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2004-02-12

 
Olhares...

Olhei sem sentir um olhar cansado que me estudava as formas turvas e fugidias.
Olhava sincero de dias vividos em calma harmonia com o tudo e o nada que a vida emprestava.
Olhou com certeza de ter já visto uma, duas, todas as vezes no sempre e no nunca de um dia eterno.
Olhares que se afastam e juntam no fim do nada princípio de tudo, horizonte infinito.
Olhavas tu que não eu para mim que não tu mas um só, juntos para sempre na mais pura solidão de um mundo inteiro, multidão silenciosa que olha mas não vê senão tu e eu.
Olhamos agora, mais logo ou nunca talvez, sempre por certo sem ninguém por perto que olhe por nós.
Olhámos ontem ou hoje, pois já não olhamos, morreu o olhar mas nunca a certeza de poder um breve momento para sempre durar.

Gustavo Vasconcelos - |a voz|

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