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2006-08-08

 


Minto até ao dizer que minto

Da colecção de contos inéditos que a Visão está a publicar este verão li esta novela de José Luís Peixoto.

Escrita num registo muito diferente que o habitual neste autor, conta-nos com muita ironia e humor, a história de um rapaz que vive num sexto andar perto do Saldanha com outros jovens de diversas proveniências e que tem uma grande ideia.

Trata-se de um livro leve e ligeiro, mas quem sabe escrever, sabe escrever e mesmo num outro tom, a leitura é muito agradável (tal como o preço 3,3 euros).

Cheguei à rua quando a tarde chegava ao seu próprio descanso. Era como se a ideia romântica de agosto assentasse sobre agosto. Nas tréguas frescas da claridade, o toque dos telemóveis era étero, os arrumadores eram estátuas de espuma, as obscenidades que os pdereiros gritavam do alto dos andaimes dissolviam-se no ar. Eu olhava para os transeuntes e via leitores. Pela primira vez, ia ter a oportunidade de comunicar com as pessoas queadormeciam nos autocarros, que liam fotonovelas, que batiam nos filhos.

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