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2006-01-18

 
Duas teorias maquiavélicas.

Não gosto de falar de política neste espaço, mas estas duas teorias sobre as candidaturas à Presidência da República de Mário Soares e Manuel Alegre justificam a excepção e, bem vistas as coisas, são um hino à inteligência ou à imaginação de alguém.

I – Sócrates, ao assumir o poder no PS, quis desfazer-se do clã Soares, principal corrente que o podia afrontar nos seus propósitos, quer internos quer a nível do Governo. Primeiro tiro certeiro: empurrou João Soares para a candidatura à CMS, apostando na impossibilidade da eleição e na travessia do deserto (político) que este teria de fazer a seguir. Segundo tiro, que parece possível de concretizar: empurrou Mário Soares como candidato oficial à presidência da República, apostando também na sua derrota e, logo, no enfraquecimento do “pai fundador”.

II – Os dois candidatos da área do PS foram obra do aparelho do partido. Sabendo-se de antemão que o candidato oficial do Partido seria penalizado em função das medidas do Governo, Mário Soares prestou-se a esse “frete”, já que nada tinha a perder. Mas o candidato que realmente o aparelho do PS quer ver eleito é Manuel Alegre que, ao não ter apoio declarado do Partido e até um pseudo conflito com este, escapa àquele desgaste. Ao passar a uma segunda volta, cada vez mais previsível, Manuel Alegre contaria com toda a esquerda, incluindo o PS que, neste caso, apareceria diluído no seio de um apoio mais vasto e, portanto, sem as sequelas atrás indicadas.

Eu, por mim, não afirmo, mas também não desminto.

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