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2004-12-29

 


O tempo dos SLOWs

Normalmente era nas tardes de sábado que eles cobriam a transparência das janelas com cortinas pretas e afastavam as mesas de ping-pong por forma a transformar a sala de convivío numa pista de dança.

Eu chegava sempre um pouco antes da hora e avançava com ar decidido para o rapaz a quem tivesse calhado ficar a guardar a porta. Estendia-lhe a mão e perguntava-lhe se estava tudo em ordem. Normalmente ele respondia que sim e deixava-me entrar sem se lembrar de me perguntar pelo bilhete.

As primeiras músicas, nesses anos 80, nada interessavam para nós. Serviam apenas para cativar as miúdas com os nossos moveres de pernas para que, mais tarde, não recusassem um slow.

Os slows começavam invariavelmente com o Tonight e mal soava o acorde inicial e as luzes se tornavam cabisbaixas, tentávamos deseperadamente convencer alguma miúda a dançar connosco. Senti-las, assim, encostadinhas a nós, roçando saliências peitorais recém nascidas ou até mesmo sentindo o bater do seu coração de encontro ao nosso peito era um autêntico climax. Alguns afortunados chegavam mesmo a roçar as faces e às vezes, sorte grande, a tocarem os lábios num beijo casto.

Aqueles que não arranjavam par, dirigiam-se para o bar e bebiam uma cerveja ou uma cola. Sim, foi assim que eu, no 9º ano, me habituei a esconder a minha inépcia com um copo na mão.


Comments:
è pode crer, fui dj nessa época boa, infelizmente não tem mais nossa "musica lenta" nos bailes de hoje, mas valeu....

DJ Peixota
 
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