2003-12-31
Um passeio .... no fim-de-semana ? Porque não ? Aqui fica uma sugestão de visita a Monsaraz, uma vila medieval alentejana, que dispensa apresentações. Nesta altura e, até ao dia 6 do próximo ano, podemos ver um presépio de rua. Este tem cerca de 30 figuras, construídas a partir de grandes estruturas de ferro e rede, cobertas por panos de cor crua, tratados para o efeito.
Outros faroleiros ilustrarão esta sugestão ....
Idem idem aspas Mena :-) a todos os faroleiros e visitantes desejo um ano novo que seja o melhor das suas vidas, do mundo e arredores.
A poucas horas do fim de 2003 ...
...a todos os Faroleiros e a todos aqueles que nos visitam, um feliz 2004 com a certeza de que embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um de nós pode, em qualquer altura, começar um novo fim. (copy/past de uma sms acabadinha de receber =) )
...a todos os Faroleiros e a todos aqueles que nos visitam, um feliz 2004 com a certeza de que embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um de nós pode, em qualquer altura, começar um novo fim. (copy/past de uma sms acabadinha de receber =) )
Receita de ano novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
Good bye Lenin - Adeus Lenin
Para terminar o ano cinematográfico em beleza fui ver este filme. Belissimo! Um drama/comédia comovente. O realizador, Wolfgang Becker, soube conciliar os factos históricos de extrema importância, a queda do muro de Berlim, a uma magnifica ficção.
uma mulher, activista social do regime comunista da RDA (Katrin Sass) entra em coma no período conturbado que conduziu à queda do Muro de Berlim. Algum tempo depois, quando acorda os médicos avisam Alex, o seu filho, (Daniel Bruhl) que ela no periodo de convalescença não pode receber noticias consideradas chocantes.
Alex e a sua irmã, e um amigo seu, pretenso cineasta, ajudam a mãe a recuperar do seu drama, montando um cenário imaginário da situação actual do País.
É um filme cheio de ternura, em que o amor de um filho ultrapassa tudo, para o bem da sua mãe! A ver sem dúvida alguma, quanto mais não seja, ficamos a perceber melhor, factos reais que nem aconteceram assim há muito tempo.
Para terminar o ano cinematográfico em beleza fui ver este filme. Belissimo! Um drama/comédia comovente. O realizador, Wolfgang Becker, soube conciliar os factos históricos de extrema importância, a queda do muro de Berlim, a uma magnifica ficção.
uma mulher, activista social do regime comunista da RDA (Katrin Sass) entra em coma no período conturbado que conduziu à queda do Muro de Berlim. Algum tempo depois, quando acorda os médicos avisam Alex, o seu filho, (Daniel Bruhl) que ela no periodo de convalescença não pode receber noticias consideradas chocantes.
Alex e a sua irmã, e um amigo seu, pretenso cineasta, ajudam a mãe a recuperar do seu drama, montando um cenário imaginário da situação actual do País.
É um filme cheio de ternura, em que o amor de um filho ultrapassa tudo, para o bem da sua mãe! A ver sem dúvida alguma, quanto mais não seja, ficamos a perceber melhor, factos reais que nem aconteceram assim há muito tempo.
2003-12-29
Farol de Ano Novo
O ano novo que aí vem
é como a manhã que amanhece
todos que sabem que virá
ninguém sabe com o que se parece...
O ano novo que aí vem
é como a manhã que amanhece
todos que sabem que virá
ninguém sabe com o que se parece...
"O ADEUS DE ALAN BATES"
Todos nós na nossa vidsa de adultos transportamos sonhos e imagens da infância e eu nunca mais me esqueci de um filme que vi no antigo cinema Monumental...o tal com uma enorme plateia e dois balcões...a película chamava-se "Longe da Multidão" e nele brilhavam uma senhora chamada Julie Christie proprietária de uma enorme herdade e o pastor Alan Bates com o seu amor silencioso. Depois ao longo dos anos fui aprendendo diversas coisas...descobri o nome do cineasta John Schesinger...e o que era o "free cinema" e fixei o nome dos actores.
Alan Bates surgiu em cena através da peça/manifesto "Look Back in Anger" de John Osborne, palminhando depois o longo caminho dos clássicos...Sheakespeare, Tchekov, Ibsen e Strindberg...ao mesmo tempo que estabelecia laços de amizade com outros actores da mesma geração: Richard Burton, Tom Cortenney, Albert Finney e Peter O'Toole. E claro as portas do cinema abriram-se....e depois de Thomas Hardy ver a personagem das sua escrita representava por Bates, chegou a vez de D.H.Lawrence com as suas "Mulheres Apaixonadas" adaptado por Ken Russel (um dos primeiros filmes dos estúdios com nú frontal). Mas antes ele chegara às bocas do mundo com o filme de Michael Cacoyannis "Zorba O Grego" ao lado de Anthony Quinn.
A sua carreira acabou por se dividir entre os palcos e as telas (cinema e televisão)...a sua voz era famosa...e não podemos deixar de referir mais três filmes de que gostamos muito "Dueto só para Um" ao lado de Julie Andrews do cineasta Andrei Konchalovsky (a descobrir) e os famosos "Uma Mulher Só" ao lado de Jill Clayburg realizado por Paul Mazursky e claro o fabuloso "Gosford Park" de Robert Altman.
Os anos noventa foram extremamente dificeis para ele, pois perdeu um dos filhos e a esposa. Em 2002 recebeu o Tony (equivalente ao Oscar no teatro) pela sua representação na peça "Fortune's Foll" de Turgenev. E este sábado em Londres ele partiu...certamente para interpretar uma peça ao lado do amigo Burton num Heaven algures. Todos nós que amamos o cinema vamos ter saudades tuas meu bom Amigo!
Os teus passos tropeçam nas palavras sujas escritas na parede da estação - "Morte aos pretos" - lês, de cada lado uma cruz, a suástica e a celta. Mas em ti, apenas a pele é escura, trazes claridade na tua alma pelo que, ao invés de sentires raiva ou desprezo como eu, apenas sentes pena. Piedade pelo pobre coitado que escreveu aquilo.
Hoje sei que tens razão, quem manchou a parede branca é filho de emigrantes portugueses em França. Após ter sofrido maus tratos na pele, virou a raiva e a força para o lado errado. O mais fácil. Não, tens razão, não merece ódio nem raiva, pena apenas.
Afastas-te e rasgas um cartaz do Partido Nacional Renovador colocado num poste perto. Há quem te enraiveça muito mais.
Foto de Marco António
2003-12-28
OUTRO TEMPO
.
Ficávamos de tarde com a música
na escuridão dos quartos repassados
de secura
como se a luz atravessasse
sem claridade a casa
.
O corredor
Alargava junto às salas
Fechadas a maior acabava num
Púlpito debaixo
Do torreão em forma de coroa da casa
.
Durante horas a música lançava
Obscuras vagas
O futuro
Tão perto já cavava
Covas nas salas nunca usadas
.
Gastão Cruz
NEIL YOUNG & CRAZY HORSE - "GREENDALE"
O ano de 2003 foi muito proveitoso para os fans de Neil Young, pois tivemos quatro edições dos seus trabalhos em formato cd, só disponíveis em vinil, refiro-me aos fundamentais "Hawks & Doves" e "On The Beach", o pouco conhecido "American Sars'n Bars" e a "pedrada" - "Re.ac.tor" com os seus companheiros Crazy Horse.
A terminar o ano surgiu o seu último trabalho "Greendale", uma obra de fôlego...com a sua viagem pela América interior e uma cidade inventada, Greendale, sobre a qual Neil nos vai contando pequenas histórias dos seus habitantes, no seu habitual registo inconformista. E se o disco é recomendável, ele é acompanhado por um "GRANDE BONUS" um DVD de seu nome "Neil Young live at vicar st." e meus amigos isto não é um daqueles bonus que andam por aí, para vender cds...mas sim um fabuloso concerto do jovem Neil - acustico e harmónico, de quase duas horas, com um som de qualidade superior e em que para além de termos todos os temas do cd em versão acustica, nos é oferecido um dos mais belos registos de sempre de Neil Young...tenho que confessar a minha paixão pelo dvd, mais vezes tocado que o cd....não percam!!!!!
PS- Hoje descobri que um dos melhores albuns do Neil Young, de título "Freedom" se encontra na fnac/colombo a 7,00 euros e curiosamente, ninguém lhe toca, todos nós sabemos que aquele album para além de ser excelente é muito incómodo na América do Junior, será que ele também já atormenta e incomoda as almas no nosso Portugal?!
Em Janeiro o posto de escuta é reaberto, aproveite e oiça e depois verá que ele é indispensável na sua discoteca!
Lisboa Azul - Vieira da Silva
2003-12-27
OS LIVROS DO NOVO ANO
Já a minha avó me dizia que o mês de Janeiro era o maior mês do Ano...e todos os anos ao olhar para a carteira...verifico a veracidade das suas sábias palavras...por essa razão Avó Rosa vou ser comedido nas sugestões para Janeiro de 2004. Senão vejamos...Thomas Bernhard aquele austríaco que amava Sintra e tantas vezes passou por todos nós, incógnito, e de sorriso nos lábios...regressa com " O Fazedor de Teatro".
Já Mega Ferreira...fala-nos um pouco mais de Teixeira de Pascoaes na sua "Fotobiografia"...se desejarem uma boa introdução...é darem uma vista de olhos pelo "Retratos de Sombra".
E claro vamos receber também mais um Joseph Roth "A Mancha Humana"...se não conhecem o autor...recomendo uma leitura do seu livro "A Lenda do Santo Bebedor" e claro, que me seja perdoado este pecado, procurem o filme, é Divino...com o Rutger Hauer a fazer de mendigo/sem-abrigo...passou completamente despercebido nas salas.
E como o mês não é de euforias...vamos à poesia....Philip Larkin que tem sido tão esquecido dos nossos editores surge na excelente colecção das Ed.Cotovia com "Janelas Altas" e já agora aproveite a reedição de "Quatro Quartetos"...."A madrugada surge, e outro dia/Se prepara para o calor e para o silêncio. No mar o vento da madrugada/Enruga-se e desliza. Eu estou aqui/ Ou ali, ou em qualquer outra parte. No meu principio."
PS- E não se esqueça que o último trabalho poético de Helder Moura Pereira, vai estar à sua espera..."A Tua Cara não me é Estranha"
PS.2 - O Bichinho recomenda: apertem os cordões às bolsas, mas primeiro deixem uns euritos já de lado para a poesia!
Já a minha avó me dizia que o mês de Janeiro era o maior mês do Ano...e todos os anos ao olhar para a carteira...verifico a veracidade das suas sábias palavras...por essa razão Avó Rosa vou ser comedido nas sugestões para Janeiro de 2004. Senão vejamos...Thomas Bernhard aquele austríaco que amava Sintra e tantas vezes passou por todos nós, incógnito, e de sorriso nos lábios...regressa com " O Fazedor de Teatro".
Já Mega Ferreira...fala-nos um pouco mais de Teixeira de Pascoaes na sua "Fotobiografia"...se desejarem uma boa introdução...é darem uma vista de olhos pelo "Retratos de Sombra".
E claro vamos receber também mais um Joseph Roth "A Mancha Humana"...se não conhecem o autor...recomendo uma leitura do seu livro "A Lenda do Santo Bebedor" e claro, que me seja perdoado este pecado, procurem o filme, é Divino...com o Rutger Hauer a fazer de mendigo/sem-abrigo...passou completamente despercebido nas salas.
E como o mês não é de euforias...vamos à poesia....Philip Larkin que tem sido tão esquecido dos nossos editores surge na excelente colecção das Ed.Cotovia com "Janelas Altas" e já agora aproveite a reedição de "Quatro Quartetos"...."A madrugada surge, e outro dia/Se prepara para o calor e para o silêncio. No mar o vento da madrugada/Enruga-se e desliza. Eu estou aqui/ Ou ali, ou em qualquer outra parte. No meu principio."
PS- E não se esqueça que o último trabalho poético de Helder Moura Pereira, vai estar à sua espera..."A Tua Cara não me é Estranha"
PS.2 - O Bichinho recomenda: apertem os cordões às bolsas, mas primeiro deixem uns euritos já de lado para a poesia!
Eu e os presentes
Não gosto de receber presentes no dia de Natal. Aliás, acho que não gosto de receber presentes de todo. A alegria que me invade quando dou um presente é logo quebrada quando nas mãos do presenteado vejo um presente para mim. Não lido bem com os "presentes-para-mim".
Faltam-me as palavras e fico com o remorso de não ter exteriorizado o quanto o presente e o gesto (em si) me agradou, mas o não- gostar-de-receber-presentes-no-Natal-ou-no-aniversário é sempre mais forte...
Este ano, à volta da árvore de Natal, a família trocou presentes e também eu tive presentes. Então foi uma sucessão de alegrias e de embaraços que me deixaram alegremente embaraçada.
Para mim, sem dúvida alguma que é sempre melhor dar que receber. Prefiro antes os presentes-sem-porquê dados numa quarta-feira qualquer por isso mesmo: por ser uma quarta-feira qualquer e não por ser o dia de Natal ou o dia do meu aniversário. Freud saberia explicar o porquê deste não gostar de datas assinaladas para dar ou receber presentes...
Não gosto de receber presentes no dia de Natal. Aliás, acho que não gosto de receber presentes de todo. A alegria que me invade quando dou um presente é logo quebrada quando nas mãos do presenteado vejo um presente para mim. Não lido bem com os "presentes-para-mim".
Faltam-me as palavras e fico com o remorso de não ter exteriorizado o quanto o presente e o gesto (em si) me agradou, mas o não- gostar-de-receber-presentes-no-Natal-ou-no-aniversário é sempre mais forte...
Este ano, à volta da árvore de Natal, a família trocou presentes e também eu tive presentes. Então foi uma sucessão de alegrias e de embaraços que me deixaram alegremente embaraçada.
Para mim, sem dúvida alguma que é sempre melhor dar que receber. Prefiro antes os presentes-sem-porquê dados numa quarta-feira qualquer por isso mesmo: por ser uma quarta-feira qualquer e não por ser o dia de Natal ou o dia do meu aniversário. Freud saberia explicar o porquê deste não gostar de datas assinaladas para dar ou receber presentes...
2003-12-26
A sangue frio - Truman Capote
Este livro é um marco na literatura moderna. Não pela qualidade da sua escrita que existe, nem pela originalidade do tema: um quadruplo assassínio. Mas sim por ser, talvez, o primeiro livro escrito sobre um acontecimento real onde a investigação jornalística vira romance.
Tornar um acontecimento real e de forte impacto como o assassínio de uma familía, num livro ou num filme, é algo que hoje nos parece perfeitamente normal e vulgar. Mas em 1966 quando este non-ficction novel foi escrito tal nunca tinha sido feito. Talvez por isso e face à minuciosidade da pesquisa efectuda, o livro por vezes perde ritmo, para que o autor possa detalhar todos os pormenores deste tão intrincado caso. o que perde o romance ganha o documentário...
Para terminar deixo um expressivo parágrafo, que sai da boca de Dick, pouco antes da sua morte.
Esses percebo eu. Estão fulos porque ainda não obtiveram o que queriam, isto é, vingança. E nunca conseguirão desde que eu possa evitá-lo. eu cá não sou contra a forca. Desde que o enforcado não seja eu.
Este livro é um marco na literatura moderna. Não pela qualidade da sua escrita que existe, nem pela originalidade do tema: um quadruplo assassínio. Mas sim por ser, talvez, o primeiro livro escrito sobre um acontecimento real onde a investigação jornalística vira romance.
Tornar um acontecimento real e de forte impacto como o assassínio de uma familía, num livro ou num filme, é algo que hoje nos parece perfeitamente normal e vulgar. Mas em 1966 quando este non-ficction novel foi escrito tal nunca tinha sido feito. Talvez por isso e face à minuciosidade da pesquisa efectuda, o livro por vezes perde ritmo, para que o autor possa detalhar todos os pormenores deste tão intrincado caso. o que perde o romance ganha o documentário...
Para terminar deixo um expressivo parágrafo, que sai da boca de Dick, pouco antes da sua morte.
Esses percebo eu. Estão fulos porque ainda não obtiveram o que queriam, isto é, vingança. E nunca conseguirão desde que eu possa evitá-lo. eu cá não sou contra a forca. Desde que o enforcado não seja eu.
Mona Lisa Smile
Khaterine Watson, professora de História de Arte, chega ao Wellesley College, para leccionar em 1953.
Este colégio, feminino, é bastante conservador, e as suas alunas são muito inteligentes.
Mas qual será a filosofia de vida que incutem as estas raparigas? Kate propõe-se a lutar pela emancipação da mulher perante todos os obstáculos.
Um filme simpático, que nos apresenta uma sociedade elitista, no pós guerra, não é imprescídinvel mas vale a pena ver.
Khaterine Watson, professora de História de Arte, chega ao Wellesley College, para leccionar em 1953.
Este colégio, feminino, é bastante conservador, e as suas alunas são muito inteligentes.
Mas qual será a filosofia de vida que incutem as estas raparigas? Kate propõe-se a lutar pela emancipação da mulher perante todos os obstáculos.
Um filme simpático, que nos apresenta uma sociedade elitista, no pós guerra, não é imprescídinvel mas vale a pena ver.
Direitos Humanos
No Dia de Natal, recebi um livro com os “Direitos do Homem”, (foto abaixo – tamanho real: 2,5 x 3cm). Logo, a minha inteligente veia humorística, ao agradecer a oferta, ainda por cima a uma mulher, ficou com o sangue gelado das poucas e boas que ouvi. “- Também os Direitos da Mulher e da Criança são do mesmo tamanho. Lá tás tu numa de machismo...”. Bem feito, por me esquecer da velha máxima: “Se não sabes qual vai ser o efeito das tuas palavras, mais vale estares calado!”. Enfim, o que vale é que me redimo facilmente destes deslizes...
Mas, já em casa, folheando o livrinho e verificando que até continha todos os artigo da Declaração, que tive de ler à lupa, assaltou-me uma estranha inquietude. A ideia é boa. A curiosidade leva-nos a reler, e talvez a melhor interiorizar, direitos fundamentais que deveriam estar sempre presentes no quotidiano. Só que não estão. Na verdade, estão mesmo reduzidos ao tamanho deste livrinho. E nem com lupa saltam à vista e entram na cabeça de quem, em primeiro plano, os deveria defender.
No Dia de Natal, recebi um livro com os “Direitos do Homem”, (foto abaixo – tamanho real: 2,5 x 3cm). Logo, a minha inteligente veia humorística, ao agradecer a oferta, ainda por cima a uma mulher, ficou com o sangue gelado das poucas e boas que ouvi. “- Também os Direitos da Mulher e da Criança são do mesmo tamanho. Lá tás tu numa de machismo...”. Bem feito, por me esquecer da velha máxima: “Se não sabes qual vai ser o efeito das tuas palavras, mais vale estares calado!”. Enfim, o que vale é que me redimo facilmente destes deslizes...
Mas, já em casa, folheando o livrinho e verificando que até continha todos os artigo da Declaração, que tive de ler à lupa, assaltou-me uma estranha inquietude. A ideia é boa. A curiosidade leva-nos a reler, e talvez a melhor interiorizar, direitos fundamentais que deveriam estar sempre presentes no quotidiano. Só que não estão. Na verdade, estão mesmo reduzidos ao tamanho deste livrinho. E nem com lupa saltam à vista e entram na cabeça de quem, em primeiro plano, os deveria defender.
2003-12-25
NATAL
Eu juro que escrevi diversos posts sobre o Natal na minha mente ...Pensei em recordar a minha avó que fazia hoje anos ( uma mulher excepcional que amava a vida e os seus com uma força superior), colori uma pintura com o almoço do dia de Natal em casa dos meus avós, revivi a alegria que sentia quando era criança e percebia que o Pai Natal durante a noite tinha deixado à chaminé as prendas que eu desejava; recordei ainda os gritos de alegria de primos e criançada Lma. ao abrirem os presentes...e no final não sei o que hei-de escrever...
Gosto do Natal! Causas ? Pois pode ser a azafama da preparação do Natal incluindo presentes e doces à mistura, a disponibilidade de todos em desejar Feliz Natal, é o telemóvel a apitar sinalizando mais uma mensagem, é o pretexto para familiares e amigos se encontrarem e porem a escrita em dia …É tudo isto e muito mais! E é curioso … se na consoada estive com a família , o dia de Natal foi passado a visitar e a receber a visita de amigos !
Um abraço a todos e desejo a continuação de Boas Festas.
Henriqueta
Eu juro que escrevi diversos posts sobre o Natal na minha mente ...Pensei em recordar a minha avó que fazia hoje anos ( uma mulher excepcional que amava a vida e os seus com uma força superior), colori uma pintura com o almoço do dia de Natal em casa dos meus avós, revivi a alegria que sentia quando era criança e percebia que o Pai Natal durante a noite tinha deixado à chaminé as prendas que eu desejava; recordei ainda os gritos de alegria de primos e criançada Lma. ao abrirem os presentes...e no final não sei o que hei-de escrever...
Gosto do Natal! Causas ? Pois pode ser a azafama da preparação do Natal incluindo presentes e doces à mistura, a disponibilidade de todos em desejar Feliz Natal, é o telemóvel a apitar sinalizando mais uma mensagem, é o pretexto para familiares e amigos se encontrarem e porem a escrita em dia …É tudo isto e muito mais! E é curioso … se na consoada estive com a família , o dia de Natal foi passado a visitar e a receber a visita de amigos !
Um abraço a todos e desejo a continuação de Boas Festas.
Henriqueta
ERA UMA VEZ UMA PARTIDA DE XADREZ NUMA NOITE DE NATAL
Ele olhou para o tabuleiro de xadrez e viu o rei em perigo, depois o Filho indicou-lhe o relógio...sim, era verdade mais um ano chegava e naquele dia como acontecia desde que Ele criara o mundo...durante um minuto, não haveria mortos, as guerras paravam à meia-noite para serem retomadas 60 segundos depois...era a "tradição" ou as regras do jogo. Mas aquele peão dificultava a sua jogada com a torre e o Filho reparou que o minuto passara e o Pai esquecera-se de colocar o mundo que criara de regresso à inevitável narrativa histórica. E Eles ali continuaram sentados com a atênção presa no jogo de xadrez.
No mundo os soldados esperavam nas trincheiras pelas ordens superiores para retomarem os combates... e os dias passavam, até que uma tarde começaram a regressar a casa, as guerras terminaram sem vencedores ou vencidos ... a pouco e pouco as desiguldades começaram a diminuir ... os sorrisos renasciam nos rostos...em África as guerrilhas regressavam às aldeias em paz e inventavam outro modo de vida...no Extremo-Oriente o ódio deu lugar ao amor...a guerra à paz...entretanto as semanas transformaram-se em meses e o buraco na camada de ozono começou a diminuir e o nível das águas estabilizou...e aquele simples peão no tabuleiro de xadrez continuava a dificultar a jogada Dele...o Filho reparou na "Passagem das Horas", mas nada Lhe disse...porque desejava prolongar aquela partida infinitamente, para que todos tivessem a oportunidade de reencontrar a felicidade.
Ele olhou para o tabuleiro de xadrez e viu o rei em perigo, depois o Filho indicou-lhe o relógio...sim, era verdade mais um ano chegava e naquele dia como acontecia desde que Ele criara o mundo...durante um minuto, não haveria mortos, as guerras paravam à meia-noite para serem retomadas 60 segundos depois...era a "tradição" ou as regras do jogo. Mas aquele peão dificultava a sua jogada com a torre e o Filho reparou que o minuto passara e o Pai esquecera-se de colocar o mundo que criara de regresso à inevitável narrativa histórica. E Eles ali continuaram sentados com a atênção presa no jogo de xadrez.
No mundo os soldados esperavam nas trincheiras pelas ordens superiores para retomarem os combates... e os dias passavam, até que uma tarde começaram a regressar a casa, as guerras terminaram sem vencedores ou vencidos ... a pouco e pouco as desiguldades começaram a diminuir ... os sorrisos renasciam nos rostos...em África as guerrilhas regressavam às aldeias em paz e inventavam outro modo de vida...no Extremo-Oriente o ódio deu lugar ao amor...a guerra à paz...entretanto as semanas transformaram-se em meses e o buraco na camada de ozono começou a diminuir e o nível das águas estabilizou...e aquele simples peão no tabuleiro de xadrez continuava a dificultar a jogada Dele...o Filho reparou na "Passagem das Horas", mas nada Lhe disse...porque desejava prolongar aquela partida infinitamente, para que todos tivessem a oportunidade de reencontrar a felicidade.
O POST DO BICHINHO!!!!!
Um Bom Natal para todos os Faroleiros com muitas nozes e prendas no sapatinho, aqui na nossa casinha a "coisa" esteve um bocadinho atribulada, a Gralha deixou-me sózinho porque julgava quer era a noite da passagem de ano, e eu muito nervoso sem saber o que fazer comi as nozes todas e depois atirei-me ao bolo rei, que digamos ficou um bocadinho em mau estado. Depois quando o Rui chegou foi...(nem conto porque estamos no Natal) e ali ficámos à espera de noticias da Gralha...Até que dez minutos antes da meia-noite ela bateu na janela...vinha triste...dizia que estava tudo fechado...e não percebia porquê...como estamos na época Natalícia lá lhe oferecemos um calendário para ela decorar as datas, mas o pior foi que aquela história estava muito mal contada!!!!
Ela trazia debaixo da asa uma prenda com uma morada de S.Francisco...Barbary Lane!!!!?O Corvo estava de volta!!!??? Fingimos que não vimos e lá celebrámos a meia-noite com um magnifico bolo rei sem nozes e todo esburacado!!!!
UM FELIZ NATAL PARA TODOS E EM ESPECIAL PARA OS MAIS PEQUENINOS!!!!!!
Um Bom Natal para todos os Faroleiros com muitas nozes e prendas no sapatinho, aqui na nossa casinha a "coisa" esteve um bocadinho atribulada, a Gralha deixou-me sózinho porque julgava quer era a noite da passagem de ano, e eu muito nervoso sem saber o que fazer comi as nozes todas e depois atirei-me ao bolo rei, que digamos ficou um bocadinho em mau estado. Depois quando o Rui chegou foi...(nem conto porque estamos no Natal) e ali ficámos à espera de noticias da Gralha...Até que dez minutos antes da meia-noite ela bateu na janela...vinha triste...dizia que estava tudo fechado...e não percebia porquê...como estamos na época Natalícia lá lhe oferecemos um calendário para ela decorar as datas, mas o pior foi que aquela história estava muito mal contada!!!!
Ela trazia debaixo da asa uma prenda com uma morada de S.Francisco...Barbary Lane!!!!?O Corvo estava de volta!!!??? Fingimos que não vimos e lá celebrámos a meia-noite com um magnifico bolo rei sem nozes e todo esburacado!!!!
UM FELIZ NATAL PARA TODOS E EM ESPECIAL PARA OS MAIS PEQUENINOS!!!!!!
O Natal?
O natal para mim é o tempo de comprar uma prenda, um miminho para aquelas
pessoas especiais que nos vão colorindo a vida. É tempo de azevias, sonhos e
bolo rei. É tempo de ver as crianças a concretizarem alguns sonhos,
desfazendo embrulhos e gritando de felicidade. É tempo de enviar mensagens
de telemóvel, fazer telefonemas, mandar emails, enviar cartões de natal a
sério, e dizer BOM NATAL!
2003-12-24
O Farol no Natal
Natal, e não Dezembro
Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio,
no prédio que amanhã for demolido…
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos, e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, oito milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave…
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.
David Mourão-Ferreira
Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio,
no prédio que amanhã for demolido…
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos, e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, oito milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave…
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.
David Mourão-Ferreira
Boas Festas
Apetecia-me escrever sobre o Natal, mas as frases que encontro estão gastas, são tão vulgares... Porque se repetem, como uma lenga-lenga, todos os anos. A paz, a igualdade e a fraternidade são chavões sem sentido. Porque pouco ou nada se faz para mudar a fome e a pobreza, para dar sentido à vida de muitas vidas espalhadas por este nosso Mundo.
Mas nestes dias, há sempre momentos de solidariedade. Um velho sem abrigo, que durante umas horas é aquecido por uma sopa quente e fica mais igual ao seu semelhante. Uma criança abandonada que agradece o brinquedo, com que apenas sonhara, com um olhar de ternura, esquecendo medos e revoltas, acreditando que ainda pode ter esperança. E há gente, muita gente, que luta para que, pelo menos, pelo Natal, a humanidade seja mais igual, mais justa.
É com alguma tristeza, mas também com optimismo, acreditando em dias melhores, que desejo aos faroleiros e a todos os que nos visitam um óptimo Natal e um Ano Novo à medida dos vossos desejos.
Apetecia-me escrever sobre o Natal, mas as frases que encontro estão gastas, são tão vulgares... Porque se repetem, como uma lenga-lenga, todos os anos. A paz, a igualdade e a fraternidade são chavões sem sentido. Porque pouco ou nada se faz para mudar a fome e a pobreza, para dar sentido à vida de muitas vidas espalhadas por este nosso Mundo.
Mas nestes dias, há sempre momentos de solidariedade. Um velho sem abrigo, que durante umas horas é aquecido por uma sopa quente e fica mais igual ao seu semelhante. Uma criança abandonada que agradece o brinquedo, com que apenas sonhara, com um olhar de ternura, esquecendo medos e revoltas, acreditando que ainda pode ter esperança. E há gente, muita gente, que luta para que, pelo menos, pelo Natal, a humanidade seja mais igual, mais justa.
É com alguma tristeza, mas também com optimismo, acreditando em dias melhores, que desejo aos faroleiros e a todos os que nos visitam um óptimo Natal e um Ano Novo à medida dos vossos desejos.
Ser feliz
Se tudo na vida é relativo, relativa também é a ideia que cada um faz da felicidade.
Para uns, felicidade é dinheiro no bolso, cerveja no frigorifico e roupa nova no armário.
Para outro, a felicidade representa o sucesso, a carreira brilhante, o simples facto de se achar importante (ainda que na verdade as coisas não sejam bem assim).
Para outros tantos, ser feliz é conhecer o mundo, ter um conhecimento profundo das coisas da Terra e do Ar.
Mas para mim, ser feliz é diferente: ser feliz é ser gente, é ter vida!
Felicidade é a família reunida. É viver sem chegada, sem partida.
É sonhar, é chorar, é sorrir...
Felicidade é viver cercado de amor. É plantar amizade, é o calor do abraço daquele amigo que mesmo distante se lembrou de dizer: Olá, como vais?
Ser feliz é acordar às cinco da manhã, depois de ter ido dormir às três da madrugada,
com sono e p’ra lá de cansado… só para dar uma pontinha da cama para o filho dormir.
Ser feliz é ter violetas na janela, é chá de maçã com canela, são pipocas na panela e um CD para aquecer o coração.
Ser feliz é sentir o sol radiante, o frio aconchegante, a chuvinha ou o temporal.
Ser feliz é ver o outro (E sabe-se lá quantos outros, que cruzam na nossa estrada).
Ser feliz é fazer da vida uma grande aventura, a maior loucura, um enorme prazer.
Ser feliz é …
(desconheço o autor)
Se tudo na vida é relativo, relativa também é a ideia que cada um faz da felicidade.
Para uns, felicidade é dinheiro no bolso, cerveja no frigorifico e roupa nova no armário.
Para outro, a felicidade representa o sucesso, a carreira brilhante, o simples facto de se achar importante (ainda que na verdade as coisas não sejam bem assim).
Para outros tantos, ser feliz é conhecer o mundo, ter um conhecimento profundo das coisas da Terra e do Ar.
Mas para mim, ser feliz é diferente: ser feliz é ser gente, é ter vida!
Felicidade é a família reunida. É viver sem chegada, sem partida.
É sonhar, é chorar, é sorrir...
Felicidade é viver cercado de amor. É plantar amizade, é o calor do abraço daquele amigo que mesmo distante se lembrou de dizer: Olá, como vais?
Ser feliz é acordar às cinco da manhã, depois de ter ido dormir às três da madrugada,
com sono e p’ra lá de cansado… só para dar uma pontinha da cama para o filho dormir.
Ser feliz é ter violetas na janela, é chá de maçã com canela, são pipocas na panela e um CD para aquecer o coração.
Ser feliz é sentir o sol radiante, o frio aconchegante, a chuvinha ou o temporal.
Ser feliz é ver o outro (E sabe-se lá quantos outros, que cruzam na nossa estrada).
Ser feliz é fazer da vida uma grande aventura, a maior loucura, um enorme prazer.
Ser feliz é …
(desconheço o autor)
2003-12-23
Feliz Natal e Próspero Ano Novo,
são os votos da Mafalda e dos seus amigos (a gata Fofinha, o gato Pinóquio, a cadela Nikita e a Tartaruga Beatriz), para os habitantes do blog e para aqueles que nos visitam.
Miauuuuu!
P.S.: Os votos da Mafalda são também para o Bichinho e para a Gralha.
são os votos da Mafalda e dos seus amigos (a gata Fofinha, o gato Pinóquio, a cadela Nikita e a Tartaruga Beatriz), para os habitantes do blog e para aqueles que nos visitam.
Miauuuuu!
P.S.: Os votos da Mafalda são também para o Bichinho e para a Gralha.
O Farol das Artes, deseja a todos um Feliz Natal!
2003-12-22
Já sabemos tudo um do outro. Este saber inclui muitos capítulos dolorosos, páginas repetidas de desilusão, desastres, um mar de destroços inapagáveis. No entanto, continuamos a encontrarmo-nos às escondidas de nós próprios, continuamos a responder á urgência da felicidade que nos convoca, à revelia do nosso próprio naufrágio.
Inês Pedrosa in Fica comigo esta noite
Foto de Gabriel Revez
O café em diferentes línguas
China - Kafei
Dinamarca - Kaffe
Egipto - Masbout
Israel - Kavah
Finlândia - Khavi
França - Café
Alemanha - Kaffee
Grécia - Kafes
Hungria - Kave
Itália - Caffe
Holanda - Koffie
Noruega - Kaffee
Portugal - Café
Espanha - Café
Croácia - Kava
China - Kafei
Dinamarca - Kaffe
Egipto - Masbout
Israel - Kavah
Finlândia - Khavi
França - Café
Alemanha - Kaffee
Grécia - Kafes
Hungria - Kave
Itália - Caffe
Holanda - Koffie
Noruega - Kaffee
Portugal - Café
Espanha - Café
Croácia - Kava
René Magritte
O Estupro
O Mestre-escola
O Estupro
O Mestre-escola
2003-12-21
A POESIA DE NUNO JÚDICE
A poesia de Nuno Júdice surgiu pela primeira vez nas páginas do juvenil do Diário de Lisboa em 1967, onde tantos poetas hoje consagrados, viram publicados pela primeira vez os seus poemas. Nuno Júdice um poeta único no nosso panorama poético tem a sua obra reunida num grosso volume abrangendo o período 1967-2000, depois surgiram "Pedro Lembrando Inês", Cartografia de Emoções" e "O Estado dos Campos".
Aqui fica um dos poemas...do meu poeta favorito.
RETRATO DE MULHER À LUZ DA TARDE
O poeta épico e o poeta dramático, disse
Goethe, estão submetidos ás mesmas leis gerais. No
entanto, se cada um deles conduz o poema
até ao seu desfecho sem uma hesitação,
ou antes, limitando a dúvida ao que se passa
no espírito quando o amor, com a sua certeira
seta, o fere, já as palavras são diversas. Não é o mesmo
descrever a emoção com as imagens que ela sugere,
ou transformá-la num discurso lógico, que obriga
quem o faz a utilizar o raciocínio, deixando
para depois o sentimento. A construção é o mais
simples, neste processo, desde que o princípio
corresponda à verdade que faz parte da vida
de quem ama. O difícil é transpor a ponte
que nos conduz ao outro: refiro-me a ti, que
me esperas desse lado, por trás das árvores
e das flores do jardim, com o sol a iluminar-te
o rosto. É uma imagem simples: retrato
de mulher à luz da tarde. Mas sinto-me obrigado
a dar uma outra dimensão à figura humana,
puxando-a para o convívio da minha alma. Aí
as coisas ganham a profundidade de uma relação
abstracta, despida dos aspectos materiais, e
dos obstáculos que a realidade nos coloca. A
perfeição nasce das frases que o verso trabalha, com
o ritmo de uma respiração serena. Por fim, a
imagem adquire uma beleza própria, que foge
à própria fonte. E ao vê-la, pergunto: ainda és tu? Ou
foste roubada a ti própria por esta luz com que o poema
te envolve? Mas deixo-me de questões teóricas - e
atravesso a ponte, deixando para trás imagens e
discursos. É que do outro lado as leis gerais não
contam, e são-me indiferentes os problemas que se
colocam ao poeta, épico ou dramático. Puxo-te
pela mão - e saímos da moldura, para dentro da vida.
Nuno Júdice
in "O Estado dos Campos"
Ed."Dom Quixote"
PS- A poesia de Nuno Júdice é obigatória na estante de todos os poetas
A poesia de Nuno Júdice surgiu pela primeira vez nas páginas do juvenil do Diário de Lisboa em 1967, onde tantos poetas hoje consagrados, viram publicados pela primeira vez os seus poemas. Nuno Júdice um poeta único no nosso panorama poético tem a sua obra reunida num grosso volume abrangendo o período 1967-2000, depois surgiram "Pedro Lembrando Inês", Cartografia de Emoções" e "O Estado dos Campos".
Aqui fica um dos poemas...do meu poeta favorito.
RETRATO DE MULHER À LUZ DA TARDE
O poeta épico e o poeta dramático, disse
Goethe, estão submetidos ás mesmas leis gerais. No
entanto, se cada um deles conduz o poema
até ao seu desfecho sem uma hesitação,
ou antes, limitando a dúvida ao que se passa
no espírito quando o amor, com a sua certeira
seta, o fere, já as palavras são diversas. Não é o mesmo
descrever a emoção com as imagens que ela sugere,
ou transformá-la num discurso lógico, que obriga
quem o faz a utilizar o raciocínio, deixando
para depois o sentimento. A construção é o mais
simples, neste processo, desde que o princípio
corresponda à verdade que faz parte da vida
de quem ama. O difícil é transpor a ponte
que nos conduz ao outro: refiro-me a ti, que
me esperas desse lado, por trás das árvores
e das flores do jardim, com o sol a iluminar-te
o rosto. É uma imagem simples: retrato
de mulher à luz da tarde. Mas sinto-me obrigado
a dar uma outra dimensão à figura humana,
puxando-a para o convívio da minha alma. Aí
as coisas ganham a profundidade de uma relação
abstracta, despida dos aspectos materiais, e
dos obstáculos que a realidade nos coloca. A
perfeição nasce das frases que o verso trabalha, com
o ritmo de uma respiração serena. Por fim, a
imagem adquire uma beleza própria, que foge
à própria fonte. E ao vê-la, pergunto: ainda és tu? Ou
foste roubada a ti própria por esta luz com que o poema
te envolve? Mas deixo-me de questões teóricas - e
atravesso a ponte, deixando para trás imagens e
discursos. É que do outro lado as leis gerais não
contam, e são-me indiferentes os problemas que se
colocam ao poeta, épico ou dramático. Puxo-te
pela mão - e saímos da moldura, para dentro da vida.
Nuno Júdice
in "O Estado dos Campos"
Ed."Dom Quixote"
PS- A poesia de Nuno Júdice é obigatória na estante de todos os poetas
2003-12-20
Farol
quantas das vezes lhes viramos as costas ?
Título e fotos retiradas daqui com o amável consentimento de J.P.Coutinho.
quantas das vezes lhes viramos as costas ?
Título e fotos retiradas daqui com o amável consentimento de J.P.Coutinho.
O Senhor dos Anéis - O Regresso do Rei
Hoje fui assistir a este filme, com o Ricardo que tem 8 anos, aqui ficam algumas perguntas que lhe fiz.
De qual dos 3 filmes gostaste mais?
Do terceiro.
Qual o teu personagem favorito?
Tenho muitos...O Frodo e o Aragorn.
Achas que o filme deveria ser mais pequeno?
A parte do Shire podia ser mais pequena.
E assim registamos uma opinião, quanto a mim aconselho a verem, sem dúvida um belo desfecho para esta trilogia de ouro, e se possível num cinema com bom som!
Hoje fui assistir a este filme, com o Ricardo que tem 8 anos, aqui ficam algumas perguntas que lhe fiz.
De qual dos 3 filmes gostaste mais?
Do terceiro.
Qual o teu personagem favorito?
Tenho muitos...O Frodo e o Aragorn.
Achas que o filme deveria ser mais pequeno?
A parte do Shire podia ser mais pequena.
E assim registamos uma opinião, quanto a mim aconselho a verem, sem dúvida um belo desfecho para esta trilogia de ouro, e se possível num cinema com bom som!
O meu avô
Faz hoje oito anos que o meu avô faleceu. Um dia destes vou contar-vos uma história dele. Uma das muitas que tenho e que guardo com muito carinho.
Hoje deixo aqui uma justa homenagem que o meu pai prestou no primeiro ano da sua morte, ao homem que deixou muitas saudades.
*** SAUDADE ***
Faz hoje um ano que nos deixaste...
Mas vejo ainda como se fosse agora o teu corpo frio e hirto...
A tua face serena de homem bom que sempre foste...
Dormias já o sono final... aquele de nunca mais acordamos...
Tal como hoje, naquele dia, o vento frio rugia protestando também a tua ausência...
A chuva caía insistentemente molhando a terra para que fosse mais suave a tua chegada...
E quando o teu corpo desceu ás origens e eu atirei sobre ti um punhado de
terra foi com ela um pedaço de mim...
Deixa-me chorar uma lágrima de saudade!...
Deixa-me prestar-te a minha homenagem... até ao dia em que voltaremos a encontrar-nos!...
Nessa altura dir-te-ei aquilo que sempre senti por ti meu querido velhinho!
Que te adoro!...
Eu sei que partiste para a estrada da eternidade, com a serenidade de
uma vida cheia ao serviço dos outros...
De uma vida digna, honrada, de um dever cumprido...
Faz hoje um ano que te foste, deixando para nós a saudade imensa...
A dor não mensurável de te ter perdido, de não estares mais connosco...
Agora, quando chego a casa, há o vazio da tua cadeira e só existe o diálogo da tua ausência...
Contra o qual nada posso fazer...
Contra o qual sinto uma enorme frustração...
Mas é a marcha inexorável da criação no sentido da renovação do ciclo da vida...
Tudo o que nasce, morre!...
Embora tu não devesses morrer ... eras demasiado bom para que isso te acontecesse.
E não morreste porque na verdade a tua vida continua em nós ...
Através da imensa saudade que nos deixaste... que vai ficar connosco até ao fim dos nossos dias.
Que te devolveremos depois quando te encontrarmos de novo!
No desconhecido do além, do insondável, do misterioso!...
Provavelmente no regresso à vida....
Mas até lá fica a saudade.... fica a dor da tua partida que um ano depois continua viva, forte, dura, cruel...
Florival Santos
Faz hoje oito anos que o meu avô faleceu. Um dia destes vou contar-vos uma história dele. Uma das muitas que tenho e que guardo com muito carinho.
Hoje deixo aqui uma justa homenagem que o meu pai prestou no primeiro ano da sua morte, ao homem que deixou muitas saudades.
*** SAUDADE ***
Faz hoje um ano que nos deixaste...
Mas vejo ainda como se fosse agora o teu corpo frio e hirto...
A tua face serena de homem bom que sempre foste...
Dormias já o sono final... aquele de nunca mais acordamos...
Tal como hoje, naquele dia, o vento frio rugia protestando também a tua ausência...
A chuva caía insistentemente molhando a terra para que fosse mais suave a tua chegada...
E quando o teu corpo desceu ás origens e eu atirei sobre ti um punhado de
terra foi com ela um pedaço de mim...
Deixa-me chorar uma lágrima de saudade!...
Deixa-me prestar-te a minha homenagem... até ao dia em que voltaremos a encontrar-nos!...
Nessa altura dir-te-ei aquilo que sempre senti por ti meu querido velhinho!
Que te adoro!...
Eu sei que partiste para a estrada da eternidade, com a serenidade de
uma vida cheia ao serviço dos outros...
De uma vida digna, honrada, de um dever cumprido...
Faz hoje um ano que te foste, deixando para nós a saudade imensa...
A dor não mensurável de te ter perdido, de não estares mais connosco...
Agora, quando chego a casa, há o vazio da tua cadeira e só existe o diálogo da tua ausência...
Contra o qual nada posso fazer...
Contra o qual sinto uma enorme frustração...
Mas é a marcha inexorável da criação no sentido da renovação do ciclo da vida...
Tudo o que nasce, morre!...
Embora tu não devesses morrer ... eras demasiado bom para que isso te acontecesse.
E não morreste porque na verdade a tua vida continua em nós ...
Através da imensa saudade que nos deixaste... que vai ficar connosco até ao fim dos nossos dias.
Que te devolveremos depois quando te encontrarmos de novo!
No desconhecido do além, do insondável, do misterioso!...
Provavelmente no regresso à vida....
Mas até lá fica a saudade.... fica a dor da tua partida que um ano depois continua viva, forte, dura, cruel...
Florival Santos
2003-12-19
Frases que desmascaram quem as profere
"Sou ateu graças a Deus !"
"Eu não sou racista, nem tenho nada contra os pretos. só não suporto é os ciganos."
"Eu sou uma defensora da vida, uma mulher que aborte comete um crime e deveria ser condenada à morte"
"Tenho o infeliz azar de viver neste país onde toda a gente se queixa"
"Sou ateu graças a Deus !"
"Eu não sou racista, nem tenho nada contra os pretos. só não suporto é os ciganos."
"Eu sou uma defensora da vida, uma mulher que aborte comete um crime e deveria ser condenada à morte"
"Tenho o infeliz azar de viver neste país onde toda a gente se queixa"
Noticia de Cinema
Em 2004, os filmes vão passar a estrear à 5ª feira.
Em 2004, os filmes vão passar a estrear à 5ª feira.
Saiba que ...
Os italianos bebem o seu café adicionando açúcar, os alemães e suiços com igual parte de café e chocolate. Os Belgas também lhe adicionam chocolate. Os marroquinos juntam-lhe pimenta preta. Os etíopes gostam do café com sal! Os apreciadores de café do Médio Oriente adicionam usualmente cardamomo e outras especiarias. Os egípcios como grandes apreciadores do café bebem-no sem qualquer aditivo e logo pela manhã!
Os italianos bebem o seu café adicionando açúcar, os alemães e suiços com igual parte de café e chocolate. Os Belgas também lhe adicionam chocolate. Os marroquinos juntam-lhe pimenta preta. Os etíopes gostam do café com sal! Os apreciadores de café do Médio Oriente adicionam usualmente cardamomo e outras especiarias. Os egípcios como grandes apreciadores do café bebem-no sem qualquer aditivo e logo pela manhã!
O Café
Há muito tempo que se conheciam. Muito tempo mesmo. Talvez há mais de dez anos. A paixão por ele tinha sido imediata. Dir-se-ia mesmo que teria sido amor à primeira vista. Um dia sem o sentir e ela sentia-se perdida, desorientada. Era sempre Luisa que ia ao seu encontro, dócil e submissa. Nunca julgou as suas intenções. Isso estava fora de questão, gostava demasiado dele para perigar a relação. O seu primeiro contacto? Hum, foi como se um vulcão de prazer proibido a invadisse. Quente, explosivo, intenso e inexplicável... Luisa olhou para o relógio. Começava a ficar tarde e sem querer estava já impaciente.
Ora bem, aqui está - disse o empregado , pousando na mesa uma bonita e aromática chávena de café ainda fumegante.
Era ele. Finalmente tinha chegado. O seu café.
Há muito tempo que se conheciam. Muito tempo mesmo. Talvez há mais de dez anos. A paixão por ele tinha sido imediata. Dir-se-ia mesmo que teria sido amor à primeira vista. Um dia sem o sentir e ela sentia-se perdida, desorientada. Era sempre Luisa que ia ao seu encontro, dócil e submissa. Nunca julgou as suas intenções. Isso estava fora de questão, gostava demasiado dele para perigar a relação. O seu primeiro contacto? Hum, foi como se um vulcão de prazer proibido a invadisse. Quente, explosivo, intenso e inexplicável... Luisa olhou para o relógio. Começava a ficar tarde e sem querer estava já impaciente.
Ora bem, aqui está - disse o empregado , pousando na mesa uma bonita e aromática chávena de café ainda fumegante.
Era ele. Finalmente tinha chegado. O seu café.
E ainda...O Café
Hoje bebi cinco cafés, mais que o meu costume, também sei que já não é dia da 5ª temática, dadas as horas, mas gostaria de vos dizer, que não apenas por ser época de Natal, hoje fui dar as boas festas, a uma classe trabalhadora que a noite "esconde", mas que contribuem para o vosso bem estar durante o dia, eles também merecem, e receberam as boas festas de sorriso nos lábios.
Há dias assim!
Hoje bebi cinco cafés, mais que o meu costume, também sei que já não é dia da 5ª temática, dadas as horas, mas gostaria de vos dizer, que não apenas por ser época de Natal, hoje fui dar as boas festas, a uma classe trabalhadora que a noite "esconde", mas que contribuem para o vosso bem estar durante o dia, eles também merecem, e receberam as boas festas de sorriso nos lábios.
Há dias assim!
2003-12-18
Um Café
Todos os dias procuro o lugar ideal para tomar o meu café! Começo por cheirar aquele néctar maravilhoso que depois saboreio até à última gota.O sabor que me fica na boca ajuda-me a despertar e pensar nas coisas boas da vida.
Só ou acompanhada o dia começa verdadeiramente depois de ingerir o meu café ... e, se estiver sedenta de coisas doces, bebo um café com sabor a caramelo que me adoça a existência.
Vou dormir para amanhã me levantar e ir beber o meu café bem cedo!
Todos os dias procuro o lugar ideal para tomar o meu café! Começo por cheirar aquele néctar maravilhoso que depois saboreio até à última gota.O sabor que me fica na boca ajuda-me a despertar e pensar nas coisas boas da vida.
Só ou acompanhada o dia começa verdadeiramente depois de ingerir o meu café ... e, se estiver sedenta de coisas doces, bebo um café com sabor a caramelo que me adoça a existência.
Vou dormir para amanhã me levantar e ir beber o meu café bem cedo!
A BICA
Tomo-a, assim, sofregamente, acotovelando uma multidão. O milagre das manhãs, que me acorda para a vida. Retemperando as noites de insónia, povoada de fantasmas teimosos. Os mesmos que encontro agarrados às mesas, debruçados sobre o balcão do Café do meu bairro. Num vai vem alucinado. Não sei se da pressa para ir para o trabalho, se da fuga à realidade. Mas estão sempre com pressa, sempre em movimento, sempre secos e calados.
A máquina do Café não pára. Vai derramando doses e doses de cafeína. Dou comigo a rir, ao estabelecer, sem qualquer paralelismo, a comparação com uma casa de “chuto” legalizada. Ao lado, um sujeito de casaco comprido, castanho claro, olha para mim enfastiado. Tem o nó da gravata bordeou mal feito e desalinhado, sobre uma camisa cor-de-rosa com riscas brancas e um colete azul celeste. Que mistura mais esquisita... Mas o semblante do meu companheiro de ocasião está solene, carregado, sinal de importância e de reprovação do meu riso extemporâneo. Olhei-o nos olhos. Raiados de sangue, fixavam-me como uma ave de mau agouro. Fiquei sem saber, nos poucos segundos em que tentámos perscrutar mutuamente, o que pretendíamos descobrir. Mas senti que aquele homem padecia de uma profunda amargura pela vida.
Uma mendiga esperava à porta do Café. Encharcada pela chuva que caía, repetia uma cantilena, estudada ou apenas necessária à sobrevivência. Dei-lhe um euro, com o mesmo gesto mecânico com que pagara a bica. Mantive o guarda-chuva fechado. Precisava de refrescar as ideias, de me sentir vivo. De embrenhar-me no nevoeiro dos meus próprios fantasmas.
Tomo-a, assim, sofregamente, acotovelando uma multidão. O milagre das manhãs, que me acorda para a vida. Retemperando as noites de insónia, povoada de fantasmas teimosos. Os mesmos que encontro agarrados às mesas, debruçados sobre o balcão do Café do meu bairro. Num vai vem alucinado. Não sei se da pressa para ir para o trabalho, se da fuga à realidade. Mas estão sempre com pressa, sempre em movimento, sempre secos e calados.
A máquina do Café não pára. Vai derramando doses e doses de cafeína. Dou comigo a rir, ao estabelecer, sem qualquer paralelismo, a comparação com uma casa de “chuto” legalizada. Ao lado, um sujeito de casaco comprido, castanho claro, olha para mim enfastiado. Tem o nó da gravata bordeou mal feito e desalinhado, sobre uma camisa cor-de-rosa com riscas brancas e um colete azul celeste. Que mistura mais esquisita... Mas o semblante do meu companheiro de ocasião está solene, carregado, sinal de importância e de reprovação do meu riso extemporâneo. Olhei-o nos olhos. Raiados de sangue, fixavam-me como uma ave de mau agouro. Fiquei sem saber, nos poucos segundos em que tentámos perscrutar mutuamente, o que pretendíamos descobrir. Mas senti que aquele homem padecia de uma profunda amargura pela vida.
Uma mendiga esperava à porta do Café. Encharcada pela chuva que caía, repetia uma cantilena, estudada ou apenas necessária à sobrevivência. Dei-lhe um euro, com o mesmo gesto mecânico com que pagara a bica. Mantive o guarda-chuva fechado. Precisava de refrescar as ideias, de me sentir vivo. De embrenhar-me no nevoeiro dos meus próprios fantasmas.
CAFÉ PARAÍSO
Pierre olhou em redor e todas as mesas do Café Paraíso estavam ocupadas e nesse preciso instante a porta abriu-se, deixando passar um casal fugido do deserto, em busca do céu protector, Jane e Paul ainda traziam as areias marroquinas nas suas roupas....No lado direito da sala, Ernest contava a Francis que na véspera tinha jantado pombos, porque a dispensa estava vazia, enquanto Zelda dava gargalhadas sonoras ao ouvir o relato.... Mais um cliente que entra, é Celeste em busca das habituais madalenas para o Marcel, ele não bebe café, só chá e raramente sai do quarto, anda em busca do tempo perdido.... Usando palavras quase codificadas André traça o rumo da sua escrita com Benjamin, mas sentada a seu lado, Nadja, uma refugiada russa, diz-lhe que o seu cachimbo está apagado: - mas isto não é um cachimbo minha cada amiga - responde ele a sorrir.... Por debaixo da arcada, Virginia lê passagens do seu diário a Sílvia, sobre as razões da sua poesia habitar nas margens do texto, mas ela não a consegue escutar porque o seu pensamento está bloqueado em Ted.... Na mesa ao lado Madame Stein conversa com Alice, lançando o seu habitual veneno sobre os ausentes e presentes...de súbito as portas do Café Paraíso dão passagem a mais dois dos seus habitantes, são Jules e Jim que se juntam a François e iniciam uma alegre discussão do argumento do filme....Longe de tudo e de todos , sentado no canto mais escuro da sala, o engenheiro naval observa aquelas almas, enquanto bebe o seu café e o absinto. Do outro lado da rua, o Esteves sem Metafisica, fecha a porta da Tabacaria.
Os ponteiros do relógio marcam as seis horas, Pierre vira-se na cama, mais um dia chuvoso aguardava a sua viagem até ao Café Paraíso.
Pierre olhou em redor e todas as mesas do Café Paraíso estavam ocupadas e nesse preciso instante a porta abriu-se, deixando passar um casal fugido do deserto, em busca do céu protector, Jane e Paul ainda traziam as areias marroquinas nas suas roupas....No lado direito da sala, Ernest contava a Francis que na véspera tinha jantado pombos, porque a dispensa estava vazia, enquanto Zelda dava gargalhadas sonoras ao ouvir o relato.... Mais um cliente que entra, é Celeste em busca das habituais madalenas para o Marcel, ele não bebe café, só chá e raramente sai do quarto, anda em busca do tempo perdido.... Usando palavras quase codificadas André traça o rumo da sua escrita com Benjamin, mas sentada a seu lado, Nadja, uma refugiada russa, diz-lhe que o seu cachimbo está apagado: - mas isto não é um cachimbo minha cada amiga - responde ele a sorrir.... Por debaixo da arcada, Virginia lê passagens do seu diário a Sílvia, sobre as razões da sua poesia habitar nas margens do texto, mas ela não a consegue escutar porque o seu pensamento está bloqueado em Ted.... Na mesa ao lado Madame Stein conversa com Alice, lançando o seu habitual veneno sobre os ausentes e presentes...de súbito as portas do Café Paraíso dão passagem a mais dois dos seus habitantes, são Jules e Jim que se juntam a François e iniciam uma alegre discussão do argumento do filme....Longe de tudo e de todos , sentado no canto mais escuro da sala, o engenheiro naval observa aquelas almas, enquanto bebe o seu café e o absinto. Do outro lado da rua, o Esteves sem Metafisica, fecha a porta da Tabacaria.
Os ponteiros do relógio marcam as seis horas, Pierre vira-se na cama, mais um dia chuvoso aguardava a sua viagem até ao Café Paraíso.
As tuas mãos espraiavam-se sobre a mesa, e as minhas, na ausência das tuas, abraçavam em concha a chávena de café.
Foi só depois de a levar aos lábios que perdoaste e me beijaste por fim.
E ainda hoje recordo, nesse teu beijo, um forte travo a café.
Entrei no café com um rio na algibeira
Entrei no café com um rio na algibeira
e pu-lo no chão,
a vê-lo correr
da imaginação...
A seguir, tirei do bolso do colete
nuvens e estrelas
e estendi um tapete
de flores
a concebê-las.
Depois, encostado à mesa,
tirei da boca um pássaro a cantar
e enfeitei com ele a Natureza
das árvores em torno
a cheirarem ao luar
que eu imagino.
E agora aqui estou a ouvir
A melodia sem contorno
Deste acaso de existir
-onde só procuro a Beleza
para me iludir
dum destino.
José Gomes Ferreira
Entrei no café com um rio na algibeira
e pu-lo no chão,
a vê-lo correr
da imaginação...
A seguir, tirei do bolso do colete
nuvens e estrelas
e estendi um tapete
de flores
a concebê-las.
Depois, encostado à mesa,
tirei da boca um pássaro a cantar
e enfeitei com ele a Natureza
das árvores em torno
a cheirarem ao luar
que eu imagino.
E agora aqui estou a ouvir
A melodia sem contorno
Deste acaso de existir
-onde só procuro a Beleza
para me iludir
dum destino.
José Gomes Ferreira
2003-12-17
Café-Terrace por Vincent Van Gogh
O Café O Café O Café O Café O Café O Café O Café O Café O Café O Café O Café
O Café O Café O Café O Café O Café O Café O Café O Café O Café O Café O Café
O Café O Café O Café O Café O Café O Café O Café O Café O Café O Café O Café
NATUREZA MORTA DE JOSEFA DE ÓBIDOS
Talvez sustentes o que do tempo os frutos
nos vinham entregar, se os vemos próximos
do calor encontrado nestas salas
tão longas que se fecham e consomem
uma minúcia clara, agora extinta
na polpa que se adoça, e em tua fronte
pousou e se adelgaça a transparência
de recortes simétricos, nas rugas
de panos – as verónicas – que exalam
a humidade pura, que das folhas
chegasse, quando as vemos desprendidas
noutras colchas mais fundas que sustentem
as molduras que cercam o sentido
de estar ausente a face que nos olha.
Fernando Guimarães
(Casa: o seu Desenho, Lisboa, IN-CM, 1985, página 27)
Vencedor do prémio Luís Nava
O Poeta e a Quasi estão de parabéns!
(Lições de Trevas, é o nome do livro premiado)
Talvez sustentes o que do tempo os frutos
nos vinham entregar, se os vemos próximos
do calor encontrado nestas salas
tão longas que se fecham e consomem
uma minúcia clara, agora extinta
na polpa que se adoça, e em tua fronte
pousou e se adelgaça a transparência
de recortes simétricos, nas rugas
de panos – as verónicas – que exalam
a humidade pura, que das folhas
chegasse, quando as vemos desprendidas
noutras colchas mais fundas que sustentem
as molduras que cercam o sentido
de estar ausente a face que nos olha.
Fernando Guimarães
(Casa: o seu Desenho, Lisboa, IN-CM, 1985, página 27)
Vencedor do prémio Luís Nava
O Poeta e a Quasi estão de parabéns!
(Lições de Trevas, é o nome do livro premiado)
Seremos assim tão diferentes no Natal?
Acho que não. A diferença é que nesta época fala-se mais dos mais carenciados, fazem-se festas nos hospitais, recolhem-se presentes e roupas. Também dizem que no Natal diz-se sempre a verdade!
Por outro lado não acredito que a maior parte de nós seja assim tão diferente nos restantes meses do ano. Também fazemos o bem sem olhar a quem, ajudamos quem se aproxima de nós e …. até aqueles que se afastam de nós!
Somos todos boas pessoas!
Lembro-me de há dias atrás ter ouvido alguém contar que nenhum dos telefonemas feitos pelos passageiros que viajavam nos aviões que embateram nas torres gémeas continha palavras de ódio ou rancor.
Acho que não. A diferença é que nesta época fala-se mais dos mais carenciados, fazem-se festas nos hospitais, recolhem-se presentes e roupas. Também dizem que no Natal diz-se sempre a verdade!
Por outro lado não acredito que a maior parte de nós seja assim tão diferente nos restantes meses do ano. Também fazemos o bem sem olhar a quem, ajudamos quem se aproxima de nós e …. até aqueles que se afastam de nós!
Somos todos boas pessoas!
Lembro-me de há dias atrás ter ouvido alguém contar que nenhum dos telefonemas feitos pelos passageiros que viajavam nos aviões que embateram nas torres gémeas continha palavras de ódio ou rancor.
2003-12-16
O Sorriso
Creio que foi o sorriso,
o sorriso quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
correr, navegar, morrer naquele sorriso.
Eugénio de Andrade
É tempo de natal! Os dias estão frios, as prendas começam a surgir, as escolas celebram o natal! É tempo de mais um natal!
Já agora não esqueçam que há crianças que não sabem o que é ter um presente, aproveitem esta época, em que os vossos filhos vão encher a casa com mais brinquedos, e "reciclem" os brinquedos mais antigos, não custa nada, e podemos fazer uma criança sorrir! Eu já fiz a minha parte e tu?
"O DECLÍNIO DO IMPÉRIO AMERICANO"
"AS INVASÕES BÁRBARAS"
Em meados dos anos setenta surgiu nos écrans de cinema em Portugal, o cinema canadiano oriundo do Quebec, através de Gilles Carle e Dennis Arcand e também uma senhora chamada Carole Laure que invadiu o imaginário de muita boa gente. Mas adiante, o que me trás aqui é a reposição de "O Declínio do Império Americano" em cópia nova, em virtude de o realizador ter retomado a história com os mesmos actores, quase vinte anos depois, com o filme "As Invasões Bárbaras", tal como fez Peter Bogdanovich com "A Última Sessão de Cinema" e "Texasville", também com os mesmos actores. A unica diferença entre o filme americano e o canadiano, é que as personagens criadas por Larry McMurty no seu livro, existiam mesmo, e o próprio Jeff Bridges foi "convidado a conhecer" a figura que interpretava.
"O Declínio do Império Americano" foi a resposta canadiana, bastante intelectualizada, ao filme de Lawrence Kasdan "Amigos de Alex", da mesma forma que a Britânica se chamou "Os Amigos de Peter" de Kenneth Branagh. Eram os anos oitenta, estava-se decididamente na ressaca das ideologias, a geração que tinha prometido mudar o mundo, acomodara-se à existência dos tempos...os Yuppies começaram a nascer e o sonho perdia-se nas esquinas da vida. Restava a memória e a reflexão de um tempo que apesar de tudo tinha sido maravilhoso...e em algumas "famílias" a amizade tinha sobrevivido às tempestades.
A película de Dennis Arcand "O Declínio do império Americano" fala de um grupo de amigos, quase todos ligados à área de História, que se encontram num fim-de-semana no campo...mas antes de os encontrarmos todos juntos ...iremos descobrir o universo feminino e o universo masculino em separado...elas falam deles...eles falam delas...é a História, os Sentimentos, a Sexualidade, O Amor e o Desconhecimento do Futuro Que Nos Foi Reservado.
Realizado de uma forma admirável e com excelentes interpretações, "O Declínio do Imprério Americano" deverá ser visto em conjunto com "As Invasões Bárbaras" do mesmo Arcand...que regressa aos seus personagens e nos oferece o relatório do estado do mundo no nosso quotidiano...através da despedida da vida de um dos
personagens, e cujo filho, um Yuppie, lhe irá oferecer o seu reencontro/despedida da sua verdadeira família...os amigos, que tanto tempo depois, respondem todos à chamada e o acompanham num outro fim-de-semana, na mesma casa, no mesmo lago...e as memórias daqueles personagens, acabam por ser também os nossos sentimentos........por tudo isto não percam estes filmes...isto é cinema!!!!!
Música, Natal e Évora
O Natal está à porta e multiplicam-se as iniciativas culturais relacionadas com a época.
Cá pelos alentejos e, apesar do cinto apertado a que a madame leite nos obriga ,ainda se vão fazendo algumas coisas que merecem a nossa atenção ... É pena é a divulgação ser tão escassa... :-( Para tentar colmatar essa lacuna aqui ficam os espectáculos que irão realizar-se nos proximos dias integrados numa iniciativa da Câmara Municipal de Évora "Natal Clássico ". Pode ser que alguns alentejanos espreitem este farol!
Hoje, 16/12/2003
Orquesta Metropolitana de Lisboa
Local : Teatro Garcia de Resende.
Horário : 21 H 30 m
Dia 19/12/2003
Grupo Vocal Trítono
Local: Igreja de S. Vicente
Horário: 21h30
Dia 20 de Dezembro de 2003
Coro Polifónico Eborae Mvsica
Local: Igreja do Convento dos Remédios
Horário: 21h30
Dia 21 de Dezembro de 2003
Coral Évora Local: Igreja de Stº Antão
Horário: 17h00
Natal Clássico | Évora 2003
Coro Polifónico Eborae Mvsica
Local: Igreja do Convento dos Remédios
Horário: 21h30
Org: Câmara Municipal de Évora
Natal Clássico | Évora 2003
Coral Évora
Local: Igreja de Stº Antão
Horário: 17h00
Org: Câmara Municipal de Évora
O Natal está à porta e multiplicam-se as iniciativas culturais relacionadas com a época.
Cá pelos alentejos e, apesar do cinto apertado a que a madame leite nos obriga ,ainda se vão fazendo algumas coisas que merecem a nossa atenção ... É pena é a divulgação ser tão escassa... :-( Para tentar colmatar essa lacuna aqui ficam os espectáculos que irão realizar-se nos proximos dias integrados numa iniciativa da Câmara Municipal de Évora "Natal Clássico ". Pode ser que alguns alentejanos espreitem este farol!
Hoje, 16/12/2003
Orquesta Metropolitana de Lisboa
Local : Teatro Garcia de Resende.
Horário : 21 H 30 m
Dia 19/12/2003
Grupo Vocal Trítono
Local: Igreja de S. Vicente
Horário: 21h30
Dia 20 de Dezembro de 2003
Coro Polifónico Eborae Mvsica
Local: Igreja do Convento dos Remédios
Horário: 21h30
Dia 21 de Dezembro de 2003
Coral Évora Local: Igreja de Stº Antão
Horário: 17h00
Natal Clássico | Évora 2003
Coro Polifónico Eborae Mvsica
Local: Igreja do Convento dos Remédios
Horário: 21h30
Org: Câmara Municipal de Évora
Natal Clássico | Évora 2003
Coral Évora
Local: Igreja de Stº Antão
Horário: 17h00
Org: Câmara Municipal de Évora
2003-12-15
Vem aí a
A partir da próxima Quinta-Feira, aqui n'O Farol das Artes, todos os posts serão subordinados a um tema. As participações são abertas aos leitores, bastando para isso enviarem os vossos posts para ofaroldasartes@hotmail.com ou, se preferirem, utilizando o espaço dos comentários.
Esta rúbrica semanal, será estreada com O Café
A partir da próxima Quinta-Feira, aqui n'O Farol das Artes, todos os posts serão subordinados a um tema. As participações são abertas aos leitores, bastando para isso enviarem os vossos posts para ofaroldasartes@hotmail.com ou, se preferirem, utilizando o espaço dos comentários.
Esta rúbrica semanal, será estreada com O Café
OS ANOS DE TRANSIÇÃO - UMA CANÇÃO DE EXILIO
Em Paris vi as raparigas escuras, por entre
a neve, respirando a solidão,
nas esquinas ásperas das tardes, descendo
nos passeios, procurando talvez os amigos
desaparecidos. Estava sentado nos cafés, a
escrever um romance sobre um grupo de pessoas,
muito jovens, que se reunia nos cafés para
estudar e vadiava e bebia, a maior parte do tempo,
e também às vezes alguém se apaixonava
por alguém de uma maneira terrível e se
preocupava durante dias e às vezes meses seguidos
com isso. Eu próprio, de vez em quando,
parava de escrever e bebia um bocado
de pernod que encomendara.
De certo modo, as minhas recordações eram assim,
com pessoas a amarem-se secretamente, nos cafés,
enquanto conversavam sobre a opressão e os meios
de revolucionar os dias e as tardes, rindo nervosa-
mente, bebendo bagaços ou mesmo «moscas».
E as raparigas que entravam nos cafés e se sentavam
para tomar cafés e começavam a ler um livro
tirando os óculos escuros, eram as mesmas que
eu conhecera e talvez amara em Lisboa, os mesmos
rostos tristes, quase sem palavras, onde uma
alucinação milenária brilhava, em certos instantes, tão
terrívelmente.
Em Paris vi o inverno dilatar-me roxas olheiras
e aumentar-me a fome e não fui capaz de
escrever o romance porque o meu vocabulário
sempre tinha sido muito restrito e afinal eu
nunca soubera escrever na minha vida.
Uma tarde de Dezembro, no café de Versailles,
tomei um whisky com soda e conversei com
o criado sobre o vicío em que todos os exilados
como eu ali se afundavam, e vi-o concordar
e várias vezes sorrir-me com uma quase piedade.
e nessa altura paguei, levantei-me, e pensei pelo
caminho muito sériamente se voltaria a
frequentar aquele café.
Rui Diniz
in "Ossuário (ou: A Vida de James Whistler)
edições & etc. (1977)
Em Paris vi as raparigas escuras, por entre
a neve, respirando a solidão,
nas esquinas ásperas das tardes, descendo
nos passeios, procurando talvez os amigos
desaparecidos. Estava sentado nos cafés, a
escrever um romance sobre um grupo de pessoas,
muito jovens, que se reunia nos cafés para
estudar e vadiava e bebia, a maior parte do tempo,
e também às vezes alguém se apaixonava
por alguém de uma maneira terrível e se
preocupava durante dias e às vezes meses seguidos
com isso. Eu próprio, de vez em quando,
parava de escrever e bebia um bocado
de pernod que encomendara.
De certo modo, as minhas recordações eram assim,
com pessoas a amarem-se secretamente, nos cafés,
enquanto conversavam sobre a opressão e os meios
de revolucionar os dias e as tardes, rindo nervosa-
mente, bebendo bagaços ou mesmo «moscas».
E as raparigas que entravam nos cafés e se sentavam
para tomar cafés e começavam a ler um livro
tirando os óculos escuros, eram as mesmas que
eu conhecera e talvez amara em Lisboa, os mesmos
rostos tristes, quase sem palavras, onde uma
alucinação milenária brilhava, em certos instantes, tão
terrívelmente.
Em Paris vi o inverno dilatar-me roxas olheiras
e aumentar-me a fome e não fui capaz de
escrever o romance porque o meu vocabulário
sempre tinha sido muito restrito e afinal eu
nunca soubera escrever na minha vida.
Uma tarde de Dezembro, no café de Versailles,
tomei um whisky com soda e conversei com
o criado sobre o vicío em que todos os exilados
como eu ali se afundavam, e vi-o concordar
e várias vezes sorrir-me com uma quase piedade.
e nessa altura paguei, levantei-me, e pensei pelo
caminho muito sériamente se voltaria a
frequentar aquele café.
Rui Diniz
in "Ossuário (ou: A Vida de James Whistler)
edições & etc. (1977)
The Tribe
Esta animação ganhou primeiro lugar no FLASH Competition 2003 e saiba porquê.
Som imprescindível! Clique aqui!
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A Beatriz
Onde é que esta quererá ir – questiona-se o gato Pinóquio ao olhar para a sua amiga, a tartaruga Beatriz a tentar subir os degraus.
Beatriz sorri ao ver o olhar de espanto do seu amigo Pinóquio. Afinal ela só quer espreitar a árvore de Natal. A gata Fofinha disse-lhe que estava muito bonita. Ou pensará o seu amigo Pinóquio que ela o está a desafiar para uma corrida? Ah, ah, o Gato e a Tartaruga!
Onde é que esta quererá ir – questiona-se o gato Pinóquio ao olhar para a sua amiga, a tartaruga Beatriz a tentar subir os degraus.
Beatriz sorri ao ver o olhar de espanto do seu amigo Pinóquio. Afinal ela só quer espreitar a árvore de Natal. A gata Fofinha disse-lhe que estava muito bonita. Ou pensará o seu amigo Pinóquio que ela o está a desafiar para uma corrida? Ah, ah, o Gato e a Tartaruga!
2003-12-14
Saddam Hussein foi capturado. Fico contente com isso. Espero agora que ele tenha um julgamento justo, pois só assim existirá diferença entre ele e quem o capturou. No respeito pelo povo iraquiano, ainda não encontrei diferenças significativas.
Homicidio em Hollywood
Do realizador Roy Shelton (Azul escuro, Tin Cup e O ringue) com um bom elenco Harrison Ford, Lena Olin, Josh Hartnett e Lolita Davidovich, um filme péssimo, é incrível como bons actores aceitam este tipo de filmes. Da tentativa de se conciliar o sério com o cómico, sai esta desgraça! A evitar!
2003-12-13
"LULU ON THE BRIDGE" de PAUL AUSTER
na SIC RADICAL...DOMINGO...19h00-14/12
"Lulu on The Bridge" é o primeiro filme a "solo" de Paul Auster, que desta vez não contou com o Wayne Wang seu companheiro nesses dois divertimentos de fumadores apaixonados chamados "Fumo" e "Fumo Azul".
Amanhã domingo 14/12 às 19h00 na SIC Radical passa o Austeriano "Lulu on The Bridge" com o Harvey Keitel e a Mira Sorvino e desta vez meus amigos estamos perante um livro escrito em imagens, algo de profundamente belo e surpreendente com um final de acordo com a "política de Autores". Sim, porque ela também se poderá aplicar à Literatura e Paul Auster tal como Raymond Carver são autores de acordo com a famoso teoria defendida pelos Cahiers du Cinema.
A Gralha está a pedir para contar uma história àcerca do filme, ok! vamos a ela: A personagem interpretada pelo fantástico Willem Dafoe estava destinada a Salman Rushdie, mas a companhia de seguros conseguiu pedir uma verba ainda mais elevada que o orçamento destinado ao filme. O Paul explicou ao Salman o sucedido, e este com um ar infeliz lá aceitou as razões, mas algum tempo depois lá fez a sua "perninha" num movie depois de levantada a "fatha"... recordam-se dele na Bridget Jones? - "Por acaso sabe-me dizer onde fica a casa de banho?" - perguntou a Bridget.
Queriam um resumo/sinopse da história? É pá vejam mas é o filme!!!! e já agora comprem o livro, pois ele possui, para além do argumento...um verdadeiro making of...de deixar envergonhados muitos dvds que andam por aí! Para além de estar repleto de fotos do filme e da rodagem, e esquemas de produção. Vamos pois todos ver /ler "Lulu on the Bridge"!
PS - O Bichinho, jovem cinéfilo, lança aqui um desafio: Onde está Lou Reed e David Byrne na "Lulu on The Bridge"?
PS.2 - A Gralha informa que "A Música do Acaso" também teve adaptação cinematográfica.
Que tipo de beijo é o teu ?
Este foi o que me deu a mim...
You have an entrancing kiss~ the kind that leaves
your partner bedazzled and maybe even feeling
he/she is dreaming. Quite effective; the kiss
that never lessens and always blows your
partner away like the first time.
What kind of kiss are you?
brought to you by Quizilla
Este foi o que me deu a mim...
You have an entrancing kiss~ the kind that leaves
your partner bedazzled and maybe even feeling
he/she is dreaming. Quite effective; the kiss
that never lessens and always blows your
partner away like the first time.
What kind of kiss are you?
brought to you by Quizilla
2003-12-12
Dizem que os olhos são o espelho da alma
Mas a tua alma revela-se nas palavras que brotam dos teus dedos.
KISS ME, STUPID/BEIJA-ME IDIOTA
O Beijo é o tema fotográfico da sempre excelente agenda da Cinemateca para 2004...A frase que citamos surge ao se abrir a agenda que possui no seu interior uns "lábios" a dizerem "Kiss Me, Stupid" título do célebre filme de Billy Wilder, com a Kim Novak e o Dean Martin que em Portugal se chamou "Beija-me Idiota".
O Beijo no cinema tem mais de um século, já que o primeiro beijo da história da sétima arte surgiu em 1895...o cavalheiro chamava-se John Rice e tinha aquilo que se chama hoje uma grande bigodaça e a dama de nome Mary Irvin também tinha os seus "atributos" fruto da época. Estes jovens actores de teatro viram o seu beijo filmado e exibido nas barracas de feira onde começou a gloriosa história do cinema.
(Procurem o filme de Peter Bogdanovich..."O Vendedor de Sonhos")
A Cinemateca todos os anos dedica a sua agenda a um tema, depois das musas, Hitchcock, Griffith, o musical...chegou a vez do beijo. Na capa uma imagem de Marlon Brando e Eve Marie Saint em "Há lodo no Cais"...depois a abrir o ano imagens do Mestre Hitchcock e das suas louras Tippi Hedren e Grace Kelly. e a fechar Farley Granger e Cathy O'Donnel no primeiro filme de Nicholas Ray "They Live by Night"(Os Filhos da Noite).
Ao longo do ano iremos encontrar os mais belos e míticos beijos da história do cinema
desde o célebre de Monica Vitti até à Bela de dia Catherine Denueve...o imortal Vertigo, com Novak e Stewart à beira do abismo...Belmondo e Seberg nas ruas de Paris...Isabella e Kyle no Blue Velvet...Ava e Clark no Mogambo...Ingrid e Cary em Notorius...o David Hemmings e a Vanessa no Blow-Up...o célebre beijo de Forrest com a kinski no "Do Fundo do Coração" e tantos outros para todos os gostos e de todos os géneros...mas deixo aqui a referência a um dos mais belos, aquele que marcou o fim do encantamento, o célebre beijo de "Os Contos da Lua Vaga" de Mizoguchi....terão que o olhar para além da paisagem.
Está bem no final do ano podem cortar a agenda e fazerem/remontarem os beijos através das imagens. A agenda custa 9,00 euros(preço fnac) e vale mesmo a pena...indispensável a qualquer cinéfilo.
PS- O Bichinho manda dizer que o Poemário da Assírio e Alvim também já saiu...alerta poetas!!!!!!!!!!
Um Cristo Rei no nariz
Era uma daquelas tardes chuvosas de fim de semana, mais uma que São Pedro fez questão de nos lembrar que em casa também se está bem. Resolvi então arrumar um monte de papeis que tinha amontoados à anos no fundo de um armário. Estava nesta árdua tarefa quando reparei num molhinho de papéis, muito bem ordenado e preso com uma fita vermelha que terminava num laço muito mal feito. Eram desenhos meus, dos tempos de escola. Um a um fi-los desfilar diante dos olhos. Recordações... Recordações que foram interrompidas quando vi aquele desenho - uma mão pousada em cima de uma almofada com o pulso a terminar numa pequena cobra. Sempre me perguntaram se estava zangada quando o fiz. Não, não estava, respondia eu, sempre a encobrir que não tinha tido paciência para fazer o pulso, uma parte chata de desenhar e na minha opinião, pouco estética. E de repente, não sei porquê, talvez fosse da cobra, irra, lembrei-me do meu professor de desenho do 1º ano. Uma figura pequena, da cabeleira farta, rosto minúsculo todo amassado de rugas, uns óculos de armação de negro corvo e mal humorado às segundas feiras quando o seu Sporting perdia. Quase sempre de pé nas aulas, passeava entre nós como um general de peito erguido, a esticar o metro e meio que tinha. Até que um dia, o senhor resolveu embirrar comigo. Não gosto da personalidade dela, disse a um colega seu, mas tu nem a conheces, pois não e não gosto! Estava feita! Foi um ano escolar de verdadeiro suplicio. Eu desenhava e o homem desdenhava. Lembro-me perfeitamente do dia em que apresentamos o trabalho “A Vista Para Além Tejo”, onde um colega meu tinha um Cristo Rei a despencar do pedestal, a linha do horizonte inclinada e a correr sofregamente para nascente, uns riscos violentos a fazerem de edifícios (havia até zonas da folha rasgadas), e a ponte sobre o Tejo a mergulhar no rio. Naif, é um naif, disse e sorriu aquela besta malcriada do professor, deliciado com tamanha obra de arte. É claro que os meus desenhos estavam péssimos, não eram naifs nem nada que se parecesse.
O quanto os professores nos podem mudar! O que é certo, é que depois deste e muitos episódios e finda a escola, nunca mais consegui desenhar, nunca mais desenhei e ganhei pavor à folha branca. Ainda hoje alimento a secreta esperança de encontrar o Sr. Professor e de ter a oportunidade de lhe mostrar que as pessoas valem por aquilo que são, quer gostemos delas ou não. E quem sabe, a secreta esperança de também lhe poder enfiar um Cristo Rei no nariz, para ele ficar igualzinho ao desenho do meu colega: assim, naif!
Era uma daquelas tardes chuvosas de fim de semana, mais uma que São Pedro fez questão de nos lembrar que em casa também se está bem. Resolvi então arrumar um monte de papeis que tinha amontoados à anos no fundo de um armário. Estava nesta árdua tarefa quando reparei num molhinho de papéis, muito bem ordenado e preso com uma fita vermelha que terminava num laço muito mal feito. Eram desenhos meus, dos tempos de escola. Um a um fi-los desfilar diante dos olhos. Recordações... Recordações que foram interrompidas quando vi aquele desenho - uma mão pousada em cima de uma almofada com o pulso a terminar numa pequena cobra. Sempre me perguntaram se estava zangada quando o fiz. Não, não estava, respondia eu, sempre a encobrir que não tinha tido paciência para fazer o pulso, uma parte chata de desenhar e na minha opinião, pouco estética. E de repente, não sei porquê, talvez fosse da cobra, irra, lembrei-me do meu professor de desenho do 1º ano. Uma figura pequena, da cabeleira farta, rosto minúsculo todo amassado de rugas, uns óculos de armação de negro corvo e mal humorado às segundas feiras quando o seu Sporting perdia. Quase sempre de pé nas aulas, passeava entre nós como um general de peito erguido, a esticar o metro e meio que tinha. Até que um dia, o senhor resolveu embirrar comigo. Não gosto da personalidade dela, disse a um colega seu, mas tu nem a conheces, pois não e não gosto! Estava feita! Foi um ano escolar de verdadeiro suplicio. Eu desenhava e o homem desdenhava. Lembro-me perfeitamente do dia em que apresentamos o trabalho “A Vista Para Além Tejo”, onde um colega meu tinha um Cristo Rei a despencar do pedestal, a linha do horizonte inclinada e a correr sofregamente para nascente, uns riscos violentos a fazerem de edifícios (havia até zonas da folha rasgadas), e a ponte sobre o Tejo a mergulhar no rio. Naif, é um naif, disse e sorriu aquela besta malcriada do professor, deliciado com tamanha obra de arte. É claro que os meus desenhos estavam péssimos, não eram naifs nem nada que se parecesse.
O quanto os professores nos podem mudar! O que é certo, é que depois deste e muitos episódios e finda a escola, nunca mais consegui desenhar, nunca mais desenhei e ganhei pavor à folha branca. Ainda hoje alimento a secreta esperança de encontrar o Sr. Professor e de ter a oportunidade de lhe mostrar que as pessoas valem por aquilo que são, quer gostemos delas ou não. E quem sabe, a secreta esperança de também lhe poder enfiar um Cristo Rei no nariz, para ele ficar igualzinho ao desenho do meu colega: assim, naif!
2003-12-11
Jesus no secundário
Jesus falava aos doutores
E abria o coração
Gostava de futebol
Tinha até um pé-canhão
Às tantas pergunta um doutor
Com voz doce como o mel:
- qual é o reino maior
O do céu ou o de Israel?
Jesus ficou em silêncio
Que foi tido por matreiro
Fizeram queixa ao seu pai
Que era um pobre carpinteiro
E o pai disse ao filho
Dá a mão à palmatória
O maior reino da história
É o reino de Israel
Eles vão tomar-te de ponta
Toma isso bem em conta
Vai beijar-lhes o anel
E o pai disse: - meu filho
Ó Jesus Ó Jesus...
Jesus voltou aos doutores
E deu a explicação
Cjo teor foi analisado
Deu celeuma e discussão
Falava de patins em linha
E carros de rolamentos
Mas os doutores viram nela
Reparo aos testamentos
Teve falta de castigo
E foi tornado um exemplo
O reino dele era maior
Que o dos doutores do templo
E o pai disse ao filho
Dá a mão à palmatória
O maior reino da história
É o reino de Israel
Eles vão tomar-te de ponta
Toma isso bem em conta
Vai beijar-lhes o anel
E o pai disse: - meu filho
Ó Jesus Ó Jesus...
Carlos Tê e João Gil para Os Cabeças no Ar
Oiça-os aqui na RFM
O “poder” das palavras
O post de ontem “Há que ser optimista” foi, mais que um desabafo, um acto de rebeldia. Há coisas que pensamos que só acontecem aos outros e quando nos tocam ficamos assim. Compreendemos então melhor algumas realidades. E, sobretudo, damos valor à solidariedade. Já temperado pela resignação - que contra factos não há argumentos – e com optimismo moderado, tentei fazer algum humor. Porque não vale de nada arrancar os cabelos – no meu caso dariam para várias cabeleiras -, mas encarar as coisas como elas são. O pragmatismo não é o meu forte, mas nestas ocasiões vejo-me a encarar o touro de frente, olhos nos olhos. Tudo tem um lado positivo, se formos capazes de nos superar.
E é quando, por vezes, nos acontecem as coisas mais incríveis. Nem tinham passado cinco minutos sobre a colocação daquele post, recebia uma chamada no meu telemóvel. Uma pessoa de Estremoz encontrara a carteira furtada com todos os documentos. Todos?! Não é bem assim. Menos os cartões de crédito e do multibanco, claro. Também já estavam cancelados, para que os queria? De repente, vi-me livre das filas intermináveis. Readquiri a qualidade de cidadão com plenos direitos. Até a Senhora Ministra das Finanças me parecia mais simpática, sorrindo, embevecida, ao ver-me empunhar o Cartão de Contribuinte. Este foi o último sonho da noite, que me lembre, antes de rumar a Estremoz.
O post de ontem “Há que ser optimista” foi, mais que um desabafo, um acto de rebeldia. Há coisas que pensamos que só acontecem aos outros e quando nos tocam ficamos assim. Compreendemos então melhor algumas realidades. E, sobretudo, damos valor à solidariedade. Já temperado pela resignação - que contra factos não há argumentos – e com optimismo moderado, tentei fazer algum humor. Porque não vale de nada arrancar os cabelos – no meu caso dariam para várias cabeleiras -, mas encarar as coisas como elas são. O pragmatismo não é o meu forte, mas nestas ocasiões vejo-me a encarar o touro de frente, olhos nos olhos. Tudo tem um lado positivo, se formos capazes de nos superar.
E é quando, por vezes, nos acontecem as coisas mais incríveis. Nem tinham passado cinco minutos sobre a colocação daquele post, recebia uma chamada no meu telemóvel. Uma pessoa de Estremoz encontrara a carteira furtada com todos os documentos. Todos?! Não é bem assim. Menos os cartões de crédito e do multibanco, claro. Também já estavam cancelados, para que os queria? De repente, vi-me livre das filas intermináveis. Readquiri a qualidade de cidadão com plenos direitos. Até a Senhora Ministra das Finanças me parecia mais simpática, sorrindo, embevecida, ao ver-me empunhar o Cartão de Contribuinte. Este foi o último sonho da noite, que me lembre, antes de rumar a Estremoz.
ERA UMA VEZ NO MÉXICO
Roberto Rodriguez chegou a Hollywood levando na bagagem um filme feito com o minímo dos minímos de custos...chamava-se El Mariachi e contava com a ajuda de um grupo de amigos...simplesmente magnifico...demonstrando como é possivel fazer cinema com meios tão escassos. Rodriguez surgia assim como o "homem dos sete instrumentos".E claro os estúdios deitaram-lhe as unhas...mas o que se seguiu provou que o menino prodigio deixou-se maravilhar pela manicure de Los Angeles e a guitarra foi perdendo o som limpído à medida que as películas seguintes foram nascendo.
Desperadousou a mesma partitura de El Mariach e Banderas deu um ar da sua graça...mas Aberto Até de Madrugada foi feito para as pipocas...apesar de ter um argumento de Tarantino...era essencialmente um movie...depois foram os Spy Kids criado a pensar nas bilheteiras e num público infantil e pré-adolescente...verdadeiro desastre!!! E agora o fechar da triologia do Mariachi segundo dizem com Era Uma Vez no México.
Banderas regressa e com ele a figura do Mariachi. Se o elenco é de luxo...pois temos Dafoe e Ruben Blades (sempre excelentes por muito maus que sejam os filmes) já o Depp repete um papel revivido noutros movies e quanto às senhoras Salma e Eva surgem como simples produtos de decoração. Enfim muitas explosões para colmatar a falta de ideias e uma história cujos contornos estão explícitos desde o primeiro fotograma...e desta vez...já nem se trata de um movie para pipocas em salas de cinema, mas sim de um daqueles produtos em que Roger Corman se especializou nos anos sessenta: o movie para drive-in! Sim!!!! para drive-in porque neles tudo se faz menos ver o movie e oferecer uma bola preta na classificação é na verdade já gastar muita tinta, portanto fiquemos pela bola branca. A evitar!!!!
2003-12-10
LINGUAGENS
Se de dentro do quadro
essa nuvem saltasse para o meio desta sala
arrastando consigo
um pedaço de cume de montanha
ou talvez a janela do palácio
ou canto de telhado
Com esses laivos de papel pintado
flutuando no ar,
podia mesmo assim falar de ti?
Que distracção me encantaria os olhos
se, em vez de os fechar tanto,
a tua imagem aparecesse
aqui,
flutuando também
a preto e branco e várias dimensões?
Serias tão real como essa nuvem,
estaria a tua imagem docemente
debruçada em janela
ou em telhado,
ruindo,
inevitável?
Sob o peso de neve que inventei
e agora trago aqui,
faço-te recuar de entre esses laivos
de papel pintado
e um astro era preciso
Sentar-me-ei então
sossegada na sala, à espera do degelo,
de tempos mais modernos,
de uma cena mais clara
de onde irrompesse a ilha ainda intacta,
uma janela e sol
Como uma iluminura muito bela
de uma cena de amor
de onde uma língua nova
resvalasse
em paz -
in "Imagias"
Ana Luísa Amaral
Ed. Gótica
Se de dentro do quadro
essa nuvem saltasse para o meio desta sala
arrastando consigo
um pedaço de cume de montanha
ou talvez a janela do palácio
ou canto de telhado
Com esses laivos de papel pintado
flutuando no ar,
podia mesmo assim falar de ti?
Que distracção me encantaria os olhos
se, em vez de os fechar tanto,
a tua imagem aparecesse
aqui,
flutuando também
a preto e branco e várias dimensões?
Serias tão real como essa nuvem,
estaria a tua imagem docemente
debruçada em janela
ou em telhado,
ruindo,
inevitável?
Sob o peso de neve que inventei
e agora trago aqui,
faço-te recuar de entre esses laivos
de papel pintado
e um astro era preciso
Sentar-me-ei então
sossegada na sala, à espera do degelo,
de tempos mais modernos,
de uma cena mais clara
de onde irrompesse a ilha ainda intacta,
uma janela e sol
Como uma iluminura muito bela
de uma cena de amor
de onde uma língua nova
resvalasse
em paz -
in "Imagias"
Ana Luísa Amaral
Ed. Gótica
Há que ser optimista...
Há períodos da nossa vida em que devíamos ter direito a hibernar, como os ursos. Ou seja, ao mínimo sinal de azar, lá íamos nós para o vale dos lençóis e, só perante um certificado bem seladinho e timbrado, seríamos obrigados a retomar a rotina diária. Estou pronto para encabeçar este movimento reivindicativo!
Além da quase total ausência de inspiração – sabe-se lá o que fiz à minha Musa! -, tive de aturar a porcaria deste CP que, apesar de ser o supra sumo da sua espécie para comuns mortais, resolveu humanizar-se contra a vontade do dono. Mais há um lado bom. Se o SNS contabilizasse também as viroses dos computadores pessoais, as estatísticas seriam bem mais preocupantes. Tomando o exemplo cá em casa, em termos médios, estaríamos de baixa, quase permanente, no último trimestre do ano. Aí é que a produção ia mesmo a pique...
Vacinas, anti-virus? Vacinas não, obrigado, que sempre fugi a elas e há muitos anos que não tenho nenhuma em dia. Anti-virus sempre e nada de pirataria. A questão é que, na generalidade, funcionam por defeito, para utilizadores comuns. Quando se complicam as coisas, acrescentando captura e tratamento de vídeo, descobre-se, ao cabo de muitas semanas e de dezenas de DVDs que foram para o lixo, que as firewalls são mais papistas que o Santo Padre. Opta-se por um menos estúpido mas mais soft e temos uma data de anormais a entrar no que julgávamos um computador pessoal. Mas não privado e sujeito à nossa exclusiva vontade, pelos vistos. Também não têm cá nada de especial para ver, só que não gosto de visitas sem convite e muitos menos de voyeurs.
Mas não é tudo. Para fim de festa, ontem arrombaram-me o carro e levaram-me de lá a carteira, acidentalmente caída no interior, isto mesmo nas barbas de uma força de segurança pública. Mas tenho de reconhecer que foi obra de profissionais, de que só hoje dei conta e por mero acaso. Assim está bem. Um furto limpo e sem estragos até dá gosto. Já dou de barato as compras que fizeram em Badajoz com o meu cartão de crédito, a chatice é que fiquei sem qualquer identificação. Levaram todos os cartões que um comum cidadão pode e deve ter. Ou seja, legalmente, deixei de existir.
Agora estou indeciso. Ou me mentalizo para infindáveis horas de espera para tratar de todos os documentos furtados ou fico assim mesmo. É que isto de não ter o estatuto de cidadão activo começa a ser interessante. Mal comparado, é como marcarem uma operação a um defunto. Visto de outro prisma, significa poupança forçada. Se não posso levantar, não posso gastar. Não há prendas de Natal para ninguém. Mas também não posso alimentar os meus vícios. É nestas ocasiões que me apetecia mesmo hibernar... Bem vistas as coisas, o melhor é tratar dos documentos, aproveitando para melhorar o look das fotos e obter alguns novos cartões e gastar, contra a corrente, todas as poupanças no início do próximo ano, a preços de chuva. Há que ser optimista!
Há períodos da nossa vida em que devíamos ter direito a hibernar, como os ursos. Ou seja, ao mínimo sinal de azar, lá íamos nós para o vale dos lençóis e, só perante um certificado bem seladinho e timbrado, seríamos obrigados a retomar a rotina diária. Estou pronto para encabeçar este movimento reivindicativo!
Além da quase total ausência de inspiração – sabe-se lá o que fiz à minha Musa! -, tive de aturar a porcaria deste CP que, apesar de ser o supra sumo da sua espécie para comuns mortais, resolveu humanizar-se contra a vontade do dono. Mais há um lado bom. Se o SNS contabilizasse também as viroses dos computadores pessoais, as estatísticas seriam bem mais preocupantes. Tomando o exemplo cá em casa, em termos médios, estaríamos de baixa, quase permanente, no último trimestre do ano. Aí é que a produção ia mesmo a pique...
Vacinas, anti-virus? Vacinas não, obrigado, que sempre fugi a elas e há muitos anos que não tenho nenhuma em dia. Anti-virus sempre e nada de pirataria. A questão é que, na generalidade, funcionam por defeito, para utilizadores comuns. Quando se complicam as coisas, acrescentando captura e tratamento de vídeo, descobre-se, ao cabo de muitas semanas e de dezenas de DVDs que foram para o lixo, que as firewalls são mais papistas que o Santo Padre. Opta-se por um menos estúpido mas mais soft e temos uma data de anormais a entrar no que julgávamos um computador pessoal. Mas não privado e sujeito à nossa exclusiva vontade, pelos vistos. Também não têm cá nada de especial para ver, só que não gosto de visitas sem convite e muitos menos de voyeurs.
Mas não é tudo. Para fim de festa, ontem arrombaram-me o carro e levaram-me de lá a carteira, acidentalmente caída no interior, isto mesmo nas barbas de uma força de segurança pública. Mas tenho de reconhecer que foi obra de profissionais, de que só hoje dei conta e por mero acaso. Assim está bem. Um furto limpo e sem estragos até dá gosto. Já dou de barato as compras que fizeram em Badajoz com o meu cartão de crédito, a chatice é que fiquei sem qualquer identificação. Levaram todos os cartões que um comum cidadão pode e deve ter. Ou seja, legalmente, deixei de existir.
Agora estou indeciso. Ou me mentalizo para infindáveis horas de espera para tratar de todos os documentos furtados ou fico assim mesmo. É que isto de não ter o estatuto de cidadão activo começa a ser interessante. Mal comparado, é como marcarem uma operação a um defunto. Visto de outro prisma, significa poupança forçada. Se não posso levantar, não posso gastar. Não há prendas de Natal para ninguém. Mas também não posso alimentar os meus vícios. É nestas ocasiões que me apetecia mesmo hibernar... Bem vistas as coisas, o melhor é tratar dos documentos, aproveitando para melhorar o look das fotos e obter alguns novos cartões e gastar, contra a corrente, todas as poupanças no início do próximo ano, a preços de chuva. Há que ser optimista!
Até ao final do mês, nas Galerias Twin Towers, junto a Sete Rios, podes ver uma exposição de desenhos de crianças doentes do Hospital de Oncologia de Lisboa. Podes ainda adquirir um desenho por 20 euros e ajudar esta causa.
2003-12-09
Natal cantado em igrejas de Lisboa
A Câmara Municipal de LIsboa está a promover numa série de igrejas alguns concertos de Natal de estilos bem variados. Por mim destaco a presença de Isabel Silvestre que considero uma das mulheres com melhor voz em Portugal.
Segue-se o programa:
Dia 3 de Dezembro, 21.30 horas
Igreja da Madalena
Rua da madalena
Convidada: Isabel Silvestre
Dia 7 de Dezembro, 18 horas
Igreja da Pena
Calçada de Santana
Convidados: Isabel Silvestre e Mafalda Arnauth
Dia 8 de Dezembro, 18 horas
Igreja de Sta. Luzia
Miradouro de Santa Luzia – Alfama
Convidados: Isabel Silvestre e Mafalda Arnauth
Dia 10 de Dezembro, 21.30 horas
Igreja de Santos o Velho
Rua das Janelas Verdes
Convidada: Mafalda Arnauth
Dia 14 de Dezembro, 18 horas
Igreja de Santo Estevão
Alfama
Convidados: Mafalda Arnauth e Helder Moutinho
A Câmara Municipal de LIsboa está a promover numa série de igrejas alguns concertos de Natal de estilos bem variados. Por mim destaco a presença de Isabel Silvestre que considero uma das mulheres com melhor voz em Portugal.
Segue-se o programa:
Dia 3 de Dezembro, 21.30 horas
Igreja da Madalena
Rua da madalena
Convidada: Isabel Silvestre
Dia 7 de Dezembro, 18 horas
Igreja da Pena
Calçada de Santana
Convidados: Isabel Silvestre e Mafalda Arnauth
Dia 8 de Dezembro, 18 horas
Igreja de Sta. Luzia
Miradouro de Santa Luzia – Alfama
Convidados: Isabel Silvestre e Mafalda Arnauth
Dia 10 de Dezembro, 21.30 horas
Igreja de Santos o Velho
Rua das Janelas Verdes
Convidada: Mafalda Arnauth
Dia 14 de Dezembro, 18 horas
Igreja de Santo Estevão
Alfama
Convidados: Mafalda Arnauth e Helder Moutinho
É Natal, é Natal...
Noronha da Costa
2003-12-08
XIII EDIÇÃO DO PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
DA VILA DE FÂNZERES
Realizou-se no dia 05/12/2003, pelas 21h30, na Quinta da Igreja, o lançamento do livro “Teoria do Vidro” de António Augusto Menano, ilustre galardoado da XIII Edição do Prémio Nacional de Poesia da Vila de Fânzeres, por decisão unânime do júri.
Este Prémio é uma organização da Junta de Freguesia da Vila de Fânzeres – Pelouro da Cultura, de que é responsável Manuel Castro Gândara que tem sido o grande impulsionador e mantido a chama cada vez mais viva do Prémio Nacional de Poesia.
António Augusto Menano
Nascido em 1937 em Coimbra, vive na Figueira da Foz, apesar de andar por várias paragens Macau e outras terras do Oriente (“Viajar é a minha paixão”, assume António Menano), está rendido à sua beleza, como refere no seu último livro publicado “TRANSIRE-Ventos no casaco”:
“Regresso sempre ao lugar onde nasci,
aos lençóis brancos,
ao terraço onde adormeço a ouvir o vento.”
Artista ecléctico (escritor, poeta e pintor) já publicou onze livros, de que destacamos “Tempo Vivo” – Menção no Prémio Fernando Pessoa e “TRANSIRE-Ventos no casaco”, já referido, Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama. Colaborou em várias publicações, actualmente no suplemento das “Artes e Letras” do Primeiro de Janeiro. Traduzido e publicado em chinês.
No campo da pintura, já participou em diversas exposições colectivas e individuais em Portugal, Macau, França e Estados Unidos, tendo sido finalista do Prémio Nacional de Pintura Júlio Resende.
Reflexos I
Uma carroça no nevoeiro
é apenas uma carroça
no nevoeiro;
se for puxada por cavalos
brancos
é uma carroça no nevoeiro
puxada por cavalos brancos
mas se, ao lado, houver
um lago
pode-se ver reflectia a imagem
sem nevoeiro
na água.
enviado por Manuel M. Oliveira
DA VILA DE FÂNZERES
Realizou-se no dia 05/12/2003, pelas 21h30, na Quinta da Igreja, o lançamento do livro “Teoria do Vidro” de António Augusto Menano, ilustre galardoado da XIII Edição do Prémio Nacional de Poesia da Vila de Fânzeres, por decisão unânime do júri.
Este Prémio é uma organização da Junta de Freguesia da Vila de Fânzeres – Pelouro da Cultura, de que é responsável Manuel Castro Gândara que tem sido o grande impulsionador e mantido a chama cada vez mais viva do Prémio Nacional de Poesia.
António Augusto Menano
Nascido em 1937 em Coimbra, vive na Figueira da Foz, apesar de andar por várias paragens Macau e outras terras do Oriente (“Viajar é a minha paixão”, assume António Menano), está rendido à sua beleza, como refere no seu último livro publicado “TRANSIRE-Ventos no casaco”:
“Regresso sempre ao lugar onde nasci,
aos lençóis brancos,
ao terraço onde adormeço a ouvir o vento.”
Artista ecléctico (escritor, poeta e pintor) já publicou onze livros, de que destacamos “Tempo Vivo” – Menção no Prémio Fernando Pessoa e “TRANSIRE-Ventos no casaco”, já referido, Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama. Colaborou em várias publicações, actualmente no suplemento das “Artes e Letras” do Primeiro de Janeiro. Traduzido e publicado em chinês.
No campo da pintura, já participou em diversas exposições colectivas e individuais em Portugal, Macau, França e Estados Unidos, tendo sido finalista do Prémio Nacional de Pintura Júlio Resende.
Reflexos I
Uma carroça no nevoeiro
é apenas uma carroça
no nevoeiro;
se for puxada por cavalos
brancos
é uma carroça no nevoeiro
puxada por cavalos brancos
mas se, ao lado, houver
um lago
pode-se ver reflectia a imagem
sem nevoeiro
na água.
enviado por Manuel M. Oliveira
Os Imortais
Depois de Jaime em 1999, António Pedro Vasconcelos regressa com a adaptação do romance Os Lobos Não Usam Coleiras, de Carlos Vale Ferraz.
Quatro ex-combatentes de África reunem-se todos os anos, são por assim dizer uns inadaptados da sociedade, pois foram treinados para uma dura guerra e não conseguem sobreviver a uma vida sem emoções fortes à flor da pele. Um excelente desempenho de Nicolau Breyner que veste a pele de um agente da Policia Judiciária em fase de reforma. E porque o cinema português está vivo, vale a pena ver Os Imortais
Depois de Jaime em 1999, António Pedro Vasconcelos regressa com a adaptação do romance Os Lobos Não Usam Coleiras, de Carlos Vale Ferraz.
Quatro ex-combatentes de África reunem-se todos os anos, são por assim dizer uns inadaptados da sociedade, pois foram treinados para uma dura guerra e não conseguem sobreviver a uma vida sem emoções fortes à flor da pele. Um excelente desempenho de Nicolau Breyner que veste a pele de um agente da Policia Judiciária em fase de reforma. E porque o cinema português está vivo, vale a pena ver Os Imortais
À Procura de Nemo
Sem dúvida alguma um filme imperdível. Uma verdadeira aventura de acção e coragem sob o oceano, para toda a família ver! O filme está delicioso e mais não digo.
2003-12-07
As mães de Braga
Também em Braga abundam as casas de alterne onde a prostituição impera.
Também em Braga muitas são as imigrantes ilegais de origem brasileira que aí se entregam (ou são entregadas) à prostituição.
E que fazem as mães de Braga ?
As mães de Braga deixam à policía os assuntos de policía.
As mães de Braga acolhem durante o mês de Dezembro as crianças sem lar para que ao menos neste mês, no mês de Natal, as crianças possam sentir o calor de uma familía.
As mães de Braga dão amor e ternura.
As mães de Braga merecem mesmo ser chamadas de Mães.
E...
Palpita-me...
Que quem tão bem soube demonstrar amor pelo próximo ao acolher esta inicíativa levada a cabo em Braga, não precisa de injuriar nem perseguir ninguém para ter os seus companheiros em casa com elas.
Também em Braga abundam as casas de alterne onde a prostituição impera.
Também em Braga muitas são as imigrantes ilegais de origem brasileira que aí se entregam (ou são entregadas) à prostituição.
E que fazem as mães de Braga ?
As mães de Braga deixam à policía os assuntos de policía.
As mães de Braga acolhem durante o mês de Dezembro as crianças sem lar para que ao menos neste mês, no mês de Natal, as crianças possam sentir o calor de uma familía.
As mães de Braga dão amor e ternura.
As mães de Braga merecem mesmo ser chamadas de Mães.
E...
Palpita-me...
Que quem tão bem soube demonstrar amor pelo próximo ao acolher esta inicíativa levada a cabo em Braga, não precisa de injuriar nem perseguir ninguém para ter os seus companheiros em casa com elas.