2005-02-27
Ópera do Malandro
Quem não gosta de um bom malandro? E ainda por cima com sotaque brasileiro e de falinhas mansas?Este musical grandioso prometia porque está associado a Chico Buarque (que dispensa apresentações) e já foi um grande exîto no Brasil. A acção situa-se na Lapa carioca, dos anos 40 do século passado. Fala de amores, desamores, contrabando, prostituição, corrupção e tudo isto num ambiente de boa disposição, música fabulosa e com um final hilariante: uma rapsódia com a música de várias óperas clássicas. O musical incluí músicas clássicas de Chico Buarque como "A volta do malandro", "Pedaço de mim", "Folhetim" ou "Hino da repressão".
Os 20 actores do elenco circulam por um cenário de três andares e inclui três palcos giratórios com surpreendentes efeitos de luz e som. Chico Buarque inspirou-se na "Ópera do Mendigo" de John Gay e na "Ópera dos Três Vinténs" de Brecht e Weill. A "Ópera do Malandro" estreou-se no Rio de Janeiro em 1977. Nós gostamos, aliás amamos e não nos importávamos de voltar a ver!
Henriqueta Alface e Cristina Augusto
Quem não gosta de um bom malandro? E ainda por cima com sotaque brasileiro e de falinhas mansas?Este musical grandioso prometia porque está associado a Chico Buarque (que dispensa apresentações) e já foi um grande exîto no Brasil. A acção situa-se na Lapa carioca, dos anos 40 do século passado. Fala de amores, desamores, contrabando, prostituição, corrupção e tudo isto num ambiente de boa disposição, música fabulosa e com um final hilariante: uma rapsódia com a música de várias óperas clássicas. O musical incluí músicas clássicas de Chico Buarque como "A volta do malandro", "Pedaço de mim", "Folhetim" ou "Hino da repressão".
Os 20 actores do elenco circulam por um cenário de três andares e inclui três palcos giratórios com surpreendentes efeitos de luz e som. Chico Buarque inspirou-se na "Ópera do Mendigo" de John Gay e na "Ópera dos Três Vinténs" de Brecht e Weill. A "Ópera do Malandro" estreou-se no Rio de Janeiro em 1977. Nós gostamos, aliás amamos e não nos importávamos de voltar a ver!
Henriqueta Alface e Cristina Augusto
2005-02-26
Peter Benenson
1921-2005
Obrigado
Não se sei é a palavra mais adequada. Mas ao saber da morte de Peter Benenson é o que se me oferece dizer pois o mundo e todos aqueles, como eu, que se preocupam com os direitos humanos têm uma dívida de gratidão para com o fundador da Amnistia Internacional.
A ideia nasceu-lhe em 1960, mas foi em 1961, após ler uma noticía num jornal britânico que aqui em Portugal dois jovens tinham sido presos por darem vivas à liberdade em plena rua, que Peter achou que havia algo a fazer - e fêz.
A Aministia Internacional nasceu assim e deu um enorme impulso à defesa dos direitos humanos e para acabar de vez com os chamados delitos de opinião. Hoje, tantos anos volvidos, ainda há tanto a fazer e a melhor forma de agradecer a este homem e a todos aqueles que se têm dedicado a esta causa é prosseguir a sua obra. Nunca baixar os braços.
Vou ali e já venho! Depois conto-vos! ;)
Más línguas
Consta que o verdadeiro o motivo que levou Santana Lopes a não se recandidatar à liderança do PSD dois depois de após o desaire eleitoral ter aparentado o contrário, é a TVI tê-lo convidado para integrar a segunda edição da Quinta das Celebridades.
Parece que Santana aceitou de imediato. Teme-se, no entanto, que tenha dificuldades em manter-se muito tempo na Quinta.
Consta que o verdadeiro o motivo que levou Santana Lopes a não se recandidatar à liderança do PSD dois depois de após o desaire eleitoral ter aparentado o contrário, é a TVI tê-lo convidado para integrar a segunda edição da Quinta das Celebridades.
Parece que Santana aceitou de imediato. Teme-se, no entanto, que tenha dificuldades em manter-se muito tempo na Quinta.
2005-02-25
Os óscares estão aí à porta, é já dia 27 de Fevereiro, aqui ficam algumas nomeações e as nossas apostas! Queres dar a tua opinião?
Melhor actor
Don Cheadle, Hotel Ruanda
Johnny Depp, À procura da terra do nunca
Leonardo DiCaprio, O Aviador
Clint Eastwood, Million Dollar Baby
Jamie Foxx, Ray
Melhor realização
Clint Eastwood, Million Dollar Baby
Taylor Hackford, Ray
Mike Leigh, Vera Drake
Alexander Payne, Sideways
Martin Scorsese, O Aviador
Melhor actriz
Annette Bening, Being Julia
Catalina Sandino Moreno, Maria cheia de Graça
Imelda Staunton, Vera Drake
Hilary Swank, Million Dollar Baby
Kate Winslet, O despertar da mente
Melhor actriz secundária
Cate Blanchet, O Aviador
Laura Linney, Kinsey
Virginia Madsen, Sideways
Sophie Okonedo, Hotel Ruanda
Natalie Portman, Closer
Melhor filme
O Aviador
À Procura da Terra do Nunca
Million Dollar Baby
Ray
Sideways
Melhor actor secundário
Alan Alda, O Aviador
Thomas Haden Church, Sideways
Jamie Foxx, Colateral
Morgan Freeman, Million Dollar Baby
Clive Owen, Closer
Melhor actor
Don Cheadle, Hotel Ruanda
Johnny Depp, À procura da terra do nunca
Leonardo DiCaprio, O Aviador
Clint Eastwood, Million Dollar Baby
Jamie Foxx, Ray
Melhor realização
Clint Eastwood, Million Dollar Baby
Taylor Hackford, Ray
Mike Leigh, Vera Drake
Alexander Payne, Sideways
Martin Scorsese, O Aviador
Melhor actriz
Annette Bening, Being Julia
Catalina Sandino Moreno, Maria cheia de Graça
Imelda Staunton, Vera Drake
Hilary Swank, Million Dollar Baby
Kate Winslet, O despertar da mente
Melhor actriz secundária
Cate Blanchet, O Aviador
Laura Linney, Kinsey
Virginia Madsen, Sideways
Sophie Okonedo, Hotel Ruanda
Natalie Portman, Closer
Melhor filme
O Aviador
À Procura da Terra do Nunca
Million Dollar Baby
Ray
Sideways
Melhor actor secundário
Alan Alda, O Aviador
Thomas Haden Church, Sideways
Jamie Foxx, Colateral
Morgan Freeman, Million Dollar Baby
Clive Owen, Closer
2005-02-24
O dia dos prodigios
A melhor forma de ler e conhecer um autor é seguir a ordem cronológica dos seus livros. A minha leitura da obra de Lídia Jorge foi feita precisamente ao contrário e daí o fraco entusiasmo que me despertou este seu primeiro romance escrito há já 27 anos.
Trata-se da história de uma pequena aldeia no interior algarvio e dos seus habitantes, das suas vidas pequenas e mesquinhas, dos seus sonhos, mas acima de tudo dos seus medos. E, também, de como nesse meio, se viram as várias alterações sofridas no país, nomeadamente em Abril de 74.
Manuel Gertrudes disse. Dizem que vão visitar todas as terras de Portugal ao mesmo tempo, saindo uns para o norte, outros para o sul e outros para leste. E mais. Que trazem ordem de parar em todos os sítios e ouvir todas as queixas. Nem que isso demore vários anos. para o efeito trazem eles ouvidores que se prepararam do dia para a noite. Tal o ímpeto da renascença.
2005-02-23
Quem tem medo de Virginia Woolf
Quem tem medo de Virginia Woolf, no Teatro da Trindade.
De Edward Albee. Encenação de João Paulo Costa, com António Capelo, Glória Férias, Mário Santos e Sandra Salomé.
Não é uma peça fácil, muito pelo contrário, é uma peça bastante densa, inquietante e até introspectiva.
Quatro personagens, dois casais, Martha e George vão destilando ódios, “despindo-se” diante dos seus convidados, que estupefactos vão assistindo ao desenrolar de ódio, amor, jogos, ilusão.
Uma peça muito boa, interpretações excelentes, apenas um reparo, é demasiado longa, penso que se tivesse sido um pouquinho mais curta ganharia muito mais em qualidade e motivação para com o espectador. Ainda assim, recomendo.
Quem tem medo de Virginia Woolf, no Teatro da Trindade.
De Edward Albee. Encenação de João Paulo Costa, com António Capelo, Glória Férias, Mário Santos e Sandra Salomé.
Não é uma peça fácil, muito pelo contrário, é uma peça bastante densa, inquietante e até introspectiva.
Quatro personagens, dois casais, Martha e George vão destilando ódios, “despindo-se” diante dos seus convidados, que estupefactos vão assistindo ao desenrolar de ódio, amor, jogos, ilusão.
Uma peça muito boa, interpretações excelentes, apenas um reparo, é demasiado longa, penso que se tivesse sido um pouquinho mais curta ganharia muito mais em qualidade e motivação para com o espectador. Ainda assim, recomendo.
O pior ladrão do mundo é a idade, porque rouba o nosso bem mais precioso - as recordações.
2005-02-22
Hotel Rwanda
Um filme de Terry George, com Don Cheadle, Sophie Okonedo, Nick Nolte Antonio David Lyons, Joaquin Phoenix e Jean Reno.
Esta é a história verdadeira de Paul Rusesabagina. Um homem com um coração do tamanho do mundo!
Ruanda 1994, a população divide-se em dois grupos étnicos os Tutsis e os Hutus. Os Hutus começam um massacre contra os Tutsi.
Paul é um Hutu moderado, casado com uma Tutsi, e através de muitas jogadas e corrupção, tendo como “base” o Hotel Belga, em que é gerente, ele acolhe e protege a sua família e milhares de refugiados que recolhe.
É um filme que nos faz pensar, há pouco mais de dez anos, este genocídio foi real, saiu em jornais por todo o mundo e que se fez? Nada....Nem a ONU conseguiu fazer algo por este povo.
Paul comove-nos com a sua determinação, um filme que deve ser visto, para que ninguém se esqueça, do que aconteceu em 1994.
Paul vive actualmente na Bélgica com a sua família, e apoiou em todos os momentos este filme. Excelentes interpretações do casal que dá vida a esta triste história, Don Cheadle e Sophie Okonedo estão aliás nomeados e bem, na categoria de melhor actor/actriz, na corrida aos óscares.
Um filme de Terry George, com Don Cheadle, Sophie Okonedo, Nick Nolte Antonio David Lyons, Joaquin Phoenix e Jean Reno.
Esta é a história verdadeira de Paul Rusesabagina. Um homem com um coração do tamanho do mundo!
Ruanda 1994, a população divide-se em dois grupos étnicos os Tutsis e os Hutus. Os Hutus começam um massacre contra os Tutsi.
Paul é um Hutu moderado, casado com uma Tutsi, e através de muitas jogadas e corrupção, tendo como “base” o Hotel Belga, em que é gerente, ele acolhe e protege a sua família e milhares de refugiados que recolhe.
É um filme que nos faz pensar, há pouco mais de dez anos, este genocídio foi real, saiu em jornais por todo o mundo e que se fez? Nada....Nem a ONU conseguiu fazer algo por este povo.
Paul comove-nos com a sua determinação, um filme que deve ser visto, para que ninguém se esqueça, do que aconteceu em 1994.
Paul vive actualmente na Bélgica com a sua família, e apoiou em todos os momentos este filme. Excelentes interpretações do casal que dá vida a esta triste história, Don Cheadle e Sophie Okonedo estão aliás nomeados e bem, na categoria de melhor actor/actriz, na corrida aos óscares.
2005-02-21
“Numa democracia há vencedores e vencidos mas não há excluídos”
Vencedores:
A esquerda – Teve perto de 60 % dos votos. Todos os partidos de esquerda aumentaram o seu número de votos e de mandatos.
PS – Conquistou a maioria absoluta pela primeira vez na sua história.
Bloco – Mudou de campeonato. Era o partido dos pequeninos que conseguia ter deputados. A partir destas eleições disputa com a CDU e o PP, ser a 3ª força política. Mais do que duplicou os seus votos e os seus deputados.
CDU – Aumentou ligeiramente o número de votos mas aumentou o número de deputados. Passou a ser a terceira força política. No entanto o velho hábito de transformar derrotas em vitórias pareceu estar presente no discurso de Jerónimo Sousa que “quase” conseguiu transformar a sua vitória numa derrota.
Votos em Branco – Praticamente duplicaram.
A democracia – O número de pessoas que se abstiveram diminuiu, o número de boicotes diminuiu.
Jorge Sampaio – A obtenção de uma maioria absoluta em Fevereiro vai fazer esquecer um pouco a não convocação de eleições em Agosto. É óbvio que eleições em Agosto não trariam maioria absoluta a nenhum partido.
Vencidos:
PSD – Perdeu tudo. Perdeu em votos, perdeu em deputados, perdeu a credibilidade e Santana ao não se demitir perdeu a vergonha. Perdeu também uma boa oportunidade para relançar o dia seguinte.
PP – Diminui o número de votos e de deputados. Falhou todos os objectivos eleitorais a que se propusera.
Durão Barroso – Também ele esteve em “julgamento” e também ele é um grande derrotado.
Vencedores:
A esquerda – Teve perto de 60 % dos votos. Todos os partidos de esquerda aumentaram o seu número de votos e de mandatos.
PS – Conquistou a maioria absoluta pela primeira vez na sua história.
Bloco – Mudou de campeonato. Era o partido dos pequeninos que conseguia ter deputados. A partir destas eleições disputa com a CDU e o PP, ser a 3ª força política. Mais do que duplicou os seus votos e os seus deputados.
CDU – Aumentou ligeiramente o número de votos mas aumentou o número de deputados. Passou a ser a terceira força política. No entanto o velho hábito de transformar derrotas em vitórias pareceu estar presente no discurso de Jerónimo Sousa que “quase” conseguiu transformar a sua vitória numa derrota.
Votos em Branco – Praticamente duplicaram.
A democracia – O número de pessoas que se abstiveram diminuiu, o número de boicotes diminuiu.
Jorge Sampaio – A obtenção de uma maioria absoluta em Fevereiro vai fazer esquecer um pouco a não convocação de eleições em Agosto. É óbvio que eleições em Agosto não trariam maioria absoluta a nenhum partido.
Vencidos:
PSD – Perdeu tudo. Perdeu em votos, perdeu em deputados, perdeu a credibilidade e Santana ao não se demitir perdeu a vergonha. Perdeu também uma boa oportunidade para relançar o dia seguinte.
PP – Diminui o número de votos e de deputados. Falhou todos os objectivos eleitorais a que se propusera.
Durão Barroso – Também ele esteve em “julgamento” e também ele é um grande derrotado.
Ao som da banda sonora do filme O Gladiador, o nosso George Clooney português, chegou a 1º. Esperemos agora, pessoalmente rezo, para que não seja tão "tachista" como anteriores membros do PS.
2005-02-20
ESTOU FELIZ !
Não andei muito preocupada com as eleições, até porque tive uma semana muito ocupada. Mas hoje, desde que me levantei, ia observando o movimento em direcção à Assembleias de voto da minha freguesia e pensava: A abstenção diminuiu!
E, quando fui exercer o meu direito cívico ( do qual ainda nunca abdiquei) confirmei o movimento anormal de eleitores a votarem, inclusive com pequenas filas junto às mesas de voto!
Porque estou feliz? O povo português percebeu que não pode abdicar de um direito que tanto trabalho deu em conquistar: O direito de viver em liberdade e de poder escolher, através do seu voto, os seus governantes e, qual árbitro de um jogo desportivo apresentar um cartão vermelho a quem governa mal - neste caso ao PSD!
Agora aguardemos, calma e serenamente, que os vencedores cumpram eficazmente as suas funções; justificando assim a confiança que as portuguesas e portugueses depositaram neles!
E os meus parabéns a todos aqueles que hoje fizeram questão de ir votar! Como o meu tio Zé, que adiou um dia a sua partida para a Europa do Norte, no seu camião TIR, porque fez questão de ir votar: Ele, como muito outros alentejanos e Portugueses sabe bem o que é viver numa ditadura!
Não andei muito preocupada com as eleições, até porque tive uma semana muito ocupada. Mas hoje, desde que me levantei, ia observando o movimento em direcção à Assembleias de voto da minha freguesia e pensava: A abstenção diminuiu!
E, quando fui exercer o meu direito cívico ( do qual ainda nunca abdiquei) confirmei o movimento anormal de eleitores a votarem, inclusive com pequenas filas junto às mesas de voto!
Porque estou feliz? O povo português percebeu que não pode abdicar de um direito que tanto trabalho deu em conquistar: O direito de viver em liberdade e de poder escolher, através do seu voto, os seus governantes e, qual árbitro de um jogo desportivo apresentar um cartão vermelho a quem governa mal - neste caso ao PSD!
Agora aguardemos, calma e serenamente, que os vencedores cumpram eficazmente as suas funções; justificando assim a confiança que as portuguesas e portugueses depositaram neles!
E os meus parabéns a todos aqueles que hoje fizeram questão de ir votar! Como o meu tio Zé, que adiou um dia a sua partida para a Europa do Norte, no seu camião TIR, porque fez questão de ir votar: Ele, como muito outros alentejanos e Portugueses sabe bem o que é viver numa ditadura!
Não aos cadeados !
Eu não sei se a população de Soito e de Germil tem razão para protestar. Eu não tenho a miníma dúvida que têm direito a protestar. E até percebo que num dia como o de hoje onde as televisões têm de falar de eleições e nada têm para dizer, estas populações tentem aproveitar o tempo de antena garantido ao protestarem em dia de eleições.
Mas o uso de cadeados para fechar locais de voto é profundamente errado. E é errado porque viola o direito democrático de votar e é errado porque ficamos todos sem saber se realmente a população quer protestar ou se é apenas um energúnemo que quer protestar e que coloca o cadeado. Caso a população optasse por outro tipo de acção como o voto em branco por exemplo, e na contagem se visse que a totalidade dos eleitores tinham votado em branco, era muito mais esclarecedor.
Aliás o uso de cadeados é algo que me revolta sempre. Sejam estudantes em greve, boicotes eleitorais ou cintos de castidade. Cadeados, não !
Eu já fui votar. E vocês?
Quando cheguei à minha mesa de voto, não estava ninguém à minha frente. Constatei que havia algum movimento noutras mesas, mas muito pouco. Será que é sinal de abstenção? Querem dar palpites?
Quando cheguei à minha mesa de voto, não estava ninguém à minha frente. Constatei que havia algum movimento noutras mesas, mas muito pouco. Será que é sinal de abstenção? Querem dar palpites?
2005-02-19
Hoje é dia de Reflexão
Pintura de Kirchner Ernst Ludwig
Pintura de Kirchner Ernst Ludwig
2005-02-18
Se eu não estivesse a dormir
Perguntaria aos poetas
A que horas desejam que vos acorde?
Vamos decifrar ruínas
identificar os mortos
dormir com mulheres reais
denunciar os traidores
e atraiçoar a poesia
envenenada nas palavras
que respiram ausência podre
vamos dizer sem maiúsculas
o amor a vida e a morte.
Alexandre O'Neill
Poesias completas
in Poemário 2005
Assírio & Alvim
Perguntaria aos poetas
A que horas desejam que vos acorde?
Vamos decifrar ruínas
identificar os mortos
dormir com mulheres reais
denunciar os traidores
e atraiçoar a poesia
envenenada nas palavras
que respiram ausência podre
vamos dizer sem maiúsculas
o amor a vida e a morte.
Alexandre O'Neill
Poesias completas
in Poemário 2005
Assírio & Alvim
2005-02-17
Tenho o sonho de publicar um livro.
Um livro que por acaso já escrevi e que se publicasse e vendesse 1.000 exemplares para outros tantos leitores me faria muito feliz.
A felicidade pode assumir a forma de 1.000 pessoas a ler algo que escrevi.
Mas todos os dez dias, 1.000 pessoas lêem este blog e isso não me deixa particularmente feliz.
E em dez dias de Farol falo de muitas coisas enquanto o meu livro só fala de uma.
Muitas coisas lidas por 1.000 pessoas em diferentes dias de um grupo de dez dias trazem menos felicidade que um livro só com uma história.
A felicidade não de mede em números, quanto muito em letras.
Um livro que por acaso já escrevi e que se publicasse e vendesse 1.000 exemplares para outros tantos leitores me faria muito feliz.
A felicidade pode assumir a forma de 1.000 pessoas a ler algo que escrevi.
Mas todos os dez dias, 1.000 pessoas lêem este blog e isso não me deixa particularmente feliz.
E em dez dias de Farol falo de muitas coisas enquanto o meu livro só fala de uma.
Muitas coisas lidas por 1.000 pessoas em diferentes dias de um grupo de dez dias trazem menos felicidade que um livro só com uma história.
A felicidade não de mede em números, quanto muito em letras.
Há um ano "postavamos" assim...
Memórias de Farol
Frank e Gary
Frank acorda, olha à sua volta e vê a roupa da véspera espalhada pelos cantos do quarto de hotel. Estende a mão e sente, na sua almofada, os cabelos de Gary que permanece a dormir. Fica assim embevecido a olhar aquele mar de cabelos revoltos que gosta de acariciar quando fazem amor.
Levanta-se num pulo e é ainda nú que se acerca da janela. O sol brilha lá fora para coroar aquele dia tão especial para ambos. Chegaram ontem de Boston e hoje, graças a um Juiz de São Francisco poderão celebrar, num casamento, os votos que as bocas já sussurraram. São apenas um casal homosexual entre outros tantos que têm chegado em vôos dos mais diversos pontos do país a São Francisco. Num país governado por um conservador como George W. Bush, São Francisco é um oásis de pouca dura, onde os casais homosexuais se podem casar.
Gary levanta-se e abraça-o por trás. Um único pensamento une os dois "era bom que não houvesse proibições ao amor nas suas mais variadas formas."
Post de 2004.02.17 por Pedro
Memórias de Farol
Frank e Gary
Frank acorda, olha à sua volta e vê a roupa da véspera espalhada pelos cantos do quarto de hotel. Estende a mão e sente, na sua almofada, os cabelos de Gary que permanece a dormir. Fica assim embevecido a olhar aquele mar de cabelos revoltos que gosta de acariciar quando fazem amor.
Levanta-se num pulo e é ainda nú que se acerca da janela. O sol brilha lá fora para coroar aquele dia tão especial para ambos. Chegaram ontem de Boston e hoje, graças a um Juiz de São Francisco poderão celebrar, num casamento, os votos que as bocas já sussurraram. São apenas um casal homosexual entre outros tantos que têm chegado em vôos dos mais diversos pontos do país a São Francisco. Num país governado por um conservador como George W. Bush, São Francisco é um oásis de pouca dura, onde os casais homosexuais se podem casar.
Gary levanta-se e abraça-o por trás. Um único pensamento une os dois "era bom que não houvesse proibições ao amor nas suas mais variadas formas."
Post de 2004.02.17 por Pedro
2005-02-16
O Relatório Kinsey
Em 1948, Alfred Kinsey, biólogo, publica um livro sobre sexo, "Sexual Behavior in the Human Male", escrito a partir de vários testemunhos de diversas e diferentes pessoas.
Tem o efeito de bomba atómica na sociedade a que se dirige, principalmente quando Kinsey se debruça para o universo feminino. Kinsey casa-se com uma estudante Mac, que o acompanha na sua vida, no melhor e no pior. Vivem experiências controversas que chocam muito boa gente. A equipa chega mesmo a envolver-se em troca de parceiros, para melhorar a investigação que era a quase um tema obcecado deste grupo. Contribuíram sem dúvida alguma, para tirar dúvidas de comportamento sexual a imensa gente, quebraram tabus e a sexualidade daquela gente deve ter melhorado. Mais tarde, após o sucesso do livro, Kinsey é alvo de duras criticas por parte dos conservadores e puristas que o arrasam profissionalmente.
Baseado na história verídica da vida deste homem, apenas a parte da ligação com o seu pai é ficção, pois ao que se sabe, após casar, Kinsey não mais teve laços com os seus pais.
Um tema actual, apesar da distancia temporal que observamos na vida deste homem. Vale a pena ver, excelentes interpretações que concorrem aos óscares dia 27.
Um filme de Bill Condon, com Liam Neeson, Laura Linney, Chris O'Donnell, Tim Curry, Michael L. Bash, Jenna Gavigan, Fred DeReau, Alvin Keith, Timothy Hutton, John Lithgow, John Krasinski, Maryellen Owens, Arden Myrin, Judith J.K. Polson, Oliver Platt, Peter Sarsgaard, William Sadler
Em 1948, Alfred Kinsey, biólogo, publica um livro sobre sexo, "Sexual Behavior in the Human Male", escrito a partir de vários testemunhos de diversas e diferentes pessoas.
Tem o efeito de bomba atómica na sociedade a que se dirige, principalmente quando Kinsey se debruça para o universo feminino. Kinsey casa-se com uma estudante Mac, que o acompanha na sua vida, no melhor e no pior. Vivem experiências controversas que chocam muito boa gente. A equipa chega mesmo a envolver-se em troca de parceiros, para melhorar a investigação que era a quase um tema obcecado deste grupo. Contribuíram sem dúvida alguma, para tirar dúvidas de comportamento sexual a imensa gente, quebraram tabus e a sexualidade daquela gente deve ter melhorado. Mais tarde, após o sucesso do livro, Kinsey é alvo de duras criticas por parte dos conservadores e puristas que o arrasam profissionalmente.
Baseado na história verídica da vida deste homem, apenas a parte da ligação com o seu pai é ficção, pois ao que se sabe, após casar, Kinsey não mais teve laços com os seus pais.
Um tema actual, apesar da distancia temporal que observamos na vida deste homem. Vale a pena ver, excelentes interpretações que concorrem aos óscares dia 27.
Um filme de Bill Condon, com Liam Neeson, Laura Linney, Chris O'Donnell, Tim Curry, Michael L. Bash, Jenna Gavigan, Fred DeReau, Alvin Keith, Timothy Hutton, John Lithgow, John Krasinski, Maryellen Owens, Arden Myrin, Judith J.K. Polson, Oliver Platt, Peter Sarsgaard, William Sadler
A PERNA ESQUERDA DE PARIS seguido de ROLAND BARTHES E ROBERT MUSIL
Este livro de Gonçalo M. Tavares tras duas histórias (?), ficções (?), ensaios (?), enfim duas coisas. Podia chamar-se a esta escrita poesia ou, talvez mais apropriadamente, pensamentos.
A principal diferença entre a primeira e a segunda é que em Roland Barthes e Robert Musil, Gonçalo M. Tavares escreve o texto numa tabela. No entanto não tira partido das possibilidades de leitura que uma tabela literária pode apresentar (horizontal e vertical, etc)
Tratando-se de um livro interessante é igualmente bizarro e não se compara a outros títulos deste autor.
Não há gestos femininos e gestos masculinos, pelos menos feitos com as mãos. Já que as mãos são partes do corpo comuns ao homem e à mulher. quando muito existirão gestos femininos feitos com os seios, a vagina ou as ancas largas, e existirão gestos masculinos feitos com o órgão sexual masculino. Abrir a porta e deixar, delicadamente, a outra pessoa entrar primeiro, não é um gesto masculino porque não depende directamente de nenhum órgão anatomicamente estrangeiro à mulher.
Eis uma teoria.
Bloom disse:
- Tenho vontade de te fazer um gesto absolutamente masculino com a parte do meu corpo que é absolutamente masculina.
Maria Bloom disse que não, estava a ler um livro de filosofia. Estava a acabar. Faltavam três páginas.
- Deixa-me acabar de ler estas três páginas. A seguir, fornicamos.
O Mito das Maiorias Absolutas monopartidárias
Na recta final da campanha eleitoral fala-se cada vez mais da necessidade de uma maioria absoluta, de preferência de um só partido, para a estabilidade do país.
Nada mais falso !
O regime político português não está desenhado para o efeito. Nos países onde a obtenção de maiorias absolutas é mais fácil, o Presidente tem um maior poder interventivo. Mas a maior parte das democracias da Europa funcionam num sistema multipartidário, bem mais democrático que a nossa tendência bipolar, sem que a estabilidade governativa sofra com isso e com as vantagens inerentes ao compromisso do partido mais votado com outras forças políticas ou seja, a vigilância mútua e o aumento da base da população que se revê no Governo ou nas políticas governativas.
Mesmo em Portugal, se olharmos para os últimos governos, vemos que não foi a existência ou a inexistência de maioria absoluta que determinou a eficácia da acção governativa.
O último governo que caiu por falta de apoio na Assembleia da Républica foi o primeiro governo de Cavaco Silva nos tempos do PRD - aos anos que isso foi.
É por isso que o PS ganhar as eleições e não obter a maioria absoluta é um cenário não só provável como, a meu ver, desejável. E como tal volto a afirmar que o que está cada vez mais em jogo nestas eleições é saber qual vai ser a terceira força política mais votada até porque pode ser essa a que mais condicionará as propostas que o PS apresentará enquanto Governo.
Na recta final da campanha eleitoral fala-se cada vez mais da necessidade de uma maioria absoluta, de preferência de um só partido, para a estabilidade do país.
Nada mais falso !
O regime político português não está desenhado para o efeito. Nos países onde a obtenção de maiorias absolutas é mais fácil, o Presidente tem um maior poder interventivo. Mas a maior parte das democracias da Europa funcionam num sistema multipartidário, bem mais democrático que a nossa tendência bipolar, sem que a estabilidade governativa sofra com isso e com as vantagens inerentes ao compromisso do partido mais votado com outras forças políticas ou seja, a vigilância mútua e o aumento da base da população que se revê no Governo ou nas políticas governativas.
Mesmo em Portugal, se olharmos para os últimos governos, vemos que não foi a existência ou a inexistência de maioria absoluta que determinou a eficácia da acção governativa.
O último governo que caiu por falta de apoio na Assembleia da Républica foi o primeiro governo de Cavaco Silva nos tempos do PRD - aos anos que isso foi.
É por isso que o PS ganhar as eleições e não obter a maioria absoluta é um cenário não só provável como, a meu ver, desejável. E como tal volto a afirmar que o que está cada vez mais em jogo nestas eleições é saber qual vai ser a terceira força política mais votada até porque pode ser essa a que mais condicionará as propostas que o PS apresentará enquanto Governo.
2005-02-15
Paradoxo
Cheguei aquela fase etário-económica da vida em que desejo que os meses passem o mais depressa possível e os anos o mais devagar.
Cheguei aquela fase etário-económica da vida em que desejo que os meses passem o mais depressa possível e os anos o mais devagar.
As raízes do mal, de Peter Robinson
Gótica 2000
Para quem aprecie um bom policial, recomendo este. Um serial killer, raparigas jovens desaparecidos, um casal muito suspeito. Uma policia acusada de homicidio do presumível serial killer. Muitas dúvidas, muitas questões, muita investigação. Lê-se num ápice, temos a sensação de estar a ver tudo num écran, seria sem dúvida alguma um bom filme.
"...Sou prostituta.
- Raios - disse Banks - Quem diria!
Os olhos dela viraram-se para ele, tremeluzentes com lágrimas de raiva.- Não precisa ser desagradável. Eu não tenho vergonha do que sou. Pelo menos, não ando por aí a prender inocentes e a deixar os culpados sairem em liberdade.
Banks sentiu-se como merda. Às vezes não sabia estar calado."
Gótica 2000
Para quem aprecie um bom policial, recomendo este. Um serial killer, raparigas jovens desaparecidos, um casal muito suspeito. Uma policia acusada de homicidio do presumível serial killer. Muitas dúvidas, muitas questões, muita investigação. Lê-se num ápice, temos a sensação de estar a ver tudo num écran, seria sem dúvida alguma um bom filme.
"...Sou prostituta.
- Raios - disse Banks - Quem diria!
Os olhos dela viraram-se para ele, tremeluzentes com lágrimas de raiva.- Não precisa ser desagradável. Eu não tenho vergonha do que sou. Pelo menos, não ando por aí a prender inocentes e a deixar os culpados sairem em liberdade.
Banks sentiu-se como merda. Às vezes não sabia estar calado."
2005-02-14
Dia 14 de Fevereiro
No dia de hoje comemora-se o dia de S. Valentim mas também o Dia europeu da disfunção sexual. Pode parecer desapropriado, mas a verdade é que nos momentos em que as "coisas" não funcionam, o amor ainda é mais importante.
Para comemorar estes dois eventos fui ao cinema ver O Relatório Kimsey. Um filme que fala de sexo mas também de amor.
No dia de hoje comemora-se o dia de S. Valentim mas também o Dia europeu da disfunção sexual. Pode parecer desapropriado, mas a verdade é que nos momentos em que as "coisas" não funcionam, o amor ainda é mais importante.
Para comemorar estes dois eventos fui ao cinema ver O Relatório Kimsey. Um filme que fala de sexo mas também de amor.
Morte da Irmã Lúcia
Sendo agnóstico, tenho o maior respeito e, por vezes, mesmo admiração, pelos que acreditam num ente superior. Sobretudo, pelos que praticam a mensagem de Jesus Cristo, fora das paredes de culto. Mas detesto os que se aproveitam da fé das pessoas para outros fins, designadamente políticos. Comigo parecem estar dois altos representantes da Igreja Católica portuguesa, que hoje manifestaram sérias dúvidas quanto às verdadeiras intenções dos responsáveis pelos partidos que decidiram cancelar todas as acções da campanha eleitoral em curso.
Não serve mesmo de nada pregar neste deserto. Porque há gente que teima em criar tempestades para nos tapar os olhos com areia. E até, pela morte da última vidente de Fátima, pretendem fazer crer, com a voz embargada, que estão comovidos, só não derramando lágrimas porque são, na verdade, apenas maus actores. Podem não ir longe, mas incomodam, chateiam-me, e adiam a nossa esperança, o futuro do país.
Sinto pela morte da Irmã Lúcia, porque a admirava como pessoa que sacrificou a sua longa vida em nome de uma causa. Será recordada sempre pelos que acreditam nas aparições e por todos os fiéis além das fronteiras do Santuário de Fátima. Que a sua alma descanse em paz. E que a deixem descansar também os que dela se querem aproveitar, com ou sem lágrimas de crocodilo.
2005-02-13
Voto das mulheres
(a propósito do post do Pedro sobre Humberto Delgado)
A Lei nº 3, de 3 de Julho de 1913, atribuiu o direito de voto somente aos cidadãos do sexo masculino que soubessem ler e escrever. O Decreto com força de lei nº 19.694, de 5 de Maio de 1931, veio alargar o direito de voto às mulheres com cursos superiores ou secundários. A Lei nº 2.015, de 28 de Maio de 1946, alargou mais o direito de voto, mas continuou a exigir requisitos diferentes para os homens e para as mulheres eleitores da Assembleia Nacional. A Lei nº 2.137, de 26 de Dezembro de 1968, definiu a capacidade eleitoral activa para a Assembleia Nacional, sem distinguir quanto ao sexo. Todavia, apenas os chefes de família podiam ser eleitores das Juntas de Freguesia.
O Decreto-Lei nº 621/A/74, de 15 de Novembro, declarou serem eleitores da Assembleia Constituinte "cidadãos portugueses de ambos os sexos" (artigo 1º).
A Constituição da República de 1976 reconhece o direito de sufrágio a todos os cidadãos maiores de dezoito anos (artigo 49º), "ressalvadas as incapacidades previstas na lei geral " (artigo 49º), assegurando, portanto igual direito de voto aos homens e mulheres nas eleições para os órgãos de soberania, das regiões autónomas e do poder local.
Texto retirado da página da Procuradoria Geral da República.
(a propósito do post do Pedro sobre Humberto Delgado)
A Lei nº 3, de 3 de Julho de 1913, atribuiu o direito de voto somente aos cidadãos do sexo masculino que soubessem ler e escrever. O Decreto com força de lei nº 19.694, de 5 de Maio de 1931, veio alargar o direito de voto às mulheres com cursos superiores ou secundários. A Lei nº 2.015, de 28 de Maio de 1946, alargou mais o direito de voto, mas continuou a exigir requisitos diferentes para os homens e para as mulheres eleitores da Assembleia Nacional. A Lei nº 2.137, de 26 de Dezembro de 1968, definiu a capacidade eleitoral activa para a Assembleia Nacional, sem distinguir quanto ao sexo. Todavia, apenas os chefes de família podiam ser eleitores das Juntas de Freguesia.
O Decreto-Lei nº 621/A/74, de 15 de Novembro, declarou serem eleitores da Assembleia Constituinte "cidadãos portugueses de ambos os sexos" (artigo 1º).
A Constituição da República de 1976 reconhece o direito de sufrágio a todos os cidadãos maiores de dezoito anos (artigo 49º), "ressalvadas as incapacidades previstas na lei geral " (artigo 49º), assegurando, portanto igual direito de voto aos homens e mulheres nas eleições para os órgãos de soberania, das regiões autónomas e do poder local.
Texto retirado da página da Procuradoria Geral da República.
Million Dollar Baby
Realizado por Clint Eastwood, com Clint Eastwood, Hilary Swank, Morgan Freeman,.
Maggie uma empregada de café teima em vencer no mundo do boxe. Para isso tenta convencer Dunn a ser o seu treinador, este mostra-se renitente pois além de ser mulher considera-a pouco jovem para singrar no mundo duro deste desporto. Convencido por Scrap acaba por a ajudar, e Maggie que inicia o filme com apenas uma grande vontade de ser alguém, acaba por ano e meio depois estar a tentar conquistar o título mundial.
Um filme que não nos fala de boxe apenas, mas sim de um Dunn amargurado e muito sozinho, que tem em comum com Maggie uma família ausente. E a teia humana que Clint constrói habilmente neste filme é algo fantástico, que convém não falar muito para não tirar a piada, é para saborear mesmo em cinema. Um filme candidato a óscares, pois claro e percebe-se muito bem porquê. Recomendo vivamente.
Realizado por Clint Eastwood, com Clint Eastwood, Hilary Swank, Morgan Freeman,.
Maggie uma empregada de café teima em vencer no mundo do boxe. Para isso tenta convencer Dunn a ser o seu treinador, este mostra-se renitente pois além de ser mulher considera-a pouco jovem para singrar no mundo duro deste desporto. Convencido por Scrap acaba por a ajudar, e Maggie que inicia o filme com apenas uma grande vontade de ser alguém, acaba por ano e meio depois estar a tentar conquistar o título mundial.
Um filme que não nos fala de boxe apenas, mas sim de um Dunn amargurado e muito sozinho, que tem em comum com Maggie uma família ausente. E a teia humana que Clint constrói habilmente neste filme é algo fantástico, que convém não falar muito para não tirar a piada, é para saborear mesmo em cinema. Um filme candidato a óscares, pois claro e percebe-se muito bem porquê. Recomendo vivamente.
Obviamente recordamo-lo
Humberto Delgado
Faz hoje 40 anos que a PIDE assassinou o General sem Medo perto de Olivença. Humberto Delgado foi o rosto da esperança e da revolta portuguesa quando em 1958 defrontou em eleições presidenciais o candidato do regime fascista. O massivo apoio popular obrigou à falsificação dos resultados eleitorais e a uma alteração legislativa que terminou com as eleições directas (se é que se pode chamar eleições directas numa altura em que, por exemplo, as mulheres não tinham direito a voto).
Humberto Delgado
Faz hoje 40 anos que a PIDE assassinou o General sem Medo perto de Olivença. Humberto Delgado foi o rosto da esperança e da revolta portuguesa quando em 1958 defrontou em eleições presidenciais o candidato do regime fascista. O massivo apoio popular obrigou à falsificação dos resultados eleitorais e a uma alteração legislativa que terminou com as eleições directas (se é que se pode chamar eleições directas numa altura em que, por exemplo, as mulheres não tinham direito a voto).
2005-02-12
Inimigo Público
Depois da desilusão de O eixo do Mal confesso que foi com uma expectativa moderada que me preparei para ver como o melhor suplemento do Público funcionaria em televisão.
Mas a verdade é que não me desiludiu. Rui Unas é um verdadeiro comunicador e "encaixa" muito bem no formato. O humor e a critica incisiva funcionam perfeitamente e a minha critica vai apenas para a extensão do programa. Deveria ser mais compacto para ser mais eficaz.
Um último comentário elogioso para o risco assumido - é que a pouco mais de uma semana de Santana sair do governo, a dificuldade em arranjar matéria pode aumentar significativamente.
2005-02-11
ahhhhhh....pois é....cheguei hoje da eurodisney....é dificil voltar a vestir a pele de adulta.
PS - O stich é o eleito do meu "kid" mais novo!
2005-02-06
E agora que a campanha eleitoral começou em Portugal...
Eu vou para França (mas volto antes do dia 20)
Eu vou para França (mas volto antes do dia 20)
NOTÍCIAS DO PARAÍSO
DAVID LODGE
Bernard, um antigo padre católico e professor de Teologia em Rummidge parte para as ilhas do Pacífico( Hawai) acompanhado do seu pai. Não vai em busca de umas férias de sonho no paraíso, como quase todos os seus companheiros de viagem, mas para visitar uma velha tia que se encontra gravemente doente.
O autor aborda, com a sua habitual mestria, questões de teologia( a perda da fé do protagonista); a ambição cega pelo dinheiro ( o desejo da herança da tia Úrsula por Tess); as relações familiares, ensombradas por fantasmas antigos e que só a proximidade da “hora da morte” faz desenterrar e perdoar; o encontro do amor pelo protagonista sem grandes preocupações com o futuro: Amanhã logo se verá! A realidade do “Paraíso”, a sociedade de consumo e de globalização em que vivemos, a caracterização das personagens – tipo que procuram o paraíso são igualmente abordadas neste livro, cuja leitura recomendo!
E para deixar um aperitivo aqui fica um pequeno extracto da obra:
Aqui há flores a “merda” do ano inteiro. Desculpe-me – interrompeu-se(…) Pessoalmente, fiz o possível por me adaptar. Tirei cursos de cultura havaiana, aprendi inclusivamente um pouco da língua, ,as não tardei a sentir-me entediada e deprimida. Do que ficou é tão pouco o que é autêntico. A História do Havai é a história de uma perda.
-Paraíso perdido?- sondei.
- Paraíso roubado. Paraíso violado. Paraíso infectado. Paraíso tomado, desenvolvido, empacotado, vendido.
2005-02-05
A senhora
Este romance histórico de Catherine Clément decorre no século XVI e tem inicio em Portugal quando a familia dos Nasi vivia em Lisboa. Mas era o tempo da inquisição e, como muitos outros judeus, não lhes bastou tornarem-se cristão novos, ou marranos, para que lhes permitissem viver em paz.
A partir daí e até se integrarem no império otomano, decorre uma longa epopeia, muito bem relatada por Catherine Clément, ainda que por vezes o excesso de detalhes históricos tire ritmo à narrativa.
Mas é um livro bem interessante que recomendo.
Nós os Marranos vindos da Península Ibérica, nunca tivemos o direito de usar os nossos nomes judeus. Tinhamos de escolher entre partir ou mudar de identidade. quantos nomes usámos nós, quantas vezes os mudámos... Perpétuos mascarados, eis o que somos. Em Portugal, era João Miguez, em Inglaterra, em Veneza, em Ferrara, John Miquez, Juan Micquez, ou ainda, Juan Micas, como queiram; aqui, Yusuf Nasi... E ela, como lhe chamarãos os vindouros? Gracia, Hannah ou Beatriz?
2005-02-04
O debate
Ao contrário do que dizem alguns jornais e blogues hoje eu achei o debate muito esclarecedor e gostei do formato. Penso que noutro formato e com as pessoas em causa o ruído e as interrupções teriam sido enormes.
Relativamente aos temas que foram abordados, e que foram poucos, percebemos que a diferença programática entre os dois partidos não é assim muito grande. A grande diferença é que o facto de uma medida estar escrita num programa do Santana Lopes, e poder ser anunciada numa manhã, em nada garante que no final desse mesmo dia, essa medida permaneça ou não seja alvo de um desmentido, cambalhota, enfim... o que temos assistido.
Do lado de Sócrates, antes pelo contrário, estou convicto que as medidas constantes no programa do PS serão mesmo para aplicar. Sócrates já tem provas dadas de coerência e de capacidade para afrontar interesses instalados em caso de necessidade. Sim, eu confio em Sócrates, e se não tenciono votar nele, não é pelo facto de não acreditar na sua capacidade de implementar as medidas programáticas constantes do seu programa de governo. Não, é mesmo por em grande parte eu não concordar com elas.
P.S Agora que estamos em campanha eleitoral alguem é capaz de manter os argumentos utilizados para defender a não convocação de eleições após a fuga de Durão Barroso, pelo facto das pessoas votarem nos partidos e não nos seus lideres ?
O Aviador
De Martin Scorsese, com Leonardo di Caprio, Cate Blanchett, Kate Beckinsale, Gwen Stefani, Adam Scott .
Scorsese relata-nos a vida de Howard Hughes. Um excêntrico milionário de Holywood, as suas paixões: filmes, aviões e mulheres. Realizou e produziu alguns filmes, foi um importante pioneiro da aviação e teve casos com muitas estrelas de cinema, entre elas Ava Gardner, e talvez o grande amor da sua vida Katharine Hepburn
O filme centra-se totalmente na vida deste homem, as suas convicções, as suas paranóias, doenças, fragilidades.
O elenco é muito bom, Leonardo Di Caprio, encarna muito bem a personagem, superando-se como actor. (confesso não ser nada fã deste rapaz que move as teenagers). Os actores secundários, são excelentes, Cate Blanchett como Katharine Hepburn está absolutamente fantástica, na pele de Noah Dietrich, o braço direito e gestor do dinheiro de Hughes, surge o fantástico John C. Reilly, Alan Alda (que acabou nomeado ao Oscar de Melhor Actor Secundário) como Senador Owen Brewster, Kate Beckinsale, lindissima como a diva Ava Gardner, e Alec Baldwin como Juan Trippe, o grande rival de Hughes, detentor da Pan Am. E ainda algumas pequenas participações como Jude Law na pele de Errol Flynn e Williem Dafoe no papel do jornalista Roland Sweet.
De resto os cenários são de luxo, um fabuloso guarda roupa, e a boa realização de Scorsese.
Um contra o filme é um pouco extenso demais.
Mas 11 óscares? Compreende-se a vontade de premiar Scorsese, que bem merece e já foi tantas vezes nomeado, mas 11 nomeações para este filme parece-me um completo exagero.
De Martin Scorsese, com Leonardo di Caprio, Cate Blanchett, Kate Beckinsale, Gwen Stefani, Adam Scott .
Scorsese relata-nos a vida de Howard Hughes. Um excêntrico milionário de Holywood, as suas paixões: filmes, aviões e mulheres. Realizou e produziu alguns filmes, foi um importante pioneiro da aviação e teve casos com muitas estrelas de cinema, entre elas Ava Gardner, e talvez o grande amor da sua vida Katharine Hepburn
O filme centra-se totalmente na vida deste homem, as suas convicções, as suas paranóias, doenças, fragilidades.
O elenco é muito bom, Leonardo Di Caprio, encarna muito bem a personagem, superando-se como actor. (confesso não ser nada fã deste rapaz que move as teenagers). Os actores secundários, são excelentes, Cate Blanchett como Katharine Hepburn está absolutamente fantástica, na pele de Noah Dietrich, o braço direito e gestor do dinheiro de Hughes, surge o fantástico John C. Reilly, Alan Alda (que acabou nomeado ao Oscar de Melhor Actor Secundário) como Senador Owen Brewster, Kate Beckinsale, lindissima como a diva Ava Gardner, e Alec Baldwin como Juan Trippe, o grande rival de Hughes, detentor da Pan Am. E ainda algumas pequenas participações como Jude Law na pele de Errol Flynn e Williem Dafoe no papel do jornalista Roland Sweet.
De resto os cenários são de luxo, um fabuloso guarda roupa, e a boa realização de Scorsese.
Um contra o filme é um pouco extenso demais.
Mas 11 óscares? Compreende-se a vontade de premiar Scorsese, que bem merece e já foi tantas vezes nomeado, mas 11 nomeações para este filme parece-me um completo exagero.
2005-02-03
OS MEUS DEMÓNIOS
Os meus demónios
Tratam-me pelo nome.
Os meus demónios
São legião e não desertam.
Os meus demónios
Obedecem a todas as ordens
E a nenhuma vontade.
Os meus demónios
Começaram por ser meus
Por afinidade e agora
São parentes de sangue.
Os meus demónios
É que escrevem os poemas.
Pedro Mexia
In Vida Oculta
Edições Relógio D’Água
Os meus demónios
Tratam-me pelo nome.
Os meus demónios
São legião e não desertam.
Os meus demónios
Obedecem a todas as ordens
E a nenhuma vontade.
Os meus demónios
Começaram por ser meus
Por afinidade e agora
São parentes de sangue.
Os meus demónios
É que escrevem os poemas.
Pedro Mexia
In Vida Oculta
Edições Relógio D’Água