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2006-04-18

 


O silêncio de um homem só

Este livro de contos de Manuel Jorge Marmelo traz-nos uma diversidade de histórias e de tipos de escrita apenas unidos pela boa qualidade literária. Num só livro podemos ler contos repletos de sentimentos, histórias do quotidiano, criticas mordazes à sociedade escritas de forma satiríca e, quase, non sense.

Não sendo, no conjunto, um grande livro de contos, tem dois ou três que por si só justificam a compra (ou pelo menos a leitura) do livro.

Há boas e más maneiras de começar a história. Todavia, revelar logo o desenlace raramente tem demonstrado ser uma estratégia acertada, ou não fosse o leitor um animal esquivo que não vê necessidade de ir espreitar a armadilha quando antecipadamente sabe o que lá vai encontrar. Neste caso, porém, arrisco: Amadeu morreu. E não de uma dessas mortes misteriosas e declaradamente induzidas por terceiros. Morreu de morte natural, morte morrida e nem sequer provocada por uma qualquer e fatal enfermidade. Foi da idade. Tão linearmente como se, às cinco horas de anteontem, o seu corpo tivesse ultrapassado o prazo de validade ou lhe tivessem esgotado as baterias.

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