2007-04-29
33 anos depois, ainda há muito Abril por cumprir
a malta é que já está resignada
Bora lá fazer a puta da revolução
Dar a volta a esta merda toda duma vez por todas
Não consigo pactuar com este estado de coisas
Tá na hora de pegarmos no assunto com as nossas mãos
(se tivermos que as sujar pois que assim seja, então)
Vamor ver:
Segunda não me dá jeito porque saio sempre tarde
À terça e à quinta tenho terapia e não dá para faltar e
(são dez contos por hora e faz-me bem chorar)
Às quartas tenho a lerpa com a rapaziada
Sabes que a cartada é sagrada – não me digas nada...
Sexta-feira é o dia de apanhar uma bela touca e
Sábado levo o puto ao happy meal com um sorriso na boca
Resta o domingo – só espero não estar cansado
Se o Benfica não jogar – tá combinado!
Carlos “Pac” Nobre (Da Weasel)
Grafitti de Bansky
Quero uma indumentária heróica de viagra
que esvoace imbecil até ao famoso noivado
entre o basalto extinto do orgulho pessoal,
que o profético nú berbere me atinja arrepiado
com manchas bronzeadas pela fera temporal,
perigosamente fervilhante é manter a essência
altiva por entre éticas erupções da oposição.
Quero prever as imparidades dos dados,
contar as cartas servidas pelos profissionais
que descartam ágatas a elefantes viciados
em perder por azar, despedir-me da vitória e
desiludir meu parceiro, fundido com a concorrência
que me descaracteriza, vasculhando nos alpendres
esforçados por sofrer sozinhos, suas baças brumas.
Quero extravasar o pedante silêncio da precaução
psicoactivando o corpo passivo de raiva, contra
o eco do horizonte convergem doces gases herméticos,
agrupam-se raptados pelas cordilheiras sobrepostas
e escondem-se do que só sabem não existir, mares que
nos separam da fantástica Saigão violentada a napalm,
bebem com guelras e sobrevivem em lanchas de pic-nic.
Quero a paresia das penas brancas, bolotas
aninhadas num seio de palha e movimento
afogueado pela marginalidade das estreias,
baloiçando na caspa que a areia da Basileia levanta
ao olharmos para o preto ópio, anuncia-se
um julgamento concreto, ofuscando a gota
que nos fundirá em oferecidos duetos afinados.
Queria era que um desastre anémico
despertasse todas as igrejas, aeroportos,
mesquitas, budas, sem-abrigo, embaixadas,
vigaristas, exércitos, comerciantes, terroristas,
e ditadores nenucos se conjugassem na prática do
desenvolvimento sustentável da escassez básica,
replantados num primitivismo tecnológico que
escuta toda a gente sem vigiar ou intrometer,
nem ninguém julgar vilões consoante padrões
com que só espertalhões podem automatizados
duvidar, argumentam novas retóricas paracetamol,
pois nas grutas apedrejavam-se agendas e riqueza:
caça-se, fode-se, come-se, canta-se, dorme-se
em sintonia desvairada com a bandeja de lianas
e fica para amanhã outro ícaro da coligação
à irmandade que tudo fez por si mesma
quando aprendeu a desligar a electricidade.
in QUIMICOTERAPIA 2004
WWW.MOTORATASDEMARTE.BLOGSPOT.COM
Desta vez consegui comentar, que bom!!! Ando com saudades de vcs... :)
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tenho uma surpresinha para vocês lá no meu Nuvens.
beijos
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