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2005-03-20

 


A filha do capitão

O segundo romance de José Rodrigues dos Santos é um grande livro. 634 páginas dele. E é também um bom livro que só peca por, porvezes, no difícil equilíbrio entre o romance histórico e o documentário, oscilar mais para este do que para aquele. Ou seja, vê-se que o livro assenta sobre uma forte pesquisa e um grande conhecimento da época. No entanto os detalhes que ilustram a narrativa devem, isso mesmo, ilustrar a narrativa e não sobrecarregá-la fazendo-a perder o ritmo.

Mas isso não significa que o livro não seja muito agradável de se ler, que a estrutura da história e a forma como nos apresenta Lisboa e Paris do inicio de século, a implantação da républica e a primeira guerra mundial não sejam bastante enriquecedores e que o romance de Afonso e Agnés, de cariz cinematográfico, deixe de ser a narrativa principal e aquela que prende o leitor de forma a que não dá pela dimensão do livro.

Um livro a não perder de um escritor que já tinha prometido muito em A ilha das trevas.


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