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2006-08-23

 


Incendiário

Brutal.

Esta é a melhor palavra para descrever este romance estreia de Chris Cleave. O romance é escrito como uma carta que a personagem principal, uma mulher de origem humilde mas extremamente corajosa, escreve a Osama Bin Laden após um atentado num jogo de futebol em Londres, onde esta perde o marido e o filho.

Ao longo da história ninguém sai ileso, nem os terroristas, nem os excessos do anti-terrorismo e muito menos o povo, ou a forma como as pessoas se comportam, antes, durante e depois do atentado. A escrita é rude, sem papas na língua nem floreados, tal como a protagonista. Mas as imagens que evoca, tantas as cómicas como as dramáticas, são impressionantes.

É aquilo a que pode chamar um livro actual, e que já está a ser preparado para filme.

Para mim o sexo não é uma coisa bela e perfeita Osama é um estado causado pelos nervos. Desde rapariga que sofro de ansiedade. Basta uma coisinha para me pôr fora de mim. O teu ataque às Torres Gémeas ou apenas dois tipos a discutir por causa de uma corrida de táxi é tudo igual. Toda a violência do mundo está ligada e é exactamente como o mar. Quando vejo uma mulher a gritar com o filho no parque de estacionamento do Asda vejo buldozers a arrasar campos de refugiados. Vejo esses meninos africanos com cicatrizes a toda a largura do cocuruto do crâneo como auscultadores. Vejo todas as cabeças perdidas do mundo vejo o INFERNO NA TERRA. É tudo igual tudo me enche de nervos.

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