá, pode-se recordar o que foi o Poesi@, nas palavras de Aida Fazendeiro:

O projecto de publicação de um livro , que juntasse autores do canal sonhos_de_poeta e frequentadores da página da comunidade, foi concluído com sucesso.

Como qualquer projecto dinâmico e ousado sofreu, ao longo da sua realização, inúmeras alterações, com que se fez o contraponto entre o sonhado e a realidade possível.

O livro que hoje temos na mão é um livro construído de coragem, na difícil gestão de muitos quereres e de muitos inesperados. É uma aventura a que chamámos Poesi@, palavra de título que reflecte o nosso comum amor pela palavra desafio.

O lançamento em 14 de Dezembro de 2002 , no Bar Ar-de-Rio, no Porto, juntou muitos dos autores, amigos, familiares e amantes de poesia, numa alegre confraternização, em que à palavra poética se juntou o jazz, na voz bonita de Kátia Leonardo.

O que ali se passou veio a ser confirmado pela procura dos livros e pelas apresentações que se seguiram.

Em Ponta Delgada, nos Açores, o livro foi dado a conhecer no dia 6 de Janeiro de 2003, na Livraria Artes e Letras, por iniciativa de Eugénia Vieira e Carolina Viveiros, com largo apoio local, nomeadamente dos media. Curiosamente, a distância física que nos separa, foi mais uma vez ultrapassada pela net, por uma ligação directa com o canal #sonhos_de_poeta.


No passado Sábado, 11 de Janeiro de 2003, em Lisboa, realizou-se, também uma apresentação do livro, na Biblioteca-Museu República e Resistência, pelas 17 horas.

A apresentação esteve a cargo de Pedro Farinha, que soube de forma sóbria e despretensiosa, mas muito correcta e rica, apresentar a antologia e o modo como um sonhador, Manuel Neves, conseguiu congregar vontades e sonhos e concretizar este projecto que cremos inovador inédito.

Uma selecção de poemas foi dita pelas vozes de José Paulo Sousa e Margarida Narciso.

Viva foi a presença de todos os autores, cujos poemas foram representados na projecção de uma bela colecção de slides elaborada por Pedro Farinha.

Colaborou na sessão o grupo Zurrapa.

Formado por três talentosos jovens, o grupo recriou, à sua maneira, num registo vanguardista de qualidade, a "alma" da poesi@. Os sons criaram tensões à volta da palavra, morderam-na, saborearam-na, reinventaram-na, desnudaram-na, vestiram-na de gestos e movimentos. Viveram-na.

Seguiu-se uma sessão de autógrafos e confraternização.

A aceitação do livro foi óptima, em Lisboa, como em todos os outros locais do país onde foi difundido, encontrando-se praticamente, esgotada a edição. De momento apenas restam alguns exemplares nos pontos de venda, o que, evidentemente , muito nos alegra.

Termino esta minha reflexão sem que me apeteça colocar um ponto final parágrafo. Sei que para alguns este será apenas o início da aventura. Se não lhes faltar a força, a coragem, a humildade e o trabalho , talento também não lhes faltará. Realmente não me apetece usar o ponto final, preferia partilhar as reticências, preferia partilhar as dúvidas, preferia partilhar o sonho e a esperança, porque…


"O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura…"


Miguel Torga, in Cântico do Homem

Como se viu, uma nova aventura teve agora inicío...



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