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2006-04-02

 


As intermitências da morte

O último romance de José Saramago, como muitos dos anteriores, começa com uma impossibilidade e daí deriva para as consequências na sociedade e em individuos no particular. Neste livro tudo começa quando num determinado país as pessoas deixaram de morrer. As reacções da população, do governo, dos lares, da igreja e a da maphia perfazem a primeira parte do livro e a menos interessante.

É apenas na segunda metade, em que se esquece a ironia fácil e a critica ao cinismo da nossa sociedade actual, que o livro ganha interesse ao abordar de uma forma sublime a relação da morte com o violencelista. Na verdade acabei por gostar do livro, até porque gosto sempre da forma como Saramago escreve, da cumplicidade que constroi com o leitor, mas é a segunda metade do livro que vale pelo todo. Por isso não desistam quando o começarem a ler e não se sentirem agarrados.

No dia seguinte ninguém morreu.

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