<$BlogRSDUrl$>

2007-01-20

 
Rita

Rita espreguiça-se ruidosamente e larga a postura executiva que a acompanhou em mais um longo dia de trabalho. De repente apercebe-se que não está sozinha, do outro lado do open space, antes ruidoso e agora deserto, vê os olhos dele.

Também ele já perdeu a postura rígida de consultor e apenas os olhos se mantém sérios. Sérios e fixos nela.

Sérios e fixos nela. Sérios e fixos nele.

Quando Rita se apercebe do que está a fazer já as roupas ganharam vida e se despenharam no chão e a mesa de reuniões foi afastada deixando as marcar redondas dos pés na carpete, a fazerem de mesinha de cabeceira a um ninho de amor agora inventado.

Ela não sabe o que aquilo significou para ele. Ela nem sabe bem o que aquilo significou para ela ou porque o fez. Nunca em nenhuma conversa falaram do sucedido e a situação nunca se repetiu nem nunca nenhum deles tentou recriar cenário propício para uma sequela.

Também por isso quando semanas passadas o período lhe faltou nem lhe passou pela cabeça falar com ele sobre o assunto. Aliás nem falou com ninguém, sempre fora independente e com um projecto de vida bem definido e não era agora que iria mudar a sua maneira de ser.

NÃO

Rita marcou a semana de férias que tinha guardado do Verão e que tinha planeado para umas férias na neve por altura do Carnaval. Sem outra companhia que uma decisão no rosto, meteu uma mala no porta bagagem mais os mails que tinha trocado com a clínica e dirigiu-se a Badajoz.


SIM

Rita marcou a semana de férias que tinha guardado do Verão e que tinha planeado para umas férias na neve por altura do Carnaval. Sem outra companhia que uma decisão no rosto, meteu uma mala no porta bagagem mais os mails que tinha trocado com a clínica e dirigiu-se a Lisboa.

Comments: Enviar um comentário

<< Home