2004-09-18
Inveja da juventude perdida
Hoje, vi um velho, denotando uma reforma razoável na aparência e no vestir, indignado com uma cena de amor entre dois jovens. Abraçados e com os corpos colados, beijavam-se, alheios ao Mundo. Acho que nem deram pelo velho que gesticulava e barafustava, ora avançando, ora parando e rodando sobre si mesmo, como um pião em fim de rodopio. Fixava o olhar esgazeado nos jovens e voltava-se para os prédios em frente, como à procura de plateia ou de apoiantes para uma condenação sumária de um acto atentatório da moral e dos bons costumes.
Fiquei a pensar. A cena que em mim despertou os bons momentos vividos, mas sobretudo os que vivo e ainda quero viver, assim com aquela mesma paixão sem condições, talvez traga à lembrança daquele velho o deserto da sua existência. A inveja da juventude perdida.
Hoje, vi um velho, denotando uma reforma razoável na aparência e no vestir, indignado com uma cena de amor entre dois jovens. Abraçados e com os corpos colados, beijavam-se, alheios ao Mundo. Acho que nem deram pelo velho que gesticulava e barafustava, ora avançando, ora parando e rodando sobre si mesmo, como um pião em fim de rodopio. Fixava o olhar esgazeado nos jovens e voltava-se para os prédios em frente, como à procura de plateia ou de apoiantes para uma condenação sumária de um acto atentatório da moral e dos bons costumes.
Fiquei a pensar. A cena que em mim despertou os bons momentos vividos, mas sobretudo os que vivo e ainda quero viver, assim com aquela mesma paixão sem condições, talvez traga à lembrança daquele velho o deserto da sua existência. A inveja da juventude perdida.