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2004-06-03

 


E se estabelecessem quotas para ministros com bom senso ?

A questão sobre a necessidade futura de criar quotas para homens no curso de medicina deixou-me estupefacto. Li no entanto argumentos diferentes, ambos errados, mas nitidamente diferentes.

Segundo Germano de Sousa existe necessidade de haver uma maior equílibrio entre os sexos. Também os utentes dos serviços de saúde são de ambos os sexos e não parece mal à primeira vista, a de ter uma uniformidade entre quem atende e quem é atendido.

Li ainda que, por exemplo, os homens poderiam não estar à vontade para irem a consultas de urologia dadas por mulheres médicas. Primeiro não é verdade. A maior parte dos homens que conheço sente-se mais à vontade em falar de problemas íntimos a mulheres do que a outros homens onde se podem estabelecer comparações ou concorrências.

Refira-se ainda que nessa lógica de colocar uma uniformidade entre quem atende e quem é atendido, não podemos dividir o mundo apenas em sexos. É melhor arranjar uma quota para ciganos por exemplo, já vi muitos serem atendidos e ainda não encontrei nenhum médico. E negros, parece-me que também há poucos, e ucranianos, e homossexuais, e lésbicas, e adeptos do Leixões, leitores do Expresso, etc. - isto porque existem inúmeras diferenças entre as pessoas e é errado pensarem só na sexista.

Mas depois disto vi o sr. Ministro na televisão a explicar que o verdadeiro problema é as mulheres terem um maior absentismo devido às tarefas domésticas e à maternidade !!!! Até a Manuela Ferreira Leite ao lado dele se crispou (claro), afinal o problema é que as mulheres faltam muito. Todas ? Se calhar existem outras opções a considerar por este ministro:
- A laqueação de trompas para quem quer exercer medicina.
- Só aceitarem médicas lésbicas e manterem a proibição de adopção de crianças por casais homossexuais;
- Só aceitarem mulheres já com dois filhos e crescidinhos (raro é o casal com mais de dois filhos)

Para além do mais é melhor olharem também para os médicos homens. É que pode haver algum que também falte para ficar em casa com o filho. Pode haver algum que também ajude nas tarefas domésticas e não esteja disposto a viver sempre em horas extraordinárias. Pode haver algum maluquinho do futebol que fica em casa na ressaca dos jogos. Pode haver algum que falte às quintas-feiras para ir para a caça.

Francamente sr. Ministro, não sei qual foi a quota que lhe permitiu chegar a tão importante lugar, mas há que revogá-la e de imediato.

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