2006-06-29
Há Greve e greve
Há decisão e há perseguição
Nada tenho a favor ou contra as greves. Trata-se de uma forma de luta e pode ser utilizada numa luta justa ou numa luta injusta. Apesar de ser habitualmente dito que é a forma derradeira de luta dos trabalhadores, não raras vezes, vemos o recurso à greve ser moeda corrente.
Desde os meus tempos de estudante que por mim passaram várias greves, umas vezes aderi, outras não. Como em tudo na vida fiz o meu juízo e arquei com as responsabilidades das decisões por mim tomadas.
Agora se há coisa que sou frontalmente contra, e que mais uma vez em dia de greve na empresa onde trabalho constatei, é a existência dos chamados Piquetes de Greve.
E o que são os Piquetes de Greve, não são nem mais nem menos que uma forma de pressão e persuasão que impede os trabalhadores de decidirem com livre arbítrio. Eles colocam-se às entradas dos edificíos controlando o registo das entradas e verificando quem “pica” e quem não “pica” o cartão.
Talvez por isso, em dia de greve, existe uma quantidade de trabalhadores que acaba por faltar, ou meter férias, sem aderir ou deixar de aderir à greve.
Fica a perder a democracia e a própria força da greve, pois nunca se sabe de que forma é que a percentagem de adesão foi conseguida. Pela justiça da luta ou por métodos de coacção “pidescos”.