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2004-06-21

 


Eurocrónicas
Estórias ficcionadas que por pura coincidência ás vezes até são verdadeiras.

São seis da tarde, a hora aproxima-se... Anda, desce comigo sobre Lisboa.

Olha! Vês aquela estrela do mar pousada sobre o Rossio. Vermelha e enorme, levemente pontilhada a branco?

Aproxima-te, escuta os ruídos do mar nos cânticos ondulantes que circundam os seus braços que se estendem até às entradas do Metro do Rossio, da Baixa e dos Restauradores.

Agora que estamos mais perto, podes ver que são homens e mulheres que parecem que nascem da fonte no meio do Rossio e que se encaminham em estrela para o Metro. Estranhos homens e estranhas mulheres: vestem de vermelho e branco, cores essas que extravasam para os seus rostos pintados. Numa mão trazem um recepinete cheio de um líquido borbulhante e amarelo e é apenas quando o mesmo desliza para as suas gargantas ávidas que as vozes se interrompem.

Se os seguirmos para norte, podemos vê-los a nascer de novo à luz do dia junto ao Colombo. Vão emergir do subterrâneo entoando os mesmos cânticos e procurando deseperadamente um novo copo de cerveja.

É maravilhosa a cor que se tem visto pelas ruas de Lisboa (e não só).

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