2006-01-09
As presidenciais segundo o Senhor Kraus #6
- Essa coisa de ganhar balanço levando o voto a todos os espaços e a todos os momentos.
- Estamos no século da democracia: a população deve ter voz sobre todas as coisas.
- Até aqueles cuja voz...
- Até esses.
- Portanto: a população decidia tudo.
- Falava por exemplo de um jogo de futebol.
- Jogo que não passa de uma ditadura dos jogadores.
- O que propõe então é...
- Vou repetir: que a decisão seja dos espectadores do jogo, não dos jogadores.
- Muito bem.
- Em vez de 22 jogadores mais um árbitro decidirem, seriam 30 000 espectadores a fazê-lo. Por voto. É uma grande diferença. É só fazer as contas.
- Só valeriam os votos dos espectadores no Estádio?
- Sim.
- É justo.
- E uma excelente maneira de levar as pessoas a ver o jogo. Iriam decidir mesmo o resultado. Valeria a pena a deslocação. Não me parece justo deixar algo tão importante – como o resultado de um jogo – apenas nas mãos (ou nos pés) de menos de duas dúzias de cidadãos.
- Neste caso, designados como: jogadores de futebol.
- Exactamente.
- O resultado dos jogos seria então determinado não por habilidades momentâneas, mas por decisões reflectidas da população.
- Parece-me justo. Estamos no século do cérebro e do voto.
(texto roubado ao Senhor Kraus de Gonçalo M. Tavares)