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2005-05-12

 
Ladrão de Fogo
Pedro Paixão



"Trago-te debaixo da minha pele. Apanhaste-me desprevenido. Atingiste-me o coração, pecado meu. E agora é tarde para tudo senão para escrever. O teu coração tão branco a bater perto de mim. Embora o não ouvisse sei que estava lá.
É tão estranho trazer em nós um coração. É tão estranho conter o sangue nas veias. Mas o mais estranho é amar.
Amar não se conjuga no condicional. É bem possível amar um assassino. O amor não tem partes nem tempo usual. Tudo altera. Tudo inverte. Tudo perdoa. Não é só uma coisa por dentro. Para uma pessoa que ame, o mundo torna-se amável. Para uma pessoa que não ame tudo parece estar prestes a desmoronar-se sem mais se levantar. As avalanches, as crianças mortas, a angústia tanto dos ricos como dos pobres. Nada saber fazer com as próprias mãos.

(...)

O amor é um animal selvagem que chega até nós em silêncio. Aloja-se em nós e ocupa cada ponto do nosso corpo, mais, toda a nossa vida. O seu poder de contaminação é total. Basta um só olhar. O amor é esse conflito permanente e completo: liberta e agarra, é doçura e amargura, refaz e desfaz, ressuscita e adormece, faz-nos sonhar e confronta-nos com a realidade pura e dura, dá à luz. Mas também tem o poder de nos matar.

(...)

Tu sabes, não sabes? Eu sei muito pouco, quase nada. De ti quero aprender tudo. O melhor e o pior. O resto é-me indiferente."

Pedro Paixão in Ladrão de fogo
Prime Books Sociedade Editorial


É o décimo sétimo livro de Pedro Paixão, mas nada nos traz de novo. Como em vários livros anteriores, o autor relata-nos o Homem, a depressão, os amigos, a solidão, as mulheres que chegam mas partem, o amor, o desamor, e muito xanax.

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