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2003-08-31

 

Às Vezes

Às vezes tenho idéias felizes,
Idéias subitamente felizes, em idéias
E nas palavras em que naturalmente se despegam...

Depois de escrever, leio...
Por que escrevi isto?
Onde fui buscar isto?
De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu...
Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?...

Álvaro de Campos

 



E na próxima sexta feira estreia o filme Piratas das Caraíbas - Um filme com Johnny Deep e com o nosso conhecido elfo (Sr. Dos Aneis) Orlando Bloom.

 
D.H. Lawrence

O Amante de Lady Chaterlley, de D. H. Lawrence é um dos mais belos romances escritos no início do século XX. Arrojado no tema para uma época ainda muito aquém de se libertar de certos tabus no que refere às relações amorosas, à mulher e ao sexo, é um livro que nos coloca perante as sensações empíricas e reacções impulsivas da paixão e, no oposto, a intelectualidade e o idealismo. Dentro dessas formas, traçar o caminho mais perfeito para as relações humanas, e amorosas. Constance é casada com um baronete que fica paralisado na Primeira Guerra Mundial onde combateu. A ausência do factor físico dentro do casamento não parece afectar o casal que se isola numa propriedade mineira da família aristocrática de Clifford. Porém esse estado não se prolonga muito até Constance se sentir entediada com a vida que leva ( “Os dias continuaram a passar-se lentamente. Nada restava senão aquele mecanismo de vazio a que Clifford chamava vida completa, uma longa vida em comum de duas pessoas que estão habituadas a viver na mesma casa. O vazio. Aceitar o grande vazio da vida pareceu a Connie ser o único objectivo da sua existência.” ). Ao conhecer o guarda-caça que trabalha na quinta do marido, Constance entra numa viagem dos sentidos que a levam às últimas consequências, partindo de uma relação puramente sexual e acabando num sentimento de paixão e amor profundo. Tecido de um vocabulário rico e de uma linguagem sensual, o romance atinge o seu auge quando Constance engravida, tendo de encarar a decisão de retomar uma vida nova, mas intensa de problemas, ou continuar a monotonia de uma vida com um prepotente aristocrata. Este livro, de clara denúncia social da época, é a reflexão sobre o conformismo, a liberdade individual, o sexo, as convenções sociais, e o abismo entre as camadas sociais – com o seu quê de trágico, pois como diz o autor no início, “A nossa época é essencialmente trágica, por isso nos recusámos a aceitá-la tragicamente.”

 
Os números

Embora sejam dados estatísticos de há um ano atrás (Julho de 2002), achei curioso divulgar a quem ainda não tenha conhecimento: são os dados do relatório de 2002 do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Passo a trancrever os dados mais interessantes.

Um bebé que nasça hoje no Japão tem 50% de probabilidades de viver até ao século XXII; um bebé que nasça hoje no Afeganistão tem uma hipótese em quatro de viver até aos quatro anos.

A Noruega continua em primeiro lugar no índice de desenvolvimento humano (...) O último lugar entre 173 países avaliados é ocupado pela Serra Leoa (...) Todos os países da UE figuram nos 28 primeiros lugares com Portugal a encerrar a lista (...)

(em Portugal) O nível de desigualdade entre as camadas mais ricas e mais pobres da sociedade é dos mais acentuados da Europa

Vinte por cento da população (portuguesa) mais rica detém 43% da riqueza nacional.

Os cinco por cento mais ricos do mundo têm um rendimento 114 vezes maior do que os cinco por cento mais pobres.

Um por cento da população tem um nível de rendimentos de 57% da riqueza total do planeta.


Enfim, números que fazem esbugalhar os olhos, de espanto e de raiva. Este mundo está cada vez pior. E terão estes dados, então sabidos, tido repercursões para a melhoria da qualidade de vida dos mais necessitados? Não vi nada...

 
José Cardoso Pires

Cardoso Pires escreve como se nos falasse, como se nos contasse a sua história oralmente de uma forma despreocupada, como em conversa informal. Sem seguir regras estilisticas, num ritmo que não é certo, e com um leve traço jornalístico, ao jeito de crónica. Fala-nos das pessoas, de um interior esquecido do século XX... E através de histórias, à partida, vulgares, constrói (ou construia) verdadeiras obras de deleite e reflexão. Esta maneira de escrever está patente em todos os seus livros, mas cada um tem o toque especial, cada romance é um só, como se cada filho diferente, mas todos sairem parecidos. Leva-me a ter outra visão sobre como ler e como escrever, sobre como ouvir e como interpretar e, o que é mais interessante, saber observar e pesquisar para poder saber escrever. Sugestões: O Delfim; A Balada Da Praia dos Cães; Anjo Ancorado; Dinossauro Excelentíssimo; De Profundis, Valsa Lenta; Lisboa Diário de Bordo; Alexandra Alpha. Todos editados pela Dom Quixote.

 
THE LAST CASTLE No próximo sábado, dia 6 de Setembro, vai estrear no canal Lusomundo Premium o filme The Last Castle - O Castelo, com Robert Redford, realizado por Rod Lurie. Exibido nas salas de cinema em Janeiro de 2002, este foi um filme que impressionou pela positiva. Passa-se numa prisão militar em que o director, um coronel frustrado, abusa do seu poder, considerando os presos (ex-militares que cometeram crimes militares de variada ordem) o seu “inimigo”. À entrada, como recluso, de um general de grande patente que se deixara condenar por um erro que cometera (através do qual se perderam vidas de homens sob o seu comando, por isso fora julgado), os presos vão queixando-se dos abusos do coronel director da prisão, onde acaba por haver mortes deliberadas como forma de castigos exemplares. O ex-general, usando da sua extremosa táctica militar, organiza os reclusos para lhes devolver a dignidade e livrarem-se de um director tirano. E então a acção desenvolve-se dentro disto. Lição a tirar: ao ser humano, apesar dos seus erros, deve-se-lhe preservar o seu direito à dignidade, e é condenável usar a fraqueza de uns, manipulá-la, para mostrar poder pessoal. De aproveitar para quem tem cabo em casa.

 
A guerra do Natal

Com a aproximação do Natal a tensão começou a crescer. No bairro vermelho, já tinham colocado as faixas verdes e vermelhas para celebrar o Natal. À esquina, um enorme Pai Natal feito de cartão sorria para as crianças que passavam.

Uma autêntica provocação dizia, Jonh Prost, em cima de um palanque montado à pressa na confluência de duas das principais ruas dominadas pela cultura Painatalícia pura.

- O verdadeiro Pai Natal - gritava a plenos pulmões para quem o quisesse ouvir - usava longas vestes brancas e douradas e nada tinha a ver com as multinacionais que tentam envenenar os nossos filhos com bebidas cheias de cafeína e que são o primeiro passo para o vicío.

No auge do seu discurso, com o rosto mais vermelho que as vestes por si injuriadas, Jonh Prost jurou invadir o Bairro Vermelho e pintar a estátua lá colocada.

No outro canto da cidade, por detrás duma porta sem letreiro, estavam reunidos os adoradores de Babouchka, a mãe natal de origem russa. Esse pequeno culto, perseguido quer pelos defensores do Pai Natal Vermelho, quer pelos do Pai Natal Puro, era a favor da paz. No entanto tal de nada lhes valeu e depressa tiveram de passar à clandestinidade.

Outro grupo clandestino eram os Nicolistas, defensores que o verdadeiro espirito do Natal era o encarnado por São Nicolau. Este grupo, mais aguerrido, planeava ataques com bombas aos dois grupos mais poderosos da cidade.

Foi nesta altura da história que o meu filho me interrompeu - Pai, eu pedi para me contares uma história fantástica, mas achas mesmo que é possível várias pessoas que até todas acreditavam num Pai Natal qualquer e que ele dava prendas e isso tudo, matarem-se umas às outras só porque lhe davam nomes diferentes ou lhe colavam imagens diferentes ?

Não lhe respondi de imediato, mas pensei nos problemas religiosos que existem e disse:

- Sim filho, é não só possível como acontece todos os dias.

crónica publicada na edição de Setembro d' As letras de Paganini


 
Dez regressos

Dez regressos é o primeiro romance de Nuno Costa Santos, conhecido jornalista nascido nos Açores e um dos bloggers do desejocasar. É um livro feito de pequenos episódios com personagens que se cruzam aqui e além muitas vezes tendo o mar como pano de fundo.

Curiosamente, ou talvez não, a internet também é aqui abordada como espaço de sedução, de divisão e de junção de casais."Cada um dirige-se ao seu escritório para passar umas horas em frente ao computador e navegar nesse espaço sinuoso que é a internet. No silêncio dos nossos serões instalaram-se, desde há cerca de ano e meio, novos hábitos: a pouco e pouco, começamos a trocar o visionamento silencioso de toda e qualquer porcaria televisiva pelo mergulho no abismo anónimo dos chats.”

Sendo um romance, este livro tem algo de livro de contos, são os pequenos episódios e o final inesperado que se revela em cada um deles. O fim chega demasiado depressa e ficamos à espera de novas personagens, desenhadas a rigor com as palavras de Nuno Costa Santos e embaladas em tábuas de madeira simulando pranchas de surf.

2003-08-30

 



Hoje à noite, no Premium, pelas 22 horas, gostei deste filme, mas é daqueles que se gosta ou se odeia...queres dar a tua opinião?

2003-08-29

 



ERAS NOVO AINDA

procuro-te no meio dos papéis escritos
atirados para o fundo do armário de vidrinhos
comias uvas no meio da página
a seguir era como se fosse noite
havia olhares que se cruzavam corpos
deambulações pela praia
era noite e alguém se aproximava
eu estava passeando os dedos
pelas nódoas frescas do vinho sobre a mesa o caderno
onde de quando em quando rabiscava um rosto
e listas de nomes que não queria esquecer
paguei o pão o vinho o queijo
levantei-me
tu cortaste-me a fuga vagarosamente preparada
pediste-me um cigarro
na outra página estávamos rindo
estendidos no pobre embarcadouro de madeira
planeávamos atravessar a noite mágica do rio
a página seguinte está em branco
mas lembro-me que te agarrei a mão e disse
todos os cigarros do mundo são para ti
.
Al Berto

 
No Novo Testamento, no livro de São Mateus, está escrito "é mais facil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no Reino dos Céus". O problema é que São Jerónimo, o tradutor do texto, interpretou a palavra "kamelos" como camelo, quando na verdade, em grego, "kamelos" são as cordas grossas com que se amarram os barcos. A ideia da frase permanece a mesma, mas qual parece ser a mais coerente?

 
Curiosidades

A origem verdadeira da palavra BICA vem da própria palavra. Bica, em português, é o tubo de saída da água de uma fonte. Ora a máquina expresso tem o manípulo de saída do café em forma de uma ou duas "bicas", ao contrário da máquina de filtro que possuía uma torneira. Assim, em Lisboa, os melhores cafés tinham café de filtro, da torneira, e café expresso, da bica. E assim ficou o termo até hoje.

 
O jornal Público divulga hoje um livro com conclusões interessantes :

O Futuro do Amor


No mundo conturbado de hoje, as relações humanas terão sido as mais afectadas em todas as frentes. Assistimos a todo um conjunto de novas transformações nos modelos tradicionais de relações, vemos a instituição casamento assumir formas diversas, assistimos a novos modos emergentes de constituir família (famílias alargadas, famílias monoparentais, famílias homossexuais, etc.), vemos as taxas de divórcio dispararem em flecha. E o que é que acontece ao amor no meio disto tudo? Antes de procurarmos explicações, ou tecer qualquer juízo de valor, convém parar e talvez ler este livro. Daphne Rose Kingma, especializou-se, ao longo dos seus quase trinta anos de carreira como psicoterapeuta e conselheira matrimonial, no estudo das relações amorosas. O seu pressuposto é simples: todas estas convulsões não são o reflexo de qualquer tipo de crise do amor enquanto valor ou das relações interpessoais, são antes novas formas de amar e que, por sua vez, acompanham o evoluir de todos os aspectos da vida. Para a autora, numa sociedade que criou mais e melhores condições de realização pessoal e profissional, dando mais hipóteses aos seus indivíduos de procurarem o seu caminho e a sua felicidade, também as relações estão sujeitas às vicissitudes dessa mesma procura. O casamento libertou-se da sua função meramente reprodutora (tal como era entendido na Idade Média), da sua função económica (a atribuição de um dote na idade Moderna, o estabelecimento de laços comerciais, para a burguesia do século XIX) ou da sua função estratégica e política (no caso da realeza desde sempre ou das famílias italianas do Renascimento). O casamento, mal ou bem, passou a ser o local de realização da felicidade, com opções em aberto. E é possível que por vezes essa realização da felicidade não aconteça. A autora propõe um olhar cheio de tolerância e de compreensão para os novos fenómenos das relações humanas. Ao longo das páginas deste livro vai dando exemplos de pessoas que encontraram novas formas de serem felizes com os seus parceiros, que tomaram opções que determinaram o seu bem-estar e dos que os rodeiam e encontraram novos equilíbrios. Trata-se de procuras, algumas delas sempre presentes na história da humanidade embora revestidas de outros contornos. As soluções dependem de cada um e, de acordo com a autora, toda essa pluralidade e diversidade conduz a que se ame mais nos dias de hoje do que era possível há uns tempos atrás. Feitas as contas, hoje há mais amor. No fundo toda a obra é um convite para nos aceitarmos como somos.

A autora

Daphne Rose Kingma, nasceu em 1942, em Filadélfia, é psicoterapeuta, poeta e conferencista, vive em Santa Bárbara, Califórnia, onde exerce psicoterapia e aconselhamento matrimonial desde 1972.

É autora de dez obras em torno do amor e das relações humanas, tratados nos seus variados aspectos: as separações, o divórcio, a paixão o casamento, etc.. O sucesso alcançado pelos seus livros, que já venderam para cima de um milhão de exemplares, granjearam-lhe reputação por todos os Estados Unidos e a alcunha de "Doctor Love", tendo passado a dar workshops e conferências em várias instituições por toda a América, mas também na França e na Alemanha. Neste momento dedica-se também à escrita de obras de poesia e de ficção.

Sexta-feira, 29 de Agosto de 2003



2003-08-28

 



A 29 de Setembro (data prevista), o novo álbum dos Moonspell – The Antidote, tem a participação do José Luís Peixoto. Trata-se de uma novela feita de pequenos contos musicada, hum, isto promete, o livro será editado pela Temas & Debates.

 
Outros Foruns

Existe um Forum dedicado a todos os bloggers portugueses, chama-se Forum PTWeblogs digo desde já que é bastante interessante. Agradeço igualmente as mensagens simpáticas de boas vindas que escreveram neste thread.

2003-08-27

 
Os debates que se geram

A propósito de um post aqui colocado intitulado Estranhas teorias em que se punha um trecho do livro "Sexo e a cidade" sobre a homossexualidade tem-se vindo a gerar um debate intenso no Fórum do Citador. Se quiseres ver, clica aqui.

 
Curiosidades étnicas


Enquanto acompanho os Campeonatos do Mundo de Atletismo que decorrem em Paris, tenho vindo a reparar que enquanto muitos países europeus como a França ou a Inglaterra se apresentam como muitos atletas negros, a África do Sul quase que só tem atletas brancos, como Jacques Freitag, na foto, vencedor do salto em altura.

2003-08-26

 



Ouvi hoje na SIC Noticias, que este fim de semana a expo vai ser palco de uma tourada...não gostei da noticia, pois sou contra as touradas, já há manifestos de associações contra, obviamente, uma área de lazer, que "refrescou" uma zona degrada de Lisboa, e agora levam para lá este espectáculo triste e aberrante! Enfim...assim continua a triste mentalidade portuguesa.


 



O irreverente Pedro Tochas, foi vencedor do prémio The Biggest Fool, melhor artista de rua, Festival Internacional da Noruega, com o seu trabalho O Palhaço Escultor. Está de parabéns, pois claro. É um rapaz talentoso, sem dúvida.


Queres saber mais do Pedro Tochas? Vai aqui.

2003-08-25

 



O realizador de Alta Fidelidade e Ligações Perigosas, entre outros, Stephen Frears, traz-nos brevemente Dirty Pretty Things, um thriller cheio de suspense com a doce Audrey Tatou (O fabuloso Destino de Amélie).

 



O Festival Rosa dos Ventos 3 decorre nos dias 29, 30 e 31 de Agosto, das 20h00 às 06h00, junto à Quinta da Paz, a caminho de Fontanelas, Sintra.

Cabeças de Cartaz:
• 29 de Agosto: Terrakota
• 30 de Agosto: Primitive Reason
• 31 de Agosto: Blasted Mechanism

ver programação completa

Bilhetes (à venda no local do Festival):
• 1 dia: 15€
• 2 dias: 25€
• 3 dias: 30€


 
"Eu sei como os iraquianos se sentem, vendo o exército americano em seu
país. Eu sei como eu me sentiria, se visse tanques de uma potência
estrangeira em Copacabana". Sergio Vieira de Mello, embaixador da ONU, RJ,
1948-2003

2003-08-24

 



Amanhã este Senhor, Sean Connery, celebra o seu 73º aniversário, será de dizer que é como o vinho do Porto...quanto mais velho melhor.



2003-08-23

 
Estranhas teorias

Em "Sexo e a cidade", o livro de Candance Bushnell que deu origem à famosa série televisiva, aprendi uma estranha teoria sobre a homosexualidade, a saber:

"A realidade subjacente a tudo isto é revelada pelo estudo biológico das ratazanas", declarou. "Densidade, stress, e sobrelotação das estruturas nucleares. O primeiro fenómeno a ocorrer entre as ratazanas em espaços sobrelotados é a separação de sexos. Nesta cidade, cheia de advogados e estruturas nucleares sobrecarregadas, existe uma pressão incrível. A pressão lixa as hormonas; quando as hortmonas estão lixadas, há mais homosexuais, pois a homosexualidade é a forma da natureza reduzir o excesso de população. "

Como diria o Pessa, e esta hem ?

2003-08-22

 
Dia 20 de Outubro Robbie Williams vai actuar no Pavilhão Atlântico, é um "gaiju" giro, sem dúvida, canta bem, gosto de o ouvir e ver a cantar. Ai se eu fosse mais nova.....até juntava as mesadas (e tive-as?...) e iria sem dúvida. Mas ... o meu último concerto foi o do Lenny Kravitz, (que por coincidência também é um "gaiju" giro) o Pavilhão do Restelo estava cheio ao rubro... mas saí de lá com a sensação de já não ter idade para isto !

Há dias assim.

2003-08-21

 


Mulheres de preto

Há muito que são velhas, vestidas
de preto até à alma.
Contra o muro
defendem-se do sol de pedra;
ao lume
furtam-se ao frio do mundo.
Ainda têm nome ? Ninguém
pergunta, ninguém responde.
A língua, pedra também.

Eugénio de Andrade

2003-08-20

 
Encontrada numa garrafa mensagem de refugiada da II Guerra Mundial

Uma mensagem numa garrafa, datada de 1943 foi encontrada por um turista numa remota praia sueca.. A nota está escrita em inglês e é da autoria de uma refugiada que tentava escapar aos alemães nazis, em plena Segunda Guerra Mundial.
Já amarelecida pelo tempo, a mensagem está escrevinhada em inglês e é assinada por uma mulher de nome Maja Westerman, da Estónia, Estado Báltico então ocupado pela Alemanha nazi.
A mulher fugira para Gotska Sandoen, uma ilha sueca a 150 quilómetros do local onde a garrafa foi encontrada por um turista suiço - Thorsten Schwarz -, que diz agora esperar encontrar o trilho da refugiada através da Internet.
Na mensagem, a mulher pergunta se a guerra já terminou.
"Querido amigo, Vivemos numa ilha. Viemos para cá há um ano...o faroleiro é muito gentil...a guerra já acabou?...aguardamos por paz e harmonia."
Muitos refugiados dos Estados Bálticos tentavam, durante a guerra, escapar à ocupação nazi e soviética, escondendo-se na Suécia.
Cerca de dois mil fugitivos receberam, aliás, asilo em Gotska Sandoen, a cerca de cem quilómetros da costa da Suécia.
A garrafa foi encontrada numa zona de difícil acesso nos arredores de Oxeloesund - uma cidade a 90 quilómetros para sudoeste da capital sueca, Estocolmo - e teve de ser quebrada para se conseguir retirar o papel.
"É muito comovente. Imaginem que Maja Westerman ainda estiva viva hoje em dia e era possível encontrá-la!", disse, emocionado, Thorsten Schwarz à Associated Press.
O turista já regressou a casa, na Suíça, e promete iniciar uma pesquisa incessante na Internet, em busca de Maja.

Expresso

2003-08-19

 
Crime digo eu

Quando acontece algo tão brutal como o atentado que vitimou Sérgio Veira de Mello, e após o habitual cortejo de discursos de circunstância, aproveitamentos políticos e hipocrisias mal dissimuladas, fica sempre a pairar no ar a eterna pergunta - E agora, o que fazer ?

É preciso ter a estatura moral de Sérgio Vieira de Mello para responder a essa pergunta. É preciso perguntarmo-nos o que faria Sérgio Vieira de Mello perante acto tão horrendo. Não sei o que ele faria, mas sei o que não faria. Não defenderia um ataque a todos os países onde pudessem existir terroristas, não desistiria do programa mundial para a fome no Iraque, nem faria concessões a terroristas.

É precisamente nestes momentos em que a raiva nos assola a cara que é preciso mostrar a coerência e perceber que o combate ao terrorismo não passa, nem pode passar por uma outra qualquer violência. Ter esta atitude, penso, é a melhor forma de respeitar o grande homem que foi Sérgio Vieira de Mello.

 
Que mundo é este que estamos a construir e vamos deixar aos nossos filhos? É o que me apetece perguntar, mais a mim mesmo, perante o atentado à ONU em Bagdad e, sobretudo, ao saber da morte de Sérgio Vieira de Mello. Por mais condenável que seja a intervenção no Iraque – e sempre fui um dos críticos à hegemonia americana -, não consigo entender que, mesmo lutando por uma causa, haja quem não consiga distinguir entre o combate e o assassínio.
É gente criminosa, que não olha a meios para atingir fim nenhum. Eles sabem que a ONU não apoiou a guerra. Sabem que Sérgio Vieira de Mello era um homem de paz. Sabem que a missão dele era, de certa forma, remediar, emendar, reconstruir. Mas não se importam. Matar militares ou civis é a mesma coisa. Pôr ainda mais em causa o papel da ONU é também um objectivo.
Isto é política. Mas também é cultura. É a Guernica de Picasso. O símbolo do Mundo que temos. Como se muda? Não sei, mas sinto ganas de contribuir para alguma coisa. Para não deixar uma Terra apodrecida sob os pés do meu filho.


 
Leonardo em Sintra


Até ao dia 3 de Novembro está patente uma exposição no Palácio de Sintra com as magnificas invenções de Leonardo da Vinci. Nela podemos ver máquinas voadoras desenhadas por este grande génio da pintura, escultura, arquitectura e engenharia.
Para mais informações ver aqui

2003-08-18

 
A Terra e Marte estão em franca convergência.

A 27 de Agosto de 2003, às 9:51 UTC, a Terra estará mais próxima de Marte - à distância de 56 milhões de quilómetros, correspondendo a uma distância 1.8 vezes mais pequena, do que, quando Marte está mais afastado da Terra. A aproximação de Marte à Terra dá-se a uma velocidade de 10 Km/s.

Esta data reveste-se de singular importância atendendo a que, há 60.000 anos que Marte não se encontra tão perto da Terra.

As últimas vezes que Marte esteve quase tão perto da Terra ocorreram a - 23 de Agosto de 1924; 18 de Agosto de 1845; 13 de Agosto de 1766.

Coincidências das coincidências, a NASA, a Agencia Espacial Europeia (ESA) e o Japão vão aproveitar esta oportunidade para enviar sondas para Marte ...

Marcianos, cá vamos nóssssss !!!!

Duas sugestões:
- Nasa (Inglês)
- Zenite (Português - Brasil)

2003-08-16

 
Inferno

É tempo de rescaldos. É tempo de contabilizar os estragos do vasto inferno
que assolou o nosso país. É tempo de contabilizar os mortos. É tempo de
questionar a política sobre as nossas reservas florestais. Que seja um tempo
de esperança...
Estivemos, casualmente, num purgatório. Sentimos na pele as cinzas e
respiramos o ar pesado de fumo. Vimos gente arrancada à força das suas
terras, desnorteada. Sem querer, testemunhamos o espanto, a dor, a desolação
e a incerteza do futuro.
Deixemos que as imagens falem por si.






2003-08-15

 
Se calhar o governo devia ver o Canal Panda...

Os herois actuais dos meus filhos do Canal Panda são "Os herois salva-vidas"
o que me deixa muito contente pois devem ser muito melhores que aquele outro que veste as cuecas vermelhas por cima das calças.
Eles confirmam-me que sim e explicam-me "os herois salva-vidas ajudam as pessoas em perigo, combatem incêndios, terramotos e outras coisas". Dizem-me ainda que uns são bombeiros, outros policías, outros médicos e outros de uma equipa de desencarceramento. Há ainda um que ficou ferido num acidente e que como está numa cadeira de rodas não pode ir combater os fogos. Este, diz-me o meu filho mais novo, é tão importante como os outros ou até mais, pois é ele que fala pela rádio com todos e explica quem deve fazer o quê e como.

 
No fundo, é isso, a solidão: envolvermo-nos no casulo da nossa alma, fazermo-nos crisálida e aguardarmos a metamorfose, porque ela acaba sempre por chegar
(Autor: Strindberg, August)

2003-08-14

 
Casablanca

Edição em DVD reúne estrelas em Nova Iorque
Recordar Casablanca
Prestes a fazer 60 anos, Casablanca terá finalmente direito a versão DVD. Para comemorar o lançamento, Hollywood recordou o grande clássico.

 
CCB promove curso sobre arte moderna e contemporânea

Lusa
O Centro Cultural de Belém (CCB) vai realizar um Curso Intensivo de Sensibilização à Arte Moderna e Contemporânea na segunda quinzena de Agosto, destinado ao público em geral, revelou hoje o Centro.

Com o título mais sintético de "Arte em Agosto", esta iniciativa conjunta do Serviço Educativo do Centro de Exposições e do Centro de Formação do CCB pretende dar a conhecer, numa perspectiva histórica, os movimentos fundamentais da produção artística do século XX.

As diferentes áreas de criação - artes plásticas, música, cinema, literatura, arquitectura e design - são chamadas a dialogar entre si, realçando o paralelismo entre elas, ao mesmo tempo que se analisam as obras de arte mais importantes.

O curso decorre de segunda-feira até 29 de Agosto e do programa constam Fauvismo, Cubismo, Construtivismo, Suprematismo, Dadaísmo, Surrealismo, o Pop Art, Conceptualismo, Minimalismo, entre outras tendências e escolas que marcaram a História da arte europeia e norte-americana.

Com 50 vagas, o curso tem um custo de inscrição de 150 euros e horário previsto das 10h00 às 12h30, todos os dias úteis.

in Publico, 2003.08.14

2003-08-13

 
Todas as manhãs, a caminho do trabalho, João e um amigo passavam pela tabacaria do Sr. Joaquim. Ao pagar o jornal, o João agradecia com um sorriso nos lábios e desejava ao Sr. Joaquim um bom dia! Como resposta, recebia sempre o mesmo silêncio e sempre a mesma carranca.
Certo dia, o amigo perguntou:
- João, por que insistes em desejar bom dia ao Sr. Joaquim e tratá-lo de forma tão amável se ele é sempre grosseiro e sem educação?
O João respondeu-lhe:
- Simplesmente porque não quero que ele decida como vai ser o meu dia.


2003-08-10

 
Sabias que ...

O mais antigo farol de que se tem notícia é considerado uma das sete maravilhas do mundo? Ficava na ilha de Pharos frente a Alexandria no Egipto, derivando daí o nome de farol. Mandado construir cerca 300 A.C. por Ptolomeu Filadelfo, a obra em mármore branco, de Sóstrato de Cnidos, tinha 135 m. de altura (cerca de 3x o tamanho dos actuais!) e podia ver-se a sua luz a cerca de 100 Km, o que faria dele hoje em dia o mais potente farol. Esta construção, que serviu de modelo a muitos outros na antiguidade, foi destruída por um sismo em 1326.
Em Portugal acendeu-se o primeiro farol na torre do Convento de S.Francisco no Cabo de S.Vicente em 1520. No entanto, o mais velho farol construído para esse fim foi mandado erigir na barra do Porto pelo bispo D.Miguel da Silva.
Até ao reinado de D.José I a sinalização marítima era quase inexistente e a que havia estava a cargo de particulares, que acendiam fogos nos pontos mais altos ou visíveis servindo de aviso e orientação, ou então, com intuito de assaltarem os mais incautos, faziam-nos esmagar contra as falésias ou baixíos.
(In Faróis de Portugal )

 
A geometria dos faróis

Nas noites de Verão, quando passeamos pela costa, vemos muitas vezes um farol a brilhar ao longe. A luz chega-nos de forma intermitente, como se estivesse a enviar-nos um sinal. E está! O farol está a dizer-nos o seu nome. Está a mandar-nos uma mensagem com aquilo que, tecnicamente, se designa característica do farol.Uns faróis piscam rapidamente, outros emitem sinais prolongados. Uns têm luz vermelha, outros branca, outros ainda alternam luzes de colorações diferentes. Os pilotos dos navios que se aproximam da costa sabem ler esses sinais e identificar os faróis que observam.O código é simples e compõe-se de três factores. O primeiro é a forma como a luz pisca. Se o farol emite sinais breves, diz-se que emite relâmpagos, o que se escreve com as iniciais «Fl» de «flash». Se, pelo contrário, emite uma luz quase contínua, com interrupções curtas, diz-se «de ocultação», o que se assinala com as letras «Oc». Se está
tanto tempo aceso como apagado, diz-se «isofásico», o que se indica com as letras «Iso».O segundo elemento da característica de um farol é a sua cor, que habitualmente se designa pela respectiva inicial em inglês. O terceiro elemento
é o período, que é a duração em segundos de um ciclo de luminosidade. As características são tão claras que identificam perfeitamente o farol. Quem esteja perto da barra do Tejo, por exemplo, poderá ver um ponto de luz originado pelo farol do Bugio e um outro proveniente de São Julião da Barra. O primeiro vem marcado nas cartas com «Fl G 5s», o que quer dizer que emite relâmpagos (Fl) verdes (G) de cinco em cinco segundos. O segundo vem assinalado com «Oc WR 5s»,
o que quer dizer que emite uma luz quase contínua, com momentos breves de ocultação (Oc), que tem cor branca numa posição (W) e vermelha noutra (R), com ciclos de cinco segundos.O veraneante que esteja noutros locais da costa pode
também tentar identificar as características dos faróis que se encontram por perto. Verá que não é tão difícil como parece. E se adquirir o livro Faróis de Portugal, agora editado pela Marinha e pela Ciência Viva, poderá consultar esse guia ilustrado e verificar se calculou correctamente a característica do farol em causa.Os faróis fornecem indicações preciosas sobre a localização dos navios. Continuam a ser muito úteis, mesmo na era do GPS e da navegação automática. Facilitam a navegação costeira visual, o que dá uma segurança adicional aos pilotos e comprova a posição do navio. Servem ainda para marcar rotas, como acontece, por exemplo, na entrada da barra do Tejo. Aí, os pilotos podem colocar os navios no enfiamento dos faróis da Gibalta (na Marginal, perto de Caxias) e do Esteiro (no arvoredo do Estádio Nacional), seguindo assim por uma rota segura, onde o rio é profundo.Noutras situações, os pilotos observam a altura angular a que os faróis lhes aparecem acima do horizonte. Sabendo a altitude a que realmente está o foco luminoso e aplicando algumas regras de trigonometria elementar, podem estimar a proximidade da costa. Noutras ocasiões ainda, medem os ângulos que vários faróis fazem entre si, por onde podem determinar o ponto em que se encontram. Os faróis são úteis aos marinheiros de mil e uma maneiras diferentes.

Expresso

Artigo enviado por Raquel (raquelcrato@hotmail.com).

 
Pudessem as minhas lágrimas...

Pudessem as minhas lágrimas apagar as résteas de chamas e eu choraria.

Não iria chorar pelos que morreram pois a esses só desejo que tenham partido sem que se tenham apercebido de que o iriam fazer. Choraria, sim, pelos Sobreviventes.

Por todos aqueles que viram a sua vida mudada, acabada, transformada em escombros dificilmente re-erguíveis. Choraria por aquela mulher que após chorar pelas terras queimadas soube que o seu homem tinha morrido e percebeu que afinal ainda não chorara nada. Que a tristeza que sentira anteriormente não era nada. Nada.

Choraria por aquele bombeiro que se sentiu impotente face ao avanço inexorável das chamas e que sentia pousados nos seus ombros uma mão cheia de olhares de esperança. Que o peso dos olhares lhe curvavam os ombros, cansados, de uma luta desigual e inglória e que mesmo sabendo de que nada servia, mantinha a mangueira firme apontada, procurando segurar por mais um minuto que fosse a esperança ténue naqueles olhares.

Choraria por aquela criança que em Agosto iria passar as férias com os avós na “terra” e que já não vai, pois já não há “terra” nem coelhos, nem galinhas e que permanecerá encafuada num sol abrasador de betão.

Mas as minhas lágrimas de nada servem por isso não choro, apenas espero que a tristeza e as tragédias ocorridas não tenham sido completamente em vão. Que tenham sido as últimas... não apenas deste verão.

 
... e mais um

O Avelino Rosa juntou-se a nós. Pronto temos os turnos todos preenchidos, já não há falta de luz que apague este Farol.

 
Um novo Faroleiro

Perdão, faroleira... O Farol das Artes passa a contar com a Filomena Gonçalves para melhor iluminar o mundo. Esta luz vem da Madeira.

Bem vinda !

2003-08-08

 
Português nos Blogs

Dados do National Institute for Technology and Liberal Education revelam que a língua portuguesa é a segunda mais utilizada nos weblogs, ao nível mundial. Numa base de dados que está a ser criada pelo NITLE estão registadas 54.496 páginas em língua portuguesa, contra 350 mil páginas em inglês, ocupando o primeiro lugar.

O NITLE iniciou a consulta em Maio deste ano e até agora conseguiu obter dados sobre 655 mil blogs. O objectivo da instituição, criada em 2001, é reunir um número considerável de registos sobre o fenómeno que lhe permita tirar algumas conclusões.

Com o mesmo objectivo, um aluno do Haverford College efectuou uma pesquisa concluindo que entre 2,4 e 2,9 milhões de weblogs foram transformados em jornais online, com conteúdos trabalhados e seleccionados pelos seus criadores.

O estudo apurou ainda que mais de 1,6 milhões de blogs se concentram em três grandes fornecedores de serviços web hosting: o Live Journal agrega 1,1 milhões de páginas, das quais 527 mil estão activas; o Blogger concentra 1,5 milhões de blogs; enquanto o DiaryLand conta com 850 mil páginas alojadas, para 400 mil páginas activas. Os três fornecedores de serviços agregam utilizadores muito semelhantes nas idades e nas preferências, com os adolescentes a liderar na faixa etária.

Um outro estudo realizado sobre o assunto, pela Jupiter Research revela que cerca de 2% das comunidades online criaram o seu blog. Os dados da consultora também apontam para uma percentagem muito elevada de blogs transformados em jornais online, cerca de 60 por cento.

Segundo a Jupiter apenas 4% da comunidade online lê este tipo de páginas, cujo interesse é normalmente medido pelo género de conteúdos disponibilizado. Os homens são quem dedica mais atenção aos blogs, correspondendo a 60% dos leitores, contra um percentagem de 40% nas mulheres

IN DN-Madeira

Enviado pela Filomena Gonçalves

2003-08-07

 
Rodrigo Leão
Rodrigo Leão actua no próximo domingo em Évora


O músico Português, Rodrigo Leão, está em digressão pela Península Ibérica e vai actuar em Évora, no próximo dia 10 ( domingo), pelas 22 horas no Jardim Público.

As datas dos concertos desta digressão são as seguintes:

07 Agosto- Auditório Municipal-Lagos-22.00
08 Agosto- Antiga Fábrica Balsense-Tavira-22.00
10 Agosto- Jardim Municipal- Évora-22.00
14 Agosto- Monasterio de Nuestra Señora del Prado- Valladolid-22.00
05 Setembro- Largo da Sé-Faro-22.00
10 Setembro- Grande Auditório do Parque de Exposições- Braga-22.00
11 Setembro- Teatro José Lucio da Silva- Leiria-22.00
17 Setembro- Teatro Gil Vicente-Coimbra-22.00
19 Setembro- Teatro Tivoli-Lisboa-22.00
20 Setembro- Teatro Tivoli-Lisboa- 22.00



 
Filmes na TV

Nestes dias em que o calor aperta, sugere-se aqui uns filmes para ver em casa, deitados no sofá quem sabe com a ventoinha de companhia...

Hoje no Gallery pelas 21, Demasiada Carne, um drama De Pascal Arnold e Charles Rogers, com Rosanna Arquette, Élodie Bouchez e Jean Marc Barr

Amanhã no Gallery pelas 22.50 A importância de ser Ernesto, uma comédia de Oliver Park, com Rupert Everett e Colin Firth, ainda amanhã no Hollywood um filme de suspense – Influência fatal de Curtis Hanson, com Rob Lowe e James Spader, pelas 23.00.

No Sábado, no Premium pelas 22.00, a comédia Zoolander, de Ben Stiller, com o próprio Ben Stiller e Owen Wilson. No Hollywood pelas 23.00 Os despojos do dia, drama com Anthony Hopkins e Emma Thompson.


Podes ver mais filmes aqui

2003-08-06

 
Faróis da curiosidade

Era ainda muito miúdo quando visitei pela primeira vez um farol. Fui com os meus
pais num longo passeio de Verão, sem propósito definido, vagueando de um lado
para o outro da costa. A meio da tarde, parámos junto à entrada de um farol.
Saímos do carro. Os adultos da família encetaram uma longa conversa com um homem
que se encontrava a descansar, junto ao portão. A nós, os não adultos, a conversa pareceu interminável. Finalmente chamaram-nos. Íamos visitar o farol.Já não me lembro do local. Mas lembro-me de coisas muito mais extraordinárias. Lembro-me de umas escadas em caracol que davam acesso a uma pequena cabina onde estava uma lâmpada gigantesca. E lembro-me de um curioso sistema óptico onde aparecia uma lente monumental, recortada como uma escada, com anéis concêntricos de prismas. Era uma lente de Fresnel.Trata-se de uma invenção dos princípios do século XIX, altura em que era mais importante que nunca que os faróis pudessem guiar sistematicamente os navios ao longo da costa. O problema que então se colocava era o da concentração da luz. Em 1781 o físico suíço Aimé Argand (1755-1803) tinha já inventado uma lâmpada, parecida com os candeeiros de petróleo posteriores, onde a chama era intensa porque o pavio desenhava um círculo quase completo e concentrava a luz no interior de um tubo de vidro. Depois, estudaram-se sistemas de lentes que focavam a luz da chama e faziam viajar o sinal luminoso em feixes concentrados. Esses sistemas, contudo, eram muito caros, pois as lentes tinham de ser gigantescas, espessas e de bom vidro, para serem o mais transparentes possível. Em 1822, Augustin Jean Fresnel (1788-1827) resolveu o problema. Inventou um sistema de lentes mais ligeiro e económico. Foi o maior progresso na tecnologia dos faróis desde a Antiguidade.Só mais tarde, quando estudei um pouco de óptica, percebi o princípio das lentes de Fresnel. A minha visita ao farol não foi uma lição de Física; foi apenas um aperitivo visual. Mas acho que tudo se encaixou melhor na minha cabeça por ter visto aquele farol.Devo a visita à persistência dos meus pais e à simpatia de um faroleiro anónimo, que talvez ficasse contente se hoje pudesse ler estas linhas e identificar o miúdo que se passeou naquela tarde pela cabina do seu farol. Anos mais tarde, tentei passar o testemunho e levar os meus filhos a visitar um farol. Parei algures ao longo da costa e tentei convencer o faroleiro. Tive menos sorte do que os meus pais tinham tido. Deparei-me com uma figura menos simpática, que me disse que só abriria as portas por ordem expressa da Direcção Geral dos Faróis!Depois disso tive várias discussões com gente responsável e com gente irresponsável. Muitos achavam que abrir os faróis ao público era inútil e perigoso. Falavam dos estragos que as pessoas podiam fazer, da necessidade de preservar o património, da falta de recursos, da ignorância do público... Nunca percebi essa mentalidade fechada, que só vê desculpas em tudo e que não percebe que o interesse do público é o maior aliado do património. Tristezas...Esta terça-feira, contudo, tive um prazer imenso. Fui ao cabo Espichel, à inauguração do programa «Ciência Viva nos Faróis». Este Verão, tal como no anterior, milhares de pessoas vão poder visitar 18 faróis portugueses, num conjunto de 76 acções espalhadas ao longo da costa.
Por iniciativa da Ciência Viva e da Direcção de Faróis, há muitos miúdos e graúdos que vão ter um contacto novo com a ciência.


Enviado pela Raquel Crato

 
Faróis Estão Abertos ao Público em Agosto e Setembro

À semelhança do que aconteceu no ano passado, 18 faróis da costa continental portuguesa, dos Açores e da Madeira vão abrir as portas ao público, todas as sextas-feiras e sábados, durante Agosto e Setembro. Os visitantes podem ver os faróis durante a hora mágica do crepúsculo. Meia hora antes do exacto momento de acender o farol, alguns oficiais da Marinha vão falar de princípios de óptica, de técnicas de orientação e da importância dos faróis na navegação costeira.

O farol do cabo Espichel, construído em 1790, é um dos mais antigos de Portugal e foi palco da primeira visita deste ano, promovida pelo Ciência Viva, em parceria com a Marinha Portuguesa. O ministro da Ciência e do Ensino Superior, Pedro Lynce, subiu os degraus em espiral do farol para, lá em cima, ouvir as explicações dos especialistas da Marinha. O vento quente, mas forte, que se fazia sentir ao final da tarde não deixou muito tempo aos convidados para contemplar a vista sobre o cabo Espichel. "O farol é um ponto de referência para muitas pessoas. Este programa é muito bom", diz o tenente Almeida, já na descida do farol.

Antes do aparecimento dos faróis, as primeiras luzes que assinalavam a presença de terra firme eram fogueiras feitas com toros de madeira ou carvão de pedra, que eram mantidas em pontos elevados sobre o mar. Em Portugal, o primeiro farol propriamente dito nasceu em 1761: o de Nossa Senhora da Luz, a norte da barra do rio Douro. Já não existe.

Público On-Line, 31-07-2003



Recebido da Filomena Gonçalves

 
Rock in Rio em Lisboa



Enquantos muitos contam os dias que faltam para o Euro 2004, outros há que terão que esperar um pouco menos. Falo de todos aqueles que aguardam com expectativa a realização do Rock in Rio em Lisboa.
Este grande evento decorrerá no Parque da Bela Vista, junto da estação do Metro do mesmo nome, entre os dias 29 de Maio e 6 de Junho de 2004.

Na quarta-feira passada, em conferência de imprensa, Roberto Medina anunciou os quatro palcos que serão montados: O Palco Mundo que será o palco principal e onde passarão os artistas de maior relevo, a Tenda Raízes dedicada à world music, a Tenda Mundo Melhor onde decorrerão debates e a Tenda Electro ondese dançara a música "preparada" por alguns dos melhores Dj's do mundo.

Que não haja dúvida os meses de Maio e Junho em Lisboa irão ser diferentes...

A foto é de Ana Carolina Fernandes e foi tirada no Rock in Rio de 2001.

2003-08-05

 
Harrison Ford abre festival em França
O filme policial - Hollywood Homicide, dirigido por Ron Shelton, tendo como actor principal, Harrison Ford, abrirão no dia 5 de Setembro o 29º Festival de Cinema Americano de Deauville, anunciaram os organizadores.
O encerramento, dia 14 de setembro, ficará a cargo de Mystic River, de Clint Eastwood, filme que teve sua estréia na França em maio passado, no Festival de Cinema de Cannes.

O festival de Deauville (noroeste de França) renderá homenagem aos diretores Ridley Scott, com a estreia de Machstick Men, protagonizada por Nicolas Cage e Sam Rockwell, e James Ivory, com a exibição de Le divorce, com Naomi Watts, Thierry Lhermitte e Jean-Marc Barr.

 
REFLEXÃO
Não podemos ficar indiferentes à destruição do nosso país pelo fogo. Repetir aqui lugares comuns não vale a pena.... mas a solidariedade deve estar activa! Para reflectirmos um pouco deixo aqui um poema de Rudyard Kipling:

SE
Se tu podes impor a calma, quando aqueles
Que estão ao pé de ti a perdem, censurando
A tua teimosia nobre de a manter.

Se sabes guardar sem ruga e sem cansaço.
Privar com Reis continuando simples,
E na calúnia não recorres à infâmia
Para com arma igual e em fúria responder,
- Mas não aparentar bondade em demasia
Nem presumir de sábio ou pretender
Manifestar excesso de ousadia, -

Se o sonho, não fizer de ti um escravo
E a luz do pensamento não andar
Contigo no domínio do exagerado,

Se encaras o triunfo ou a derrota
Serenamente, firme, e reforçado
Na coragem que é necessário ter
Para ver a verdade atraiçoada,
Caluniada, espezinhada, e ainda
Os nossos ideais por terra. - Mas erguê-los
De novo em mais profundos alicerces
E proclamar com alma essa Verdade!,

Se perdes tudo quanto amealhaste
E voltas ao pricípio sem um ai,
Um lamento, uma lágrima, e sorrindo
Te debruças sobre o coração
Unindo outras reservas à Vontade
Que quer continuar, e prosseguindo
Chegar ao infinito da razão,

Se a multidão te ouvir entusiasmada
E a virtude ficar no seu lugar,

Se amigos e inimigos não conseguem
Ofender-te, e se quantos te procuram
Para estar com o teu esforço não contarem
Uns mais do que outros, - olha-os por igual!,

Se podes preencher esse minuto
Com sessenta segundos de existência
No caminho da vida percorrido
Embora essa existência seja dura
À força das tormentas que a consomem,

Bendita a tua essência, a tua origem
- O Mundo será teu,
E tu serás um Homem!


Rudyard Kipling (Versão portuguesa de António Botto)

 
Álamo Oliveira, nasceu na ilha Terceira, Açores, em 1945.
Possui uma vasta obra que abrange a poesia, o teatro, o romance, o conto e o ensaio.
Convido-vos a descobrir este escritor açoreano.

antónio

nome redondo pássaro solto
pelos búzios da ilha
que deixou sonhada.

arrumava a bruma nos bolsos dos calções
a ternura nas mãos como
punhado de araçás.

da banqueta da memória fez
emergir a ilha e a distância dos navios
- seu destino de marujo à descoberta
de tesouros de feno e bagas de faia.

antónio tinha o mapa secreto das cores
e navegava num oceano macio de saudade.


Álamo Oliveira
In “antónio porta-te como uma flor”
Edições Salamandra

 
Agradecimento

Agradecemos desde já as boas vindas que temos recebido, por exemplo da Raquel, da Teresa e do José Luís Peixoto que nos escreveu: amigos, passei por aqui hoje, pela primeira vez, guiado pelo vosso farol. voltarei muitas mais.
com o desejo de muita luz.

2003-08-04

 
Faróis

Faróis distantes,
De luz subitamente tão acesa,
De noite e ausência tão rapidamente volvida,
Na noite, no convés, que conseqüências aflitas!
Mágoa última dos despedidos,
Ficção de pensar ...
Faróis distantes...
Incerteza da vida...
Voltou crescendo a luz acesa avançadamente,
No acaso do olhar perdido...
Faróis distantes...
A vida de nada serve...
Pensar na vida de nada serve...
Pensar de pensar na vida de nada serve...
Vamos para longe e a luz que vem grande vem menos grande.
Faróis distantes ...

Alvaro de Campos

 
Farol

Há algo de místico num farol.
Aquela torre imponente, erguida em toda a sua plenitude, recortada pelo infinito...
Quem não se lembra dos filmes onde pela maré alta, o mar fustigava o inacessível farol?
Quem não se lembra das histórias de um barco qualquer, que à deriva numa tempestade, era salvo por aquela luz divina que dele emanava?
E das histórias dos piratas que, para sua ganância, atraíam esses mesmos navios para os penhascos com gigantescas fogueiras?
O farol! O farol, é, sem duvida, o ponto de referência para o porto de abrigo. Mesmo no imaginário de alguém.
E tem muitas histórias para vos contar.

 
Farol
É uma luz que orienta os marinheiros e os desvia dos locais supostamente perigosos .....
Mas os faróis também são locais misteriosos onde é agradável passear : Imagino um farol que já viu e ouviu muitas histórias . Se olharmos atentamente para ele talvez ele nos conte algumas coisas das suas memórias e outras que o vento traz. Fiquemos à espera...

 
Fogo

Por dentro
do teatro da água como no interior de
uma montanha o fogo chega
à teia Actores há-de a cratera
devolver-vos
A morte molha a orla
da aurora a
música do fogo
escorre
tarde após tarde numa sala escura

Gastão Cruz
in "Crateras"
ed. Assírio & Alvim

2003-08-03

 
Estava em casa a pensar, (coisa rara) quando de repente me lembrei faltavam imagens nos posts ... tudo parecia encaminhado para o arranque do blog ... todos a postos com os seus posts ... faroleiros atentos, lá ao fundo já se avistam os barcos !




 
micro-crónica

Ele era um jornalista a quem o chefe censurava constantemente os seus artigos de opinião. Um dia fartou-se, a necessidade de escrever sem sombras de lápis azuis levou-o a criar um blog com um pseudónimo.

Hoje a sua coluna no jornal cita constantemente parágrafos escritos por si próprio no blog.


2003-08-02

 
Fins de semana A chuva perssegue-me. Já vai para um mês que tento ter um fim de semana de sol e praia e percorrer todo o Minho até ao Gerês, mas a chuva não me deixa. Se calhar é um qualquer acordo entre S. Pedro e a nossa ministra das finanças: há que poupar, logo, desanimar os gastadores e consumidores a sair e obrigar-nos a ficar em casa, se possível de livro na mão, tipo Margarida Rebelo Pinto, que se lê muito bem, e esquecer a ideia de ver televisão, ouvir música, ou outra coisa que gaste energia, e que fira as ideias. Há que apertar o cinto. Preciso é de fazer uns furos, porque com tanto sedentarismo ao fim de semana, as barrigas alargam... Bem, ao menos temos as praias de Gaia que o presidente Luis Filipe Menezes com tanto esmero as alegrou... Precisavamos dele no governo, para o regresso do tão desejado "oásis".

 
Batman 5 vai mesmo sair do papel. O diretor Christopher Nolan, de Amnésia, disse em entrevista ao jornal inglês London Metro que o projeto ainda está em sua fase inicial, mas o trabalho vai de vento em popa. Ele tem mostrado a roteiristas e produtores sua visão sobre o mundo do Homem-Morcego. O cineasta afirmou que o processo tem sido "muito divertido".
Sobre a história, ele disse que é um "segredo de estado". O filme deve ser rodado no ano que vem e tem previsão de estreia para meados de 2005. O elenco ainda não foi escolhido.

2003-08-01

 
Ainda estamos a montar os alicerces deste farol...