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2007-05-07

 



À boleia da licenciatura de Sócrates


Agora que apenas o Ministro Mário Lino e os Gato Fedorento continuam a fazer piadas sobre a licenciatura de Sócrates, penso que já se pode falar seriamente sobre algumas das questões sérias abordadas com ligeireza em todo este falatório e que são aquelas que verdadeiramente interessam pois a questão pessoal de José Sócrates não interessa nada.

A primeira questão é cultural, aconteceu com Sócrates aquilo que aconteceu comigo e provavelmente com muitos outros estudantes do ensino superior, um tempo imenso entre fazer os exames das disciplinas e os professores lançarem as notas. Como se não fosse uma questão meramente burocrática que deveria ser feita no dia seguinte ou pouco mais. Com alguns professores meus do ISEL tive de literalmente andar atrás deles para me lançarem as notas, fiquei logo ensinado pelo exemplo negativo da importância de cumprir prazos, é que com esse laxismo, não fosse ter acontecido comigo aquilo que também aconteceu com Sócrates que foi fiarem-se na minha palavra, poderia ter perdido a oportunidade de arranjar emprego que ainda hoje tenho.

A segunda questão, deixo-a como pergunta, porque razão é importante para alguém que tem carreira firmada na política e que não trabalha na sua área de formação (engenharia civil) ter uma licenciatura nessa área ?

E finalmente, que o post já vai longo, a terceira e mais importante questão que foi a que, segundo José Sócrates, o fez transferir-se do ISEL para a UNI. Enquanto no ISEL se tira dois anos após o bacharelato para se ser licenciado, tal como acontece numa privada, não se é automaticamente reconhecido como licenciado sendo preciso um organismo corporativo e que sempre manifestou má fé contra os engenheiros técnicos como é a ordem dos engenheiros, lhe fazer um exame para o reconhecer como Engenheiro. Aliás e isto é também válido para médicos, advogados e arquitectos, porque é que não basta a um aluno tirar um curso reconhecido oficialmente pelo Ministério da Educação para se poder exercer de todo (ou em parte) a sua profissão, obrigando compulsivamente um conjunto de profissionais a inscreverem-se numa Ordem profissional que,como se vê pelo menos no caso da dos engenheiros não trata de igual modo alunos que saem da UNI de outros que saem do ISEL.

Comments:
BoAs...
O grave da questão não é porque ele tenha andado saltar de universidade em universidade, pq hoje em dia isso já é banal.
O problema tb não se põe no caso de ele não exercer a dita "profissão" de engenheiro de sei lá o quê.
O que esta situação toda aborda é o facto de existir a possibilidade do chefe do governo ter mentido, ou se alguma vez foi favorecido na obtenção da sua licenciatura, nada mais. Porque não é importante a profissão que tenha, pois tb não a exerce. Ele é um politico profissional e sempre o será...

Abraços Profanos
 
É evidente que se tratou de uma manobra para descredibilizar Sócrates.

A única questão que se mantém no ar é esta: como ( e porquê) é que um jornal (Público) que se diz de referência, alimentou toda esta novela, que acentava bem melhor num "24 horas"?
 
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