2005-12-02
A sociologia do wallpaper
Nos dias que correm, passamos cada vez mais horas frente ao computador. Mesmo quando não estamos a trabalhar nele, lá está omnipresente em cima da secretária. E é nesses momentos de repouso que a imagem que nos devolve o écran é normalmente o wallpaper.
A escolha do wallpaper tornou-se, assim, um factor não negligenciável e muito revelador da personalidade do indivíduo. Á analise desta relação entre a imagem externa do PC e o interior do seu utilizador – o seu eu – dei o nome de sociologia do wallpaper.
A primeira questão que se coloca é que existem pessoas que nem wallpaper têm. E a conclusão nem sempre é a óbvia ( aliás se tudo isto fosse óbvio não valia a pena o presente estudo ), ou seja, nem sempre é preguiça ou falta de interesse na personalização do seu equipamento. Na verdade a existência de um wallpaper consome recursos ao CPU, diminuindo a sua memória RAM disponível, portanto a maioria das pessoas que não têm wallpaper toma esta opção numa lógica de poupança de recursos.
Outros é mesmo porque não ligam, sendo que a maioria destes acabam por ter um wallpaper instalado que veio com a configuração original do PC e que o mantêm ad eternum. Tal comportamento reflecte, normalmente, a indiferença face ao PC. Não é um amigo, não é um objecto que nos liga ao mundo, a caixinha mágica nem nada dessas tretas. É uma ferramenta e como ferramenta que é não merece uma personalização pela mesma razão que poucos são aqueles que colam autocolantes com jogadores da bola ou cromos da witch nos cabos dos martelos ou nos corta-unhas.
De entre aqueles que escolhem um wallpaper e ainda antes de entrarmos nas temáticas escolhidas que é porventura o mais interessante, existem aqueles que mantêm o mesmo wallpaper por largos períodos de tempo e aqueles que o mudam com frequência. De entre estes, existe uma sub-espécie que mudando-os com frequência não está para ter muito trabalho e configura a mudança automática através de sites especializados. Chama-se a isto um preguiçoso tecnológico.
O facto de uma pessoa mudar frequentemente de wallpaper nem sempre é revelador de uma personalidade inconstante. Por exemplo, João (nome fictício) tem sempre um wallpaper com gajas nuas. O facto de alternar entre louras, morenas, ruivas, negras, esquimós ou tailandesas, não altera o facto de existir uma constância na sua escolha.
Outro exemplo, Paula ( este nome por acaso não é fictício) tem sempre uma fotografia do seu filho, criança, no wallpaper. Apesar de mudar de fotografias com a mesma frequência com que dantes mudava de namorado, não significa que não exista um traço comum entre todas as fotos. Isso mesmo, a presença do seu filho e a fraca qualidade das fotografias.
No entanto existem muitos utilizadores que mudam radicalmente de wallpaper, mudando de temas, alternando entre fotografias, desenhos e padrões abstractos consoante o estado de espirito ou mesmo o local onde o PC está a funcionar. Por exemplo e voltando ao nosso amigo Mário cujo nome fictício era João, a sua galeria infindável de mulheres nuas em poses mais ou menos sugestivas do seu PC portátil, é sempre substituído por imagens da natureza selvagem quando leva o computador para casa. A conclusão é óbvia, na presença da sua esposa não sente a mesma necessidade de aliviar o stress do trabalho, contemplando, por assim dizer, um par de mamas.
Apesar dos temas escolhidos serem muito diversos: fotos de familiares, imagens da natureza, cartazes de filmes, fotos artísticas (vulgo nús), imagens de carros ou casas de luxo. Existem, principalmente, apenas duas vertentes distintas na escolha dos wallpapers: os que escolhem algo que querem recordar e os que escolhem algo que desejam.
Na primeira categoria temos os que colocam fotos de familiares, dos seus animais de estimação, mas também imagens de um local que visitaram recentemente ou onde foram particularmente felizes.
Na segunda categoria, e a mais vulgar, o indivíduo escolhe um wallpaper que exprime um seu desejo. Por exemplo – um Ferrari vermelho topo de gama, ou uma casa de sonho à beira de um lago. Desta forma a pessoa em questão, na impossibilidade de possuir tal artefacto, projecta o seu desejo sobre uma imagem que o ajuda a manter o sonho.
Mas nem sempre a leitura do desejo deve ser imediata. O nosso amigo João ( cujo nome verdadeiro é Mário) ao escolher como imagem para o wallpaper uma mulher de seios exuberantes, não significa que o Mário (perdão o João) queira ter uns seios daquelas dimensões. Não, o desejo pode não ser assim tão óbvio, e ser antes o desejo de voltar ao aconchego materno sob a égide de uns seios protectores.
Também a Manuela (cujo nome verdadeiro é Ana) ao fazer o download de um wallpaper do filme Zorro, pode não significar que querem que a levem ao cinema, mas sim gostar da imagem do António Banderas com uma máscara preta na cara.
E agora ? Atrevem-se a dizer como é o vosso wallpaper ...
Nos dias que correm, passamos cada vez mais horas frente ao computador. Mesmo quando não estamos a trabalhar nele, lá está omnipresente em cima da secretária. E é nesses momentos de repouso que a imagem que nos devolve o écran é normalmente o wallpaper.
A escolha do wallpaper tornou-se, assim, um factor não negligenciável e muito revelador da personalidade do indivíduo. Á analise desta relação entre a imagem externa do PC e o interior do seu utilizador – o seu eu – dei o nome de sociologia do wallpaper.
A primeira questão que se coloca é que existem pessoas que nem wallpaper têm. E a conclusão nem sempre é a óbvia ( aliás se tudo isto fosse óbvio não valia a pena o presente estudo ), ou seja, nem sempre é preguiça ou falta de interesse na personalização do seu equipamento. Na verdade a existência de um wallpaper consome recursos ao CPU, diminuindo a sua memória RAM disponível, portanto a maioria das pessoas que não têm wallpaper toma esta opção numa lógica de poupança de recursos.
Outros é mesmo porque não ligam, sendo que a maioria destes acabam por ter um wallpaper instalado que veio com a configuração original do PC e que o mantêm ad eternum. Tal comportamento reflecte, normalmente, a indiferença face ao PC. Não é um amigo, não é um objecto que nos liga ao mundo, a caixinha mágica nem nada dessas tretas. É uma ferramenta e como ferramenta que é não merece uma personalização pela mesma razão que poucos são aqueles que colam autocolantes com jogadores da bola ou cromos da witch nos cabos dos martelos ou nos corta-unhas.
De entre aqueles que escolhem um wallpaper e ainda antes de entrarmos nas temáticas escolhidas que é porventura o mais interessante, existem aqueles que mantêm o mesmo wallpaper por largos períodos de tempo e aqueles que o mudam com frequência. De entre estes, existe uma sub-espécie que mudando-os com frequência não está para ter muito trabalho e configura a mudança automática através de sites especializados. Chama-se a isto um preguiçoso tecnológico.
O facto de uma pessoa mudar frequentemente de wallpaper nem sempre é revelador de uma personalidade inconstante. Por exemplo, João (nome fictício) tem sempre um wallpaper com gajas nuas. O facto de alternar entre louras, morenas, ruivas, negras, esquimós ou tailandesas, não altera o facto de existir uma constância na sua escolha.
Outro exemplo, Paula ( este nome por acaso não é fictício) tem sempre uma fotografia do seu filho, criança, no wallpaper. Apesar de mudar de fotografias com a mesma frequência com que dantes mudava de namorado, não significa que não exista um traço comum entre todas as fotos. Isso mesmo, a presença do seu filho e a fraca qualidade das fotografias.
No entanto existem muitos utilizadores que mudam radicalmente de wallpaper, mudando de temas, alternando entre fotografias, desenhos e padrões abstractos consoante o estado de espirito ou mesmo o local onde o PC está a funcionar. Por exemplo e voltando ao nosso amigo Mário cujo nome fictício era João, a sua galeria infindável de mulheres nuas em poses mais ou menos sugestivas do seu PC portátil, é sempre substituído por imagens da natureza selvagem quando leva o computador para casa. A conclusão é óbvia, na presença da sua esposa não sente a mesma necessidade de aliviar o stress do trabalho, contemplando, por assim dizer, um par de mamas.
Apesar dos temas escolhidos serem muito diversos: fotos de familiares, imagens da natureza, cartazes de filmes, fotos artísticas (vulgo nús), imagens de carros ou casas de luxo. Existem, principalmente, apenas duas vertentes distintas na escolha dos wallpapers: os que escolhem algo que querem recordar e os que escolhem algo que desejam.
Na primeira categoria temos os que colocam fotos de familiares, dos seus animais de estimação, mas também imagens de um local que visitaram recentemente ou onde foram particularmente felizes.
Na segunda categoria, e a mais vulgar, o indivíduo escolhe um wallpaper que exprime um seu desejo. Por exemplo – um Ferrari vermelho topo de gama, ou uma casa de sonho à beira de um lago. Desta forma a pessoa em questão, na impossibilidade de possuir tal artefacto, projecta o seu desejo sobre uma imagem que o ajuda a manter o sonho.
Mas nem sempre a leitura do desejo deve ser imediata. O nosso amigo João ( cujo nome verdadeiro é Mário) ao escolher como imagem para o wallpaper uma mulher de seios exuberantes, não significa que o Mário (perdão o João) queira ter uns seios daquelas dimensões. Não, o desejo pode não ser assim tão óbvio, e ser antes o desejo de voltar ao aconchego materno sob a égide de uns seios protectores.
Também a Manuela (cujo nome verdadeiro é Ana) ao fazer o download de um wallpaper do filme Zorro, pode não significar que querem que a levem ao cinema, mas sim gostar da imagem do António Banderas com uma máscara preta na cara.
E agora ? Atrevem-se a dizer como é o vosso wallpaper ...
Comments:
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Oi amigo,para voce ver ha tanta gente maldosa que se utiliza de belas imagens como esta para promover absurdos,eu mesma já recebi uma vez um e-mail com esta foto desta menininha ai dizendo que ela tem cancer e que para ajudá-la tinhamos que ficar repassando o e-mail,infelizmente há este tipo de coisa...
Flávia Menezes
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Flávia Menezes
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