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2006-11-09

 


Greve no Metro

Enganem-se os que pensam que vou escrever sobre o conflito laboral no Metro. O post seria demasiado longo e este não é o local próprio para dizer o que penso sobre o assunto.

Por isso vou-me abster de dizer o que acho sobre as incapacidades gestionárias de contratualizar o serviço com as empresas públicas, da transformação da gestão numa gestão por objectivos, quiça alterando a motivação e a produtividade de quem lá trabalha. Também não vou referir o quanto me entristece a deriva que o sindicalismo português tem vindo a fazer para um sindicalismo do tipo norte-americano, em que os sindicatos têm tiques de agressivos gangs corporativos, ao invés de caminharmos para um sindicalismo mais do tipo alemão, onde sindicatos fortes são reconhecidos como verdadeiros parceiros para a gestão, assumindo a responsabilidade não só pelo presente mas também pelo futuro das empresas. Sendo que o único exemplo que me ocorre, aqui em Portugal, é o da Auto-Europa a que não será alheio o processo negocial ser feito por uma Comissão de Trabalhadores, a empresa ter origem alemã e a personalidade de António Chora, líder da Comissão de Trabalhadores.

Não.

O que eu queria dizer é quanto são agradáveis estas manhãs soalheiras de greve no Metro, onde centenas de pessoas percorrem a pé as ruas da cidade. Na verdade, eu que nestes dias venho a pé da estação da Refer de Entre Campos até perto do Marquês de Pombal onde trabalho, vejo uma multidão a tomar conta das ruas, a dar o uso aos passeios para que foram feitos (e não mero local de estacionamento de carros) e tudo isto com um ar divertido de quem tem prazer na caminhada ou, pelo menos, na desculpa para chegar tarde ao serviço.

Sim.

Acho que as greves do Metro fazem bem à saúde dos lisboetas e, só é pena não podermos ver os clientes da Soflusa a atravessar o Tejo a nado.

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