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2005-02-14

 


Morte da Irmã Lúcia

Sendo agnóstico, tenho o maior respeito e, por vezes, mesmo admiração, pelos que acreditam num ente superior. Sobretudo, pelos que praticam a mensagem de Jesus Cristo, fora das paredes de culto. Mas detesto os que se aproveitam da fé das pessoas para outros fins, designadamente políticos. Comigo parecem estar dois altos representantes da Igreja Católica portuguesa, que hoje manifestaram sérias dúvidas quanto às verdadeiras intenções dos responsáveis pelos partidos que decidiram cancelar todas as acções da campanha eleitoral em curso.
Não serve mesmo de nada pregar neste deserto. Porque há gente que teima em criar tempestades para nos tapar os olhos com areia. E até, pela morte da última vidente de Fátima, pretendem fazer crer, com a voz embargada, que estão comovidos, só não derramando lágrimas porque são, na verdade, apenas maus actores. Podem não ir longe, mas incomodam, chateiam-me, e adiam a nossa esperança, o futuro do país.
Sinto pela morte da Irmã Lúcia, porque a admirava como pessoa que sacrificou a sua longa vida em nome de uma causa. Será recordada sempre pelos que acreditam nas aparições e por todos os fiéis além das fronteiras do Santuário de Fátima. Que a sua alma descanse em paz. E que a deixem descansar também os que dela se querem aproveitar, com ou sem lágrimas de crocodilo.

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