2004-10-30
Memórias de Farol
Comércio Justo
Sob as mãos experientes de Alima, as peças começam a ganhar forma.
João rasga o papel do embrulho que os pais lhe colocam à frente. Estes, de mãos dadas, sorriem expectantes.
Alima, a jovem do Bangladesh, conta as pecinhas, enrola-as no tabuleiro de serapilheira e insere-as num pequeno saco também de serapilheira.
João abre o jogo. É diferente. As peças são menos coloridas e a caixa não diz Majora ou Mattel, mas ao sentir as diferentes texturas nas suas mãos de criança, percebe que aquele jogo tem algo de autêntico. Não é apenas um jogo.
Os pais que têm aquela estranha capacidade de ler os sorrisos e os olhos dos filhos, tudo percebem e o seu sorriso abre-se. Ao terem escolhido uma loja do comércio justo para comprarem a prenda para o filho, para além de saberem que o dinheiro que pagaram chegará em grande parte à rapariga que o fez no Bangladesh e não aos inúmeros intermediários, deram um objecto cujo significado ainda que não percebido foi sentido pelo seu filho de seis anos.
Post de 2003.10.30 de Pedro
Recordado para divulgar o recém criado Fórum do Comércio Justo
"Somos fascinados pelos gatos por muitos motivos mas talvez o principal seja porque, de uma forma misteriosa, nos permitem ver-nos a nós próprios de uma forma mais clara".
Trevor Nunn
"Os gatos são ao mesmo tempo reservados, hipersensuais, frios, quentes, completamente elásticos e misteriosos".
Gillian Lynne
Fui ver ontem, não há palavras para descrever, é soberbo, deixo-vos a foto do mais sensual gato, "o pintas", deste fabuloso espectáculo. Adorei!
Na madrugada de hoje, não se esqueçam de atrasar uma horita no vosso relógio, ou seja, às 2.00 h, serão 1.00 h. Vamos dormir mais uma horita hoje.
2004-10-29
Daniel Sampaio apela aos jovens que se revoltem e derrubem o governo
in A Capital
Apeteceu-me partilhar...
Rostos sem nome
Sem idade, sem cor, sem cheiro
Simplesmente rostos
Com que nos cruzamos
Na caminhada diária
Olham-se; não se vêem,
Cruzam-se; não se tocam,
Inconscientemente (ou não) afastam-se para não se encontrarem
Por vezes esboça-se um sorriso
Às vezes forçado...
Algumas, essas mais raramente,
Tocam-se as mãos num cumprimento apressado.
Faça sol ou faça chuva
Os mesmos rostos sem nome
Faça dia ou faça noite
A mesma estrada palmilhada
Com pressa ou sem pressa
Os mesmos rostos cabisbaixos....
Nunca há tempo...
Há sempre alguém ou algo à espera
Saímos a correr e chegamos cansados
Com vontade de tudo
Sem vontade de nada
Com mil e um planos na mente
Sem nenhum deles realmente concretizado...
Corremos apressados para quê?...
Olhamos sem ver porquê?....
Chegaremos onde?...
Chegaremos como?....
Valerá a pena a pressa!?.....
Susana Fernandes
Parabéns Asterix !
Há 45 anos a divertir os leitores
Faz hoje 45 anos que na revista Pilote nasceu Asterix, feliz encontro do talento de Uderzo e de Goscinny que já dera frutos em outras séries que no entanto nunca ganharam o relevo de Asterix. Dois anos mais tarde, 1961, saía o primeiro album intitulado Asterix, o gaulês com uma tiragem de apenas 6.000 exemplares.
A partir daqui e a um ritmo de cerca de um livro por ano, Asterix galgou fronteiras (traduzido pela primeira vez para espanhol em 1965). Em 1967 com Asterix e os normandos a tiragem inicial já foi de 1.200.000 e foi sempre crescendo até o último livro publicado, não contando com o que sai hoje, Asterix e La Traviata em 2001 com 8.000.000 exemplares.
Ao longo dos anos, e enquanto Goscinny foi o responsável pelo argumento, a série foi evoluindo, refinando o humor e soltando o desenho. No entanto a maior parte das personagens aparece logo no primeiro livro ainda que algumas não com a mesma individualidade que foram ganhando. Excepção para Ideafix que apenas no 5º livro – A volta à Gália entra para a séria, contracenando habilmente com Obélix.
Mas o que faz o enorme sucesso de Asterix ?
Penso que é o enorme sentido de humor e o facto do mesmo estar direccionado para mais de um público, ou seja: os livros permitem mais de uma leitura e se quando lidos por uma criança certas piadas de índole mais de critica social passam despercebidas, elas ajudam o público adulto a apreciar uma das Bandas desenhadas mais famosas do mundo.
E é importante que algures num cantinho do nosso coração, mantenhamos aquela chama da pequena aldeia gaulesa que resiste ainda e sempre ao invasor. Principalmente nestes tempos onde não são só os romanos que andam loucos.
2004-10-28
Um thriller baseado numa história verídica passada nos anos 90 em Lisboa.
Dois agentes da judiciária, Miguel e Nicolau, tem a seu cargo um crime na cidade de Lisboa, Rapidamente de um assassinato, surgem mais dois, estando então perante um serial killer. Os agentes da judiciária são acompanhados por Tânea, uma jornalista, que elabora uma peça sobre a judiciária.
Um livro que se lê bem, conseguimos entender um pouco, o modo de funcionar dos agentes no nosso país, com todos os problemas envolventes, o funcionamento do nosso “CSI” também. Obviamente que por comparação com policiais estrangeiros, este livro é um pouco pobre, mas penso que também não seja frequente, e ainda bem, aparecerem em Portugal serial killers.
2004-10-26
Vídeo vigilância
Há temas que me incomodam profundamente. Porque me dividem e colocam-me em conflito comigo mesmo. E um deles é o da vídeo vigilância. Agora, com acuidade nas Creches e Escolas, face ao parecer negativo da Comissão de Protecção de Dados, suscita-se o debate.
Se, por exemplo, tivesse um filho numa Creche, talvez gostasse de observar, de vez em quando, através da Internet, o ambiente em que se encontrava, como se estava a comportar, mas, sobretudo, como o estavam a tratar. Mas se fosse Educador de Infância, talvez me sentisse intimidado com uma câmara de vídeo e até ferido na minha dignidade profissional e pessoal.
Não é fácil resolver este conflito. Durante a tarde de hoje, no Fórum da TSF, as opiniões dividiram-se. Sei que, em público, estamos quase sempre vigiados. Nas estações de combustível, nos hipermercados e em muitos outros locais em que, por vezes, quase não nos apercebemos daquela plaquinha: “Sorria, está a ser filmado”. É uma espécie de “Big Brother”, não assente necessariamente no escândalo, mas à espera de uma escorregadela do cidadão comum. Outros dirão: para que o cidadão comum não pague pelos erros dos menos comuns.
Não sei, confesso. Mas chateia-me ser vigiado. E como não gosto, não o desejo aos outros.
Mas, como disse, o debate impõe-se. Vamos a isso?
C(S)em dias
Então... Pois... Hum... Talvez e ao contrário também... Claro, claro... E depois... as noites... Ah,... Atchim!!!.. Desculpem, mas estou com gripe e cheio de febre. Deve ser por isso que meu deu uma “branca”. Vou prá caminha curar a neura. Chau!
2004-10-25
Memórias de Farol
O Zero
"(...) O Zero sabia que o verdadeiro problema não era a preguiça
nem a falta de capacidade. A questão importante era o orgulho.Sucedia que o
orgulho o levava a procurar sempre o primeiro lugar quando se juntava aos
outros algarismos para fazerem alguma coisa em conjunto. Conseguia esse
lugar porque era o mais forte de todos, mas os outros algarismos não achavam
aquilo bem. E quando isso sucedia formava-se uma barreira, uma vírgula,
entre ele e os outros. E, assim, com o Zero no primeiro lugar e a vírgula
logo a seguir, aquilo que faziam não valia quase nada."
Paulo Geraldo
Post de 2003.10.25 por Filomena
2004-10-24
Zoom In
Zoom Out
Inveja
Inveja é um filme comédia fraquíssimo. Tem um bom elenco, Ben Stiller (Os Excêntricos Tenembaums, Zoolander), Jack Black (Alta Fidelidade), Rachel Weisz (O Júri) e Christopher Walken, mas nem estes fazem milagres.
O enredo é desprovido de qualquer bom senso, e ao que apurei, o próprio Ben Stiller tentou que o filme fosse apenas editado em vídeo, sem passar pelos cinemas....e eu bem o compreendo!
De fugir!!!!
Problema dos professores resolvido...
Como dá para ver na imagem acima, o malfadado computador foi parar à 25 de Outubro. Não se sabe, ao certo, se atingiu alguém, mas que deixou sequelas graves deixou.
Henriqueta, desculpa a graça, mas também é bom rir das coisas sérias, embora não fosse má ideia ver o tal computador cair na cabeça de alguma gentinha que teima em nos desgovernar.
2004-10-23
A Banda Desenhada já abriu as portas !
A estação de Metro da Amadora-Este nunca tinha recebido tantos herois e vilões como os que ontem se passeavam antes da abertura do Festival. Do Tintim ao Asterix, passando pelo Homem-Aranha, pela Cat Woman ou pelos irmãos Dalton, muitas eram as personagens que circulavam pelo espaço ajardinado que cobre a estação do Metro que acolhe a 15ª edição do Festival de Banda Desenhada da Amadora.
Números circenses de malabarismo e cuspidores de fogo faziam as delícias da pequenada bem como a presença do Panda do Canal Panda e das suas brincadeiras. Mas foi só depois de uma sessão de fogo de artifício que as portas se abriram e se pode ver o enorme, mas labirintico espaço, das exposições do Festival. Há um pouco de tudo, pranchas conhecidas e originais, pequenos objectos evocativos de alguns herois bem conhecidos, como um menir ou a máscara do Batman, passando pelo espaço infantil, feira do livro e um pequeno bar.
Vale a pena a visita mesmo agora que os personagens retornaram aos seus quadradinhos.
2004-10-21
Tenho-me mantido calada desde que o Presidente da República nomeou Santana Lopes para formar governo ... Percebi a decisão de Jorge Sampaio no contexto do funcionamento da Democracia... Mas sabia, como a maior parte dos Portugueses , que se avizinhavam tempos difíceis!
E eu, a pessimista-mor, nunca sonhei que iria escutar o primeiro - ministro dizer uma barbaridade deste tamanho : Na gestão optimizada de recursos humanos da função pública os professores, com horários zeros, poderiam ir assessorar os juízes!!!!!!!!!!!!!! Esta afirmação conseguiu por de acordo associações de juízes e professores porque é um tremendo disparate!!!!!
O Ex.º Sr. Primeiro - Ministro, Dr. Santana Lopes não conhece :
- legislação referente a concurso de professores, mais precisamente os procedimentos a ter quando um professor não tem componente lectiva;
- o conteúdo funcional das actividades dos juízes e dos professores;
- dimensão das turmas nas nossas escolas com 28 alunos e que beneficiariam todos se fossem mais pequenas ( sobretudo e principalmente os alunos);
- as actividades que os professores podem desempenhar nas escolas para além das aulas;
- o país que governa !
2004-10-20
Festival internacional de Banda Desenhada da Amadora
É já na proxima sexta-feira que a 9ª arte volta à Amadora, na 15ª edição deste Festival Internacional. Este ano será na estação de Metro da Amadora que decorrerá a maior parte do Festival o que facilita a vida aos visitantes e o espaço é muito mais amplo.
A principal exposição do Festival intitula-se 100 BDs do Século XX e resulta de um inquérito mundial. Da recolha das votações, resultou que os 10 primeiros lugares estão ocupados pelas seguintes Bandas Desenhadas: Tintin; Batman; Corto Maltese; Asterix; Little Nemo; Maus; Blueberry; The Spirit; Peanuts; Krazy Kat e Donald Duck e Uncle Scrooge.
Eu por mim também voto no Asterix e no Corto Maltese.
Un coin de table (Um canto de mesa), Henri Fantin-Latour, 1872. Sentados, a partir da esquerda, os poetas simbolistas Paul Verlaine (1844–1896) e Arthur Rimbaud (1854–1891) – Musée d'Orsay, Paris.
Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.
Minha alma imortal,
Cumpre a tua jura
Seja o sol estival
Ou a noite pura.
Pois tu me liberas
Das humanas quimeras,
Dos anseios vãos!
Tu voas então...
— Jamais a esperança.
Sem movimento.
Ciência e paciência,
O suplício é lento.
Que venha a manhã,
Com brasas de satã,
O dever
É vosso ardor.
Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.
2004-10-19
O Zé, a Mulher e o Burro
- Ó Burro, gostas do Zé?
- Mais ou menos. Não gosto daqueles eufeminismos, mas gosto muito de ti.
- Não é eufeminismos, mas isso agora não interessa. Também não gosto do Zé, mas gosto de ti.
- Então quer dizer que só gostas de mim... Ieenn, Ieenn...
- Também não precisas de zurrar tanto... Ainda alguém desconfia...
- E isso preocupa-te?!
- Bem..., gostar de um Burro não fica bem a ninguém. Porque...
- Não são inteligentes e têm o corpo todo coberto de pêlo grosso?
- Bom, o pêlo ainda vai que não vai, olha o Trofa... Mas a inteligência é uma coisa importante.
- E achas aquelas pessoas inteligentes? E, já agora, tu consideras-te inteligente?
- Nem sei porque perco o meu tempo a falar contigo. Afinal és mesmo Burro!
- Sou?!... Ieenn, Ieenn!!!
2004-10-18
Soichiro
A pedido de várias famílias, apresentou-vos o meu neto... ops, nah... o gato do meu filho, com quatro meses. Para quem não saiba, Soichiro Honda (1906-1992) foi o fundador da marca de automóveis com o último nome.
2004-10-17
Poucos dias atrás vi-a a enxugar furtivamente as lágrimas dos olhos e a arrastar penosamente a esfregona e o balde. Espantei-me, até que fiquei a saber, o seu irmão morrera numa bala perdida no golpe de estado, intentona ou lá o que foi que aconteceu na Guiné. E de repente, como que com uma estalada, aquilo que era apenas uma notícia de jornal atingiu-me a cara ao ganhar rostos e dores e sofrimento.
Por vezes, de tanto vermos sofrimento e relatos de mortes violentas na televisão, esquecemo-nos do que na verdade tal significa. Não são números, são pessoas. E cada pessoa que morre antes do seu tempo e sem razão, é um rio de dor que se espraia... em vão.
2004-10-16
Um dia quebrarei todas as pontes
Que ligam o meu ser vivo e total,
À agitação do mundo do irreal,
E calma subirei até às fontes.
Irei até às fontes onde mora
A plenitude, o límpido esplendor
Que me foi prometido em cada hora,
E na face incompleta do amor.
Irei beber a luz e o amanhecer,
Irei beber a voz dessa promessa
Que às vezes como um voo me atravessa,
E nela cumprirei todo o meu ser.
Sophia de Mello Breyner Andresen
In Poesia (1944)
As Ilhas, VII
Difícil é saber de frente a tua morte
E não te esperar nunca mais nos
Espelhos da bruma.
Sophia de Mello Breyner Andresen
In Navegações (1979)
Sabem qual é o melhor sogro do mundo ?
O Santana que vai deixar tudo à nora.
2004-10-15
Paula Rego
Começou hoje e vai até dia 23 de Janeiro, a exposição de Paula Rego no Porto, Museu de Serralves. Amanhã também sai com o Público um livro para conhecer melhor a pintura da artista.
2004-10-14
Quinta da Falta de Pachorra
A AR está cada vez mais parecida com uma qualquer Quinta das Celebridades. Talvez porque esta seja o reflexo do país. O PM pouco disse de útil. O líder da oposição, com a força que lhe advém de uma vitória esmagadora no interior do PS, foi demolidor. Mas esta política de combate verbal, de esgrima apenas atenta aos pontos fracos de cada parte, não me interessa. Tal como na quinta fechada, esta perde-se em inutilidades. Vai transformando-se num Realty Show para que me falta a pachorra.
Não há causas e também se vão perdendo valores. Durante horas fala-se, grita-se e não se resolve nada. O país vai ficando adiado. Pasmei ao ver uma reportagem que elege o White Castell como uma figura gira e com grande sentido de humor, com grandes hipóteses até de vencer o concurso da Quinta das Celebridades. A política também está travestida, senão de Armani, Dior, Chanel..., de uma roupagem de mau gosto, que atenta contra a inteligência, que nada tem a ver com a realidade e que se marimba para o bem-estar dos portugueses. Não há paciência para tanta “quinta”...
2004-10-13
A vitória expressiva de Portugal sobre a Rússia não é vingança nem redenção do empate com a humilde equipa do Liechtenstein. É que nós somos assim mesmo. Oito ou oitenta. Ou caímos em profundas depressões ou exteriorizamos alegrias extemporâneas. Ora enterramos os mitos, ora os ressuscitamos, esquecendo mesmo de lavar as mãos ainda sujas de terra. Somos assim. Sem meio-termo. As vezes gosto destas paixões, outras sinto-me emigrado do país. Claro, afinal também sou português.
2004-10-12
Uma História Suja
O último livro de Luís Sepúlveda não é um romance, nem são contos ou sequer crónicas. São apontamentos, um blogue em letra impressa que me deixa saudade de ler os seus grandes romances de qualidade indiscutível. Em Uma história suja essa qualidade literária raramente transparece. Vale, assim, pela forma despudorada como desmascara a actuação de Bush relativamente à Guerra no Iraque, como recorda o passado chileno depois do fim do sonho chamado Salvador Allende ou por tantas outras denúncias e pequenos apontamentos.
Temos, por exemplo, o canalizador que, depois de um exame ocular dos achaques que afligem as canalizações da casa (...) com um palito nos dentes e olhando para outro lado, pergunta: "com ou sem factura ?"
Se a resposta for "sem factura", de imediato o patife nos considera do seu grupo e nos inclui no seu inventário de "gajos porreiros". mas se, exercendo os deveres de cidadão que valoriza o viver numa sociedade civil e civilizada, lhe respondemos "com factura", porque queremos que a Segurança Social funcione, que os transportes públicos funcionem, que a educação pública não morra, e porque achamos que tudo isso e muito mais se consegue pagando os impostos que consideramos justos, então o patife vingar-se-á com um preço exorbitante.
(...)
Bush é um patife texano que, ao anunciar a conta-gotas aos governantes europeus a primeira guerra do século, perguntou "apoiam esta guerra, com ou sem factura?" A factura chama-se respeito pela convenção de Genebra, segurança para a população civil, compromisso explícito de não bombardear objectivos civis, garantias de respeito sem restrições dos direitos humanos de todas as partes implicadas e, no caso dos países aliados, pelno exercício do direito de informar e estarem informados. Mas os governantes europeus meteram o palito da patifaria entre os dentes e responderam"sem factura.
Coisas há que dependem de nós - e outras há que de nós não dependem. O que depende de nós são os nossos juízos, as nossas tendências, os nossos desejos, as nossas aversões: numa palavra, todos os actos e obras do nosso foro íntimo. O que de nós não depende é o nosso corpo, a riqueza, a celebridade, o poder; enfim, todas as obras e actos que de maneira nenhuma nos constituem.As coisas que dependem de nós são por natureza livres, sem impedimento, isentas de obstáculos; e as que de nós não dependem são inconsistentes, servis, susceptíveis de impedimento, estranhas.Tem em mente, portanto, o seguinte: se avalias livre o que por natureza é servil, e julgas decente para ti o que te é estranho, sentir-te-ás embaraçado, aflito, inquieto - e em breve culparás os Deuses e os homens. Mas se crês teu o que unicamente é teu, e por estranho o que efectivamente estranho te é, então niguém te poderá constranger, nem tão pouco causar embaraços; não atacarás ninguém, a ninguém acusarás, nada farás contra a tua vontade; prejudicar-te, ninguém te prejudicará; e não terás um só inimigo - e prova disso é sobre ti a ausência de qualquer dano.
Epicteto
2004-10-11
Porque que será que este homem não me convence. Porque não tinha expressão no rosto? Porque mexia demais com a mão direita? Porque não recorreu ao tele-ponto e não nos olhou mais nos olhos? Porque disse coisas que me pareceram lugares comuns? Porque não consigo esquecer a imagem que ele próprio, com a ajuda dos Media, foi criando ao longo dos anos? Porque os benefícios que anunciou me soaram a factura a pagar? Serei eu que estou a ficar Velho do Restelo? Sei que até agora só fiz perguntas, mas, a verdade, é que não sei mesmo dar-lhes resposta...
O Diário da nossa paixão
Para quem aprecie a obra de Nicholas Spark deve ver este filme. Eu já li o livro há uns anitos, mas pelo que me lembro, os factos relevantes estão no filme. O elenco foi muito bem escolhido, e entre os “casais” do filme sente uma certa química a funcionar.
É claro que é daqueles enredos de fazer chorar pedras da calçada! Quem conhece o livro, saberá do que falo!
Ele lê para ela...um caderno antigo, num lar à beira de um bonito lago. Ela já não se lembra de quase nada da sua vida, mas a leitura envolve-a e tem a capacidade de a manter serena.
O velho caderno conta a história de amor de Allie (uma rapariga de familias abastadas) e Noah (um pobre rapaz operário). O que tudo parecia ser, apenas, um romance de verão, torna-se numa grande paixão quase avassaladora.
2004-10-10
Memorias de Farol
Lá estavam eles, fatos cinzentos, alguns azuis. Também eu me aperaltara para aquele colóquio, vestira a minha melhor t.shirt e as únicas calças de ganga que tenho que não estão rotas nos fundilhos.
Comecei por uma pergunta que não esperavam – Acham que alguém pode ter direito a reservar para si o ar que respiramos, a água ? Então e não será que o conhecimento é um bem igualmente essencial e que, como tal, não deveria ser partilhado entre todos ?
Alguns anuíram, outros ajeitaram-se nos assentos cor de laranja.
- Pois bem – fiz a pausa da ordem – e o que é que acham se um bem tão essencial para vocês empresários como o software fosse de igual modo partilhável ? O que é que acham se qualquer pessoa em qualquer ponto do mundo pudesse aceder a esse software e caso o conseguisse melhorar, no imediato divulgasse essa melhoria e todos tivessem igual proveito ?
- Isso não é possível e mesmo que o fosse, algum espertalhão faria umas melhorias e punha-o à venda.
- Nop. Para isso criou-se o copyleft, uma espécie de antítese ao copyright, ou seja, o software é livre, e quem quiser pode utilizá-lo, alterá-lo, melhorá-lo, mas não pode, mesmo que o transforme, torná-lo num software não livre.
Olharam uns para os outros espantados. – Isso significaria que para além do mais pouparíamos uma data de dinheiro.
- E que em cada instante milhares de pessoas no mundo estariam a trabalhar no mesmo software com vista a melhorá-lo, adaptá-lo a situações particulares, enfim estariam a trabalhar para eles mas ao mesmo tempo estariam a trabalhar para toda a humanidade.
- Na verdade não há direito de limitar o direito à informação e ao conhecimento tecnológico.
Remeti-me ao silêncio, satisfeito com as reacções produzidas. Um deles, mais afoito, gravata já escancarada e deixando o casaco a jazer nas costas da cadeira, levantou-se e rematou – Aqui o Pedro tem razão, um outro mundo é possível.
P.S. Para informação sobre software livre visite a Ansol
CATS
Eu , que adoro cães e tolero gatos tive que me render a este musical que nos fala de todo o tipo de gatos :o gato do caminho de ferro, o gato desordeiro, o gato respeitável do mundo da finança, o gato marinheiro, o gato que está sempre contra ( o meu preferido) e termina dando conselhos para os humanos conquistarem os felinos! Pelo meio Memory deixa-nos deliciados com a lua sempre ao fundo.
Tinha uma certa curiosidade em assistir ao mais famoso musical do mundo. Cats", de Andrew 0loyd Weber, estriou-se no Coliseu de Lisboa no dia 6 de Outubro. E não fiquei desiludida: os cenários, as músicas, as interpretações e o contacto dos “ Cats” com o público valem bem a pena as duas horas e meia de espectáculo!
Existem duas pespectivas diferentes de ver um espectáculo como o Enigma de Luís de Matos. A primeira é a racional, em que se tenta ver por detrás de cada ilusão a forma como a mesma é conseguida. É no entanto frustrante pois ao longo de todo o espectáculo apenas numa ou duas situações tal é perceptivel.
Por isso deve-se optar pela segunda forma, a mais bonita. Que é esquecer o lado racional e viver o espectaculo como um mundo de magia, em que o facto de cada passe de mágica resultar nos faz abrir a boca de espanto e de admiração, mas que no fundo nos parece possível pois estamos num mundo onde as normais leis da física não funcionam.
Mas para além do ilusionismo em Enigma, Luís de Matos mostra todo o seu talento como comunicador e contador de histórias. Vale realmente a pena ver.
2004-10-09
Rescaldo do concerto das bodas de prata dos Xutos & Pontapés...
Um pavilhão Atlântico cheio, um calor humano que emanava da famosa banda...o apelo do Não à guerra, as músicas que nos fizeram pular e cantar, as mais conhecidas e as menos, cerca de 3 horas de música, pois como o Tim dizia, eles estavam ali para cantar...o obrigado da banda, o obrigado do público, os punhos que se cruzavam em homenagem a estes "guerreiros", as bandeiras portuguesas...Um concerto feliz que valeu a pena. E que venham as bodas de ouro...mas...devagarinho ...
ASINOTERAPIA
Nos últimos dias tem-se falado bastante da asinoterapia para crianças com necessidades especiais, permitindo que estas usufruam das potencialidades dos burros a nível da estimulação cognitiva, física e afectiva. E, segundo os entendidos, com resultados muitos positivos.
É curioso, como um animal com o nome que tem, mas conhecido também pela sua pachorra e meiguice, seja salvo da sua quase extinção em Portugal para passar a ter um papel cada mais importante na sociedade. Há até já quem diga que a asinoterapia devia ser estendida também a adultos, em particular aos políticos, quase sempre com necessidades muito especiais. Umas festinhas ao burro e uma voltinha bem serena, numa herdade algures no Portugal profundo, talvez fizesse uns quantos políticos pensar mais claramente e com menos sobranceria. Experimentem. Ah, mas tenham o cuidado de nunca passar por detrás do burro, porque às vezes chateia-se e deixa toda a meiguice de lado. É que, contrariamente a certas pessoas, gosta que o olhem de frente.
2004-10-08
Logo à noite, lá estarei no Pavilhão Atlântico! (ai se ele cai...lá lá...)
2004-10-07
2004-10-06
Os Cats chegam hoje a Lisboa, eu tenho encontro marcado para dia 27 :-).
Calou-se há cinco anos....
2004-10-05
... preciso que me expliquem, que ainda não percebi, a razão de toda esta confusão sobre a colocação de professores. Não. Não falo de programas informáticos ou de formas de efectuar concursos, falo do porquê desta colocação todos os anos.
É que eu trabalho numa empresa pública, e ao tentar imaginar que anualmente me colocavam nesta ou naquela empresa, ainda que fosse possível porem-me a fazer o mesmo trabalho e para além das dificuldades que isso acarretaria para a minha vida pessoal, não vejo qual a vantagem para o estado. É que uma equipa não se forma num ano quanto mais numa semana. É que existem sempre particularidades e especificidades.
Os médicos, por exemplo, que também são funcionários públicos não mudam de hospital todos os anos.
Por favor expliquem-me lá por que razão é preciso fazer estes concursos todos os anos. Qual a vantagem ? Quem fica a ganhar ? É que quem fica a perder acho que já percebi... os próprios, os alunos e os pais.
Assim se vê...
Depois de termos visto ascender à liderança dos dois maiores partidos portugueses, duas pessoas tão mediáticas, chega a vez do PCP mudar de líder. Face ao cinzentismo de Carvalhas, em termos mediáticos qualquer um será melhor, mas se quiserem alguém que frente a uma câmara de televisão os meta num chinelo, escolham a Odete
2004-10-04
E porque hoje é dia do animal...Aqui ficam os meus doces felinos!
2004-10-03
Depois de Shrek os produtores apresentam agora o gang de tubarões.
Um tubarão vegetariano, um peixe muito “cool & dread”, duas medusas meios “rastas”, um tubarão “don”, percorrem o oceano numa grande aventura. Junta-se uma “peixa sexy” e uma peixa muito doce e temos o gang de tubarões em exibição, e vale a pena.
2004-10-01
Hoje comemora-se o Dia internacional da Música e o Dia internacional da Água
Para ouvir a música feita por baleias, clicar aqui