2006-11-26
As mãos desaparecidas
No seguimento de O cego de Sevilha, Robert Wilson traz-nos de novo Javier Fálcon, o inspector-chefe de Sevilha, num novo caso cheio de mortes misteriosas, máfia russa, e espionagem internacional.
Tudo começa com duas mortes, assassinios ? suicidios ? Mas a nota na mão da vítima com referência ao 11 de Setembro não parecia uma nota suicida...
Apesar da excelente intriga, o melhor do romance é a forma como são descritas as relações entre as personagens, os dramas que cada um esconde no seu interior e a forma como os revelam (e escondem ) na sociedade. Para além, claro, que Robert Wilson é também alguém que sabe manejar as palavras e fazê-las ganhar relevo nos sítios certos.
Um excelente livro, do melhor que já li dentro do género.
A luz do sol ainda batia com força nas fendas das persianas de madeira, enquanto ele estava estendido na cama a pensar em Nadia, cego e vulnerável, de cabeça desperta. Tinha ultrapassado a sua reacção inicial de horror e trazido a parte analítica do seu cérebro a suportar o significado daquela última mensagem. Estas ameaças, cada qual pior que a anterior, cada uma a escavar mais fundo na sua vida privada e envolvendo agora Consuelo – qual era a sua finalidade?