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2005-03-12

 
As mulheres, as cotas e os cotas

A constituição do XVII governo pós 25 de Abril voltou a levantar o problema da paridade. É verdade que o número de mulheres é extremamente reduzido. É verdade que na constituição da lista para deputados o PS criou regras para a paridade que não se reflectiram na escolha de ministros e secretários de estado. Mas a pergunta que faço é esta - como é que reagiriam se entre dois possíveis ministeriaveis Sócrates escolhesse não o que considerasse mais adequado para o cargo mas sim o de sexo feminino ?

É por isso que eu sou absolutamente contra as cotas. Não fazem sentido. O que faz sentido é a escolha dos melhores para cada lugar.

Agora onde realmente se deve actuar é na verdadeira igualdade de oportunidade entre os sexos. Ou seja, porque será que a paridade só se consegue através de cotas ? De certeza que não é por menor competência das mulheres, aliás em alguns meios, universitários, saúde, etc, têm vindo a tornar-se maioritárias.

Depois há outra coisa que me irrita nisto das cotas. Porquê apenas no que respeita ao sexo ? Porque não não cotas etárias, ou étnicas ? Não era boa ideia pensarem também como é que em 16 ministros, trinta e tal secretários de estado e 230 deputados não se vê nenhum cidadão negro, ou cigano ou de qualquer outra minoria étnica ?

Pois. Eu acho que é aqui, na base do problema que é a igualdade de oportunidades que se torna imperioso actuar. Porque a ideia de ver Maria de Belém, Ana Gomes ou Edite Estrela no governo pelo facto de serem mulheres sinceramente não me convence.

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