2004-05-03
Galos de crista baixa
Há cada vez mais galos com a crista baixa. Sinal dos tempos. Agora olham à distância a paisagem que antes não viam. Talvez se surpreendam com o que os rodeia ou, simplesmente, começaram a entender que deixaram de ser o centro das atenções e passaram a alvo. Os muros do mundo de ficção que foram criando, ao longo do tempo, no doce embalo do poder das coisas efémeras, ruiu. Começam a sentir-se só, abandonados. Alguns, estrebucham, ainda, como o galo mal decepado que bica sem ver, apenas porque presente o segundo golpe da faca. Finalmente, há galos que não sendo dignos da capoeira, vão perdendo o canto (e o encanto), vão baixando a crista, recuando, aos poucos, para o canto mais escuro do galinheiro.
Há cada vez mais galos com a crista baixa. Sinal dos tempos. Agora olham à distância a paisagem que antes não viam. Talvez se surpreendam com o que os rodeia ou, simplesmente, começaram a entender que deixaram de ser o centro das atenções e passaram a alvo. Os muros do mundo de ficção que foram criando, ao longo do tempo, no doce embalo do poder das coisas efémeras, ruiu. Começam a sentir-se só, abandonados. Alguns, estrebucham, ainda, como o galo mal decepado que bica sem ver, apenas porque presente o segundo golpe da faca. Finalmente, há galos que não sendo dignos da capoeira, vão perdendo o canto (e o encanto), vão baixando a crista, recuando, aos poucos, para o canto mais escuro do galinheiro.