2006-09-28
O cego de Sevilha
Tudo começou no momento em que entrou naquela sala e viu aquele rosto.
Tinha recebido a chamada às 8h15, precisamente quando se preparava para sair de casa: um cadáver, uma suspeita de crime e uma morada.
A vida de Javier Falcon, sempre tão contida e regrada, muda completamente a partir daquele crime. E não se trata apenas da cena macabra que vê, mas sim da ligação que sente em relação ao seu próprio passado. Javier Fálcon, Inspector-Chefe dos homicídios em Sevilha, parte para uma investigação dupla, a dos crimes e a da vida de seu pai, o famoso pintor Francisco Falcon.
Este policial de Robert Wilson é um excelente livro de suspense e relações humanas. Muito perturbante também. Pelo meio fica uma descrição crua e sem pudor da guerra civil em Espanha, da segunda guerra mundial e da vida em Tanger no pós-guerra.
Aconselho a leitura do livro, mas os mais sensiveis não se queixem depois que não conseguem dormir à noite.
Foi para casa. Não estava capaz de coisa nenhuma. A sua concentração esvoaçava como uma bandeira rasgada. A memória criava imagens e pensamentos desconexos no cérebro. Arrastou-se até ao quarto e atirou-se de barriga para baixo em cima da cama. O corpo balouçava a cada soluço, levantando-lhe os ombros. A pressão era demasiada. As lágrimas correram-lhe para a almofada. Combateu o nó que queria sair da garganta. E adormeceu. Sem pastilhas. Pura exaustão.
72 anos!!!!
Um ícone sexual dos anos 50/60! Que continua a dar que falar, quanto mais não seja pela cerrada defesa dos animais! A ela muitos parabéns!
2006-09-25
2006-09-22
Semana da Mobilidade
Ontem foi o dia sem Metro
Hoje foi o dia sem carros
Comparando os caos vividos em Lisboa nestes dois dias não tenho dúvidas em confirmar aquilo que já suspeitava - O Metro é muito mais necessário à cidade que os carros.
Uma verdade inconveniente
Um filme documentário, que ainda não vi, que ao que parece alerta para várias questões que podem prevenir a degradação do ambiente, e tem tido boas criticas.
Hoje na Rádio pela manhã, anunciavam, que se for hoje ao cinema ver este filme, compra um bilhete e o 2º é de borla. Pois, podiam ter avisado um pouco antes, há quem tenha de cuidar da gestão das crianças ne? Mas se puder aproveite!
Dia sem carros????
Onde? Hoje de manhã na rádio ouvi que era o dia de não haver carros nas cidades! Fantástico! Tinha-me esquecido, logo hoje que tinha de ir à Rua Alexandre Herculano...Toca de ir de Metro, sair na estação errada, fazer uma caminhada, mas ok, e os carros? Era vê-los por toda a rua!!! Dia Sem carros onde? Em Lisboa? Pura ficção!
No meio de Setembro
Sob o calor das nuvens que se torcem
como toalhas fumegantes
na casa qualquer voz parece noite
Gastão Cruz in Crateras
Foto "roubada" aqui
2006-09-20
2006-09-18
2006-09-16
Ajudar quem ajuda
Uma das fontes de receita da Ajuda de Berço é a publicidade, basta clicar aqui uma vez por dia para contribuir para esta instituição de solidariedade social.
Vamos a isso ?
2006-09-11
Graças a deus que sou Ateu
Quando 28 anos depois do golpe militar sangrento de Pinochet no Chile socialista da Allende, dois aviões foram atirados contra as torres gémeas, um contra o pentágono (?) e ainda outro foi desviado, pensei mais uma vez como era bom ser ateu.
É que me era muito mais difícil suportar o horror se acreditasse que existia um deus omnisciente e omnipotente e que ele tinha permitido tamanha barbárie. Da mesma forma, e por ser ateu, não tive de suportar a ideia de tal acto poder ter sido feito em nome do “meu” deus. Eu não sou aliciável a atirar-me contra edifício algum ou a fazer-me explodir em troca de mil virgens no além. Primeiro porque não acredito, e depois para quê mil virgens se já tenho uma sagitário aqui na terra.
Não, as recompensas num futuro incerto, num paraíso ou noutro lado qualquer não me dizem nada. Mesmo se desesperado, esse terreno propício à filiação fanática, não seria convertível em qualquer religião salvadora. Não preciso de religião para sentir que faço parte de algo.
Graças a deus sou ateu, e por isso quando oiço, um God bless América, após ter sido ordenado o ataque ao Afeganistão ou ao Iraque, não me pergunto que raio de God é esse que irá abençoar um país que ataca outro. Também, por ser ateu, não tenho tendências maniqueístas de dividir o mundo entre os muçulmanos e os cristãos, ou dentro dos cristãos, entre os protestantes e os católicos. Para mim são todos humanos, com diferenças culturais que transcendem, e muito, a mera questão religiosa.
Não acredito no perdão de deus. Apenas na tolerância entre as pessoas. Também não acredito em qualquer auto da barca do inferno e num julgamento divino às portas da morte. Aliás, eu sempre fui adepto de uma avaliação contínua e não dum exame final. O que me conta é a avaliação dos meus actos feita por quem me conhece e que eu respeito. Acima de tudo o julgamento que faço de mim próprio de cada vez que olho para dentro de mim.
Não será o paraíso recompensa que se veja, comparado ao retorno que podemos receber num sorriso de uma criança, ou num abraço solidário de um adulto.
Mas não se julgue que sinto alguma superioridade moral por ser ateu. Não. Apenas acho que a minha vida é facilitada por isso.
2006-09-09
Voltar – Volver
Um filme de Pedro Almodóvar, com Carmen Maura, Penélope Cruz, Yohana Cobo, Lola Duenas, Blanca Portillo.
Para mim um filme de Pedro Almodóvar é sempre aguardado com expectativa, sou fã do realizador que “vingou” claramente a sua 7ª arte levando os seus filmes a todo o mundo e não deixando ninguém indiferente ao seu peculiar estilo e temas abordados.
Voltar, é mais um excelente filme a acrescentar à sua lista já extensa.
Raimunda é irmã de Sole, e mãe de uma adolescente. Vivem nos arredores e na cidade de Madrid. Têm uma boa amiga – Agustina que zela por uma tia de ambas. A mãe – Irene morreu há anos num incêndio juntamente com o pai. Mas eis que “Irene” regressa na forma de “fantasma” para resolver algumas pontas soltas que deixou na vida, nomeadamente com as suas filhas.
Este é um filme de mulheres que sobrevivem e vivem a vida com dificuldades, não é um filme só para mulheres, destina-se a todos os que se fascinam com o trabalho do realizador. Um bom filme, em que amizade não passa despercebida.
2006-09-07
O livro era tão envolvente e as personagens pareciam-lhe tão reais que quando acabou de o ler, sentiu-se num enorme vazio. É que já nem sabia se era ele que tinha lido o livro ou se era o livro que o tinha lido a ele.
Era um assassino inexperiente, na verdade nunca tinha matado ninguém. Talvez por isso depois de ter envenenado a sua mulher achou que a melhor maneira de esconder as provas era engolir a "arma do crime".
Quando ela conseguiu finalmente emagrecer, sentiu-se tão orgulhosa que passou a usar a etiqueta sempre de fora, para que todos vissem como já se conseguia meter num top S.
2006-09-04
Voo 93
Realizado por Paul Greengrass, com J. J. Johnson, Gary Commock, Polly Adams, Opal Alladin, Nancy McDoniel, Starla Benford, Trish Gates, Simon Poland, Khalid Abdalla, David Alan Basche, Lisa Colón-Zayas, Meghan Heffern, Olivia Thirlby, Cheyenne
Reconstrução dos terríveis acontecimentos ocorridos a 11 de Setembro, nos Estados Unidos da América. O ataque ao World Trade Center, as explosões, em directos, os aviões suicidas em directo, a estupefacção de vários serviços americanos.
O filme aprofunda o voo 93, mais um ataque suicida, que acabou por não atingir o seu objectivo, pois um grupo de passageiros, “contra atacou os suicidas”, não aconselhável a pessoas mais sensíveis, o desespero dos passageiros, as despedidas familiares telefonicamente, abalam qualquer um, que assistimos impávidos mas não serenos.
A Caminho de Guantánamo
Realizado por Michael Winterbottom e Mat Whitecross, com Riz Ahmed, Farhad Harun e Arfan Usman
Um terrível relato de três muçulmanos britânicos que estiveram presos durante dois anos sem qualquer acusação, na prisão militar americana da Baía de Guantanamo, em Cuba.
O filme é essencialmente documental, sendo os três protagonistas que nos narram a sua história.Dá que pensar!
2006-09-02
Sintra Medieval
Começou hoje e termina a 17 de Setembro, este Festival Medieval de Sintra. Entre torneios, amostras gastronómicas e danças e música da época, há-de tudo um pouco. É uma alternativa agradável para os habituais passeios sabado-domingueiros, e tudo isto debaixo do olhar sorridente do Castelo dos Moutros.
Programa completo aqui
Fortaleza Digital
Foi último livro de Dan Brown que li, apesar de se tratar, ao que julgo, do primeiro. E se a lógica da trama obedece ao padrão do autor, não se nota o mesmo cuidado na pesquisa feita antes da elaboração do livro. Por exemplo, em tudo o que é a descrição dos hábitos e gentes de Espanha. Espanha não é um país terceiro mundista nem um país em que ao domingo todos se vestem de negro e saiem de casa ao som dos sinos para se enfiarem na igreja mais próxima.
Mas também, quando eu quero ler um livro que descreva factos reais procuro uma enciclopédia e os romances de Dan Brown são puro entretinimento, ainda que consigam por-nos a reflectir sobre esta ou aquela questão.
Em Fortaleza Digital, tudo gira em torno de um software de encriptação que impediria a NSA norte-americana de continuar a interceptar e decifrar as mensagens trocadas na web em todo o mundo. Os restantes ingredientes são os habituais, uma rapariga bonita, um ou mais homens apaixonados, muita acção e volte-faces constantes.
Lê-se bem, mas fica aquém dos outros.