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2004-12-15

 
Tou a adivinhar chuva

Devia ter uns vinte e pouco anos e cantarolava enquanto passava as minhas compras na máquina de leitura óptica. “- Não faça caso, mas olhe que tou a adivinhar chuva! Pelo menos é o que a minha mãe diz quando canto lá em casa. Portanto, é melhor acautelar-se...”. Ri com ela, numa quase cumplicidade. “- Não tem importância, porque tenho o guarda-chuva no carro. Mas não deixe de cantar mesmo que chova.”.
O tempo estava de sol e de algum frio, neste dia 15 de Dezembro, pelo menos até me encafuar nas quatro paredes de um gabinete sombrio. Mas é recorrente a imagem da rapariga cantarolando. Porque estava feliz? Porque sobrevêm alegrias a par de tristezas, repentinas e inexplicáveis? Porque há gente que sabe beber o cálice da vida apenas até ao ponto em que não embriaga?... Não, não me apetece fazer o vão exercício dos porquês da existência, apenas constatar que a vida, no fundo, é feita destes pequenos nadas.

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