2005-06-18
Equilíbrios pontuados
Este livro de Jorge Reis Sá tem uma série de apontamentos interessantes, alguns mesmo muito bons, outros nem tanto. Falta-lhe no entanto, a meu ver, uma linha condutora que os aglutine e faça dele um livro.
Deixo aqui um dos tais "apontamentos" de que gostei particularmente:
Roubaste-me a verdade que é um corpo sensível. Percorri a casa vazia sem saber que os pés descalços tocavam o chão. Andava no ar sem o peso do meu corpo como medida. Flutuava no soalho, sangrei de uma dor mais funda que é esta epiderme. Bati na perna da cama por não saber por onde andava e vi como o dedo, partido, não doía. Nem os ossos deixaste para que os sentisse.
Mónica: levaste-me o sentido do corpo e deixaste-me apenas com a sua inutilidade.
Este livro de Jorge Reis Sá tem uma série de apontamentos interessantes, alguns mesmo muito bons, outros nem tanto. Falta-lhe no entanto, a meu ver, uma linha condutora que os aglutine e faça dele um livro.
Deixo aqui um dos tais "apontamentos" de que gostei particularmente:
Roubaste-me a verdade que é um corpo sensível. Percorri a casa vazia sem saber que os pés descalços tocavam o chão. Andava no ar sem o peso do meu corpo como medida. Flutuava no soalho, sangrei de uma dor mais funda que é esta epiderme. Bati na perna da cama por não saber por onde andava e vi como o dedo, partido, não doía. Nem os ossos deixaste para que os sentisse.
Mónica: levaste-me o sentido do corpo e deixaste-me apenas com a sua inutilidade.