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2006-05-15

 
Um filho não é uma prisão, disse-me ela – é uma âncora. Uma âncora ? Sim, uma âncora, um filho pode prender-nos um pouco mas é a âncora que nos segura quando a corrente nos quer arrastar e, como uma âncora, pode ser levantada e deixar-nos navegar para uma outra paragem até fundearmos de novo o barco.
Um filho é uma âncora e sem uma âncora arriscas-te a passar a vida à deriva.

A minha vida sempre foi passada à deriva, levada pela corrente ou atirada contra escolhos. Maré alta, maré vaza.

Penso nestas palavras e olho-me ao espelho. Imagino o meu corpo a modificar-se, um filho-âncora a pesar-me o ventre. Os seios a dilatarem-se a as feições a arredondarem-se. Quem poderá dizer se não serei uma melhor mãe do que fui uma filha.

Mas ela esqueceu-se de me contar um pormenor, se um filho é uma âncora: o que é o pai desse mesmo filho ?


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