2005-03-17
Xenófobos, nós?
Há “prái” um estudo da UE que nos deixa muito mal. Não é que nos estejamos habituados a ficar na cauda da Europa mas, neste caso, estamos num “honroso” quarto lugar quanto a Xenofobia.
Puxando da lusitana costela, acho que não somos assim tão mauzinhos. As estatísticas são números cegos, quando não agregam razões. É necessário entender que Portugal, há trinta anos, perdeu um Império Ultramarino e, de repente, teve de absorver meio milhão de “retornados”. Como membro da UE, tornou-se apetecível à imigração, sobretudo brasileira, africana e, mais recentemente, dos países da ex-União Soviética. Um país habituado à emigração, a uma diáspora ancestral, vê-se agora confrontado com um novo fenómeno que ainda não digeriu. E isso dá volta à cabeça das pessoas, em particular quando confrontadas com uma crise económica, mas também de valores. Para piorar as coisas, há os mafiosos do costume, que exploram, escravizando, quem vem de fora para sobreviver e os de cá, também em desespero, elegem como “bode expiatório” o alvo mais fácil para o desemprego.
Acho que ainda temos muito que crescer. Porque somos uma democracia recente, mas, em particular, porque ainda não fomos capazes de compreender que o nosso passado nos impõe, no presente, uma atitude mais responsável. Culpa de quem devia e não faz este by-pass entre a História e o futuro, assente no presente. Entretanto, deprimidos e na falta de melhores causas, vamo-nos vingando nos que parecem ainda mais necessitados do que nós.
Há “prái” um estudo da UE que nos deixa muito mal. Não é que nos estejamos habituados a ficar na cauda da Europa mas, neste caso, estamos num “honroso” quarto lugar quanto a Xenofobia.
Puxando da lusitana costela, acho que não somos assim tão mauzinhos. As estatísticas são números cegos, quando não agregam razões. É necessário entender que Portugal, há trinta anos, perdeu um Império Ultramarino e, de repente, teve de absorver meio milhão de “retornados”. Como membro da UE, tornou-se apetecível à imigração, sobretudo brasileira, africana e, mais recentemente, dos países da ex-União Soviética. Um país habituado à emigração, a uma diáspora ancestral, vê-se agora confrontado com um novo fenómeno que ainda não digeriu. E isso dá volta à cabeça das pessoas, em particular quando confrontadas com uma crise económica, mas também de valores. Para piorar as coisas, há os mafiosos do costume, que exploram, escravizando, quem vem de fora para sobreviver e os de cá, também em desespero, elegem como “bode expiatório” o alvo mais fácil para o desemprego.
Acho que ainda temos muito que crescer. Porque somos uma democracia recente, mas, em particular, porque ainda não fomos capazes de compreender que o nosso passado nos impõe, no presente, uma atitude mais responsável. Culpa de quem devia e não faz este by-pass entre a História e o futuro, assente no presente. Entretanto, deprimidos e na falta de melhores causas, vamo-nos vingando nos que parecem ainda mais necessitados do que nós.